Como uma manhã de natal

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Após a brincadeira em pegar o chocolate com os dedos, Ana caiu na gargalhada e Ruan também, era engraçado como tudo que era simples ficava especial quando era com os dois.

Chegaram no serviço com a energia renovada, mas Ana ainda se sentia mal, porque afinal, ela ainda não tinha falado com Cristian sobre o que estava acontecendo.Resolveu ligar pra falar com ele e ver se podia pedir pelo menos para ele esperá-la acordada e assim contar tudo.

Ligou umas três vezes e ele não atendeu.

Por fim quando atendeu já foi ríspido dizendo que estava trabalhando e não poderia ficar com o celular a disposição, Ana pediu desculpas e falou que não queria atrapalhar, mas que precisam conversar assim que chegasse em casa.

Antes de desligar ela ia falar "te amo", mas Cristian já não estava mais lá pra atender.

Ana não consiga se concentrar no serviço e a culpa (mesmo sem ainda nem ter feito nada de tão grave) a consumia. Não conseguiu almoçar e ao levantar passou mal, teve uma tontura viu apenas tudo girando e foi ao chão.

Levaram-na ao posto médico às pressas, chamaram Esther e foi uma correria só, quando voltou a si teve uma crise de choro e ninguém entendeu nada. Como a única que sabia de tudo era Esther, pra tentar amenizar a situação apenas disse:
- Brigas em casa, a situação está difícil.

Ninguém compreendeu, mas também não quis falar nada, o assunto foi tão comentado que até o Gestor já estava sabendo, foi até o consultório para saber como seu braço direito estava.

Quando Arthur chegou, todos levantaram e Ana tentou mas não conseguiu e ele nem permitiu que ela levantasse, olhou pra todos e disse:
- Cuidem dessa mocinha aqui e não a deixem levantar, vou cancelar algumas reuniões e  volto aqui, ninguém a deixe sair.

Olhou pra Esther e perguntou:
- Quem é você?

Esther respondeu gaguejando
- Sou amiga de Ana.

Arthur era um chefe maravilhoso, pegou uma nota de 50 reais, pediu que ela comprasse um gatorade e um chocolate para Ana. Ele era um homem bonito, na casa dos 40 e pouco, com uma carreira promissora, não era casado e nem tinha filhos.

Todos na empresa o admiravam e quando conheceu Ana se encantou por sua garra e simplicidade, fazendo com que muitos tenham inveja da relação dos dois, especulando mil e uma situações.

Quando Ana viu o que ele estava fazendo, falou que não precisava que já estava bem, que foi apenas um mal estar e que já estava voltando para sua sala.

Arthur apenas balançou a cabeça negativamente e disse:
- Me espere aqui que vou levá-la pra casa.

Antes mesmo que Ana pudesse questionar ele já tinha saido.

Quando Arthur retornou falou com as enfermeiras, pegou Ana e foram imediatamente embora. Ela já havia falado que não precisava, mas ele ignorava como um zumbido de mosquito.
Já no carro, Ana falou:
-Senhor Arthur pelo amor de Deus, não precisa me levar embora, pode me deixar apenas no metrô que eu vou sozinha.

Ele responde:
- Senhor não né, quantas vezes já te falei isso. E ah, negativo, eu vou te levar até em casa.

Foram conversando falando da empresa e da vida, assim perceberam que Ana ainda não estava muito bem.

Quando chegaram em frente ao prédio que Ana morava, estacionaram o carro e ficaram conversando um pouco. Explicando o que precisava ser feito hoje na empresa e que amanhã ela chegaria mais cedo e iria embora mais tarde e não aceitaria não como resposta.

Antes mesmo de qualquer retorno, Cristian estava batendo no vidro e perguntando se podia ajudar e que palhaçada era aquela na frente da casa dele. E perguntou se Ana não tinha vergonha na cara por fazer ele ser humilhado daquele jeito.

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