what the hell is going on with him?

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Era quase meia noite quando Felix decidiu que iria a tal festa. Não que ele estivesse ansioso para beber com pessoas desconhecidas e dançar ao som de música alta com luzes baixas, não, na verdade ele apenas precisava tirar a tensão dos ombros e descontar suas frustrações em alguém. E como não tinha ninguém (ninguém que soubesse a verdade, pelo menos), ele decidiu que algum destilado ajudaria a se sentir menos merda. Então pescou jeans escuros do guarda-roupa, uma camisa qualquer e um blazer com estampa de flamingos porque sim, obrigado. Amarrou os cachos longos de qualquer jeito no topo da cabeça e saiu pela porta da frente sem se preocupar em fazer silêncio. Ele não estava cometendo nenhum crime, quer dizer, era maior de idade e tudo mais.

Encontrou Chan próximo à uma casa grande demais com grama verde cheio de copos espalhados, algumas pessoas entravam e saíam aos tropeços e o cheiro era quase insuportável. Suor, feromônios, álcool e tesão. Felix quis vomitar assim que pisou no meio fio. Yeji parecia deslocada e tão sensível àquilo quanto Felix que, como o bom amigo que era, passou seu braço ao redor da garota. Ela seria sua garota naquela noite para que nenhum alfa estúpido se aproximasse sem cortejar uma terceira guerra mundial.

- Vamos entrar? - Chan estava ansioso e inquieto, dando pulinhos no mesmo lugar como se estivesse se aquecendo para a porcaria de uma maratona.

Maratona de álcool, coquetéis e línguas desconhecidas, claro.

Felix garantiu que Yeji estivesse de acordo antes de entrarem pela porta de madeira escura aberta. Mal passaram pelo batente e uma garota vestida de coelhinha da playboy apareceu com uma bandeja cheia de doses com borda de sal e limões cortados gritando algo sobre aquilo ser o passe de entrada para a "festa mais fodidamente foda do ano". Os três beberam.

O lugar estava cheio demais, quente demais e com pessoas altas o suficiente para chegar no céu como a porra de um balão. Definitivamente não era o tipo de lugar ao qual Felix estava habituado. Tipo, claro que ele ia à festas, mas nenhuma como aquela. Nenhuma tão absurda. Ele podia jurar que tinha ouvido gritos eróticos vindo de algum lugar no andar de cima. O cheiro deixava claro que havia um ômega no cio em algum lugar ali, provavelmente incapaz de dar-se conta do que acontecia à sua volta.

- Bom, foi ótimo ver vocês - o loiro falou por sobre a música, um sorriso gigante no rosto. - Se divirtam crianças porque eu com certeza vou.

E lá se ia ele entre a multidão com os braços para cima e sacudindo ao ritmo da música, cumprimentando vez ou outra algum conhecido antes de desaparecer de vista. Chan tinha uma resistência de ferro, sério, era o primeiro da classe e o primeiro das festas. E ainda trabalhava o suficiente para se sustentar. Chan era incansável, tinha um cérebro gigante e provavelmente um fígado ruim, mas simplesmente era impossível não sorrir com toda sua energia e vivacidade. Como ele diria: um segundo pode mudar o mundo. É, seus segundos definitivamente eram bem aproveitados.

Yeji arrastou o amigo até a cozinha e pegaram uma mistura alaranjada que havia em algumas jarras de vidro sobre o balcão. Tinha gosto de limonada e cheiro de maçã verde, ou seja, não fazia sentido nenhum. Ainda assim, não era ruim ao todo. E, depois de mais dois copos, Felix já não sentia a maioria dos cheiros dali enquanto dançava com Yeji colada em seu corpo com suas bochechas coradas e olhos pesados. Ômegas não eram muito resistentes ao álcool, mas Felix sabia disfarçar. Tipo, ele realmente conseguia se passar por um beta sem grande esforço. Seu tipo físico era tudo menos delicado, tinha força suficiente nos membros para dar trabalho a um alfa e personalidade forte o bastante para não abaixar a cabeça e não deixar seu ômega fazê-lo (exceto para sua mãe porque ela era sua mãe e a alfa lúpus da sua matilha, então...).

ALPHA DELIVERY  ||  ChanglixOnde histórias criam vida. Descubra agora