Eu dormi confortável na cama de Levi. A noite toda. Senti o seu cheiro a noite toda também, me lembrava hortelã com um cheiro mais forte masculino.
Ele passou a noite toda me observando, eu sentia os seus olhos. As vezes acordava e conversava com ele. Provavelmente só falei bobagens, e terei de me desculpar por causa disso.
Armin queria falar comigo, de todas as formas. Eu sinceramente queria desistir. Não sei como seria nossa conversa, não sei se ele me perdoaria. Eu não tinha culpa mas nunca fui atrás. Nunca tentei desvendar se ele tinha morrido mesmo. O medo me venceu.
— Correr dessa conversa não vai adiantar. — Falou Levi trocando de camisa.
Pude ver suas costas apenas, eram fortes. Pude babar um pouco sem ele ver. Que homem que tinha um físico lindo, apesar de ser baixo.
— Nao sei se estou pronta. Não queria fugir. Mas sei la. Se ele nao me perdoar. Talvez eu não consiga..continuar. — Suspirei.
Levi se aproximou da cama, sentou e aproximou o seu rosto do meu. Centímetros da minha boca assegurou o meu queixo e falou:
— Se ele não perdoar. Estamos aqui. — Falou e eu senti um hálito forte de hortelã vim de sua boca.
Fiquei de boca aberta. Hipnotizada em seus olhos escuros e sem poder assegurar o meu olhar, eu encarei seus lábios. Eu queria beijar-lo.
— OK.. — Falei sem conseguir ter outra reação. E ele se distanciou.
— Vou manda-lo entrar. — Saiu pela porta.
Enruguei as minhas sobrancelhas. Porque eu tinha me sentido atraída por aquele cara? Eu tinha todas as certezas que odiaria ele. E agora estou querendo beija-lo? Deve ser carência..
Armin entrou. Parecia um Pinguim, andava lento me encarando. Não sabia o que fazer, ele se sentou aonde Levi estava e eu me sentei na cama.
— Armin..— Falei. — Antes que me julgue. E me jogue mil maldições. Me ouça.
— Eu não estou brabo..só confuso. — Encarou o chão. — Queria entender. Eu acreditei que você tinha morrido. Mas você parece estar muito bem.
— Eu não sei porque. Mas tia Zoe me falou que você morreu na queda da muralha Maria. — Suspirei. — Na verdade eu sei. Só não entendo o porquê.
— Sabe? — Perguntou.
— Sei. Eu chorei todos os dias, todas as noites. Pedindo para irmos buscar você e vovô. Eu acho que ela se cansou e achou melhor mentir. — Preferi acreditar nisso.
— Me perdoe. — Vi uma lágrima cair de seus olhos. — Eu devia ter.. — Caiu mais lágrimas.
— Nao! — Abracei o mesmo rapidamente. — Nao chora. Você não tem culpa. Quem é a culpada é a titia. — Abracei fortemente.
— Eu...eu...tenho você agora. — Me abraçou forte.
— Sim. Somos família agora. Para sempre. — Sorri em meio a lágrimas.
Atrás da porta...
Pov Levi
— Eles se acertaram. — Sorriu Erwin contente.
— Ótimo! Mas ainda não entendi porque você trouxe a Sn. Ela tem as mesmas habilidades médicas que eu. — Falou Hanger.
— Uma médica a mais é sempre bom. — Sorriu Erwin.
Eu não acreditei. Tem algo por trás dessa garota, algo que é tão grande que ele não contou nem a mim e nem a Hanger. Não sei nada sobre a família Arlert, para mim eles são pessoas normais. Mas não sei, essa garota ter ficado protegida dentro dos muros do castelo. É estranho.
Mas não posso deixar de mencionar que fiquei vidrado nela a noite toda. Ela ter brincado comigo fez a minha noite ter ficado melhor, não sei porque. Não quero saber o porquê, na verdade, prefiro distância.