a nova cadente

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Erwin abriu as portas, todos que estavam ali nós encararam. O barulho alto se tornou um silêncio desconfortável.

— Erwin. E moça bonita. — Se aproximou Hanger. — Oh não! A moça bonita é a Sn! – Pulou em cima de mim me abraçando.

— Eu senti saudades também Hanger. — Abracei a mesma com força.

Hanger é minha amiga desde sempre, bebemos e fofocamos sobre tudo possível. Ela tem uma certa coisa comigo. Eu diria que é uma ligação, me sinto próxima a ela.

— Mas o que você tá fazendo aqui? – Me assegurou pelos ombros.

— Eu ia falar. — Bufou Erwin.

— Se ele for falar que você preferiu entrar no esquadrão do Levi do que no meu...— Ela fez uma careta.

— Ele me subornou amiga! — Fiz biquinho.

— A eu não creio! — Bateu o pé.

— Acredita! — Brinquei.

— Eu fico como mal? — Erwin cruzou os braços e ergueu as sobrancelhas.

— Sim. — Falamos juntas.

— Eu vou apresentar ela. Posso Hanger? — Perguntou Erwin sério.

— Deve comandante. — Voltou a se sentar.

— Cadentes. — Todos continuaram a encarar. — Essa é Sn Arlert. Ela é médica e veio do castelo. Será nossa nova cadente, espero que a tratem bem e façam a se sentir em casa. — Sorri sem jeito para todos.

Meus olhos analisaram todos, mas fiquei vidrada em um garoto loiro dos olhos azuis. Éramos parecidos. Ele me lembrava alguém, ele me lembrava alguém muito importante.

— Voce disse Arlert? — Perguntou uma garota de cabelos escuros até o ombro com expressão séria.

— Sim. — Falou Erwin sem dar importância.

— Voce e o Armin são parentes? — Perguntou outra garota que estava com uma batata enorme na mão.

— Armin? — Perguntei incorformada.

Armin e meu avô morreram. Na Muralha, lembro de Titia contando. De como piten chorava e titia não conseguia olhar para mim.

— Sim. Aquele. — Apontou para o garoto loiro que me encarava espantado.

— Impossível. Armin morreu. — Me senti ficar com as pernas bambas.

— Nao. — O garoto loiro falou. — Voce morreu. Na queda da muralha Maria. A tia Zoe falou..

— Eu não tô entendendo. Mas..você. — Meu olhar foi para o chão.

Queria abraçar ele, beijar suas bochechas e chorar. Mas apenas vi tudo ficar preto. E sentir meu corpo colidir com o chão.

Algum tempo depois

Abri meus olhos lentamente, eu estava em um quarto com uma janela aberta que vinha um ar gélido. Era noite, estava com o céu estrelado. Meus olhos percorreram o quarto, percebi que estava em uma cama de casal e ao lado tinha um armário de madeira, olhei para o teto e vi uma lâmpada dependurada.

Olhei para os pés da cama e vi uma figura baixa sentada em uma cadeira, tomava chá enquanto me analisava.

— Credo. — Pulei da cama de susto.

— Nao faça movimentos bruscos garota. — Se alevantou deixando a xícara de chá em cima de uma cômoda que tinha ali.

— Aonde eu tô? — Perguntei, me senti ficar tonta.

— Senta. — Me puxou para sentar na cama. E quando tudo parou de girar, vi que era o capitão.

— Capitão? — Passei a mão na minha cabeça.

— Sim. Você desmaiou. — Falou me encarando.

— É. Eu meio que descobri que meu irmão tá vivo. — Suspirei em dor.

— Ele também parece bastante abalado. — Falou.

— Como pode? Eu não consigo acreditar. Eu vivo uma mentira? — Perguntei a ele.

— Nao. Mas é melhor deitar. Descanse. — Disse grosso, e voltou a se sentar na cadeira.

— De quem é esse quarto? O cheiro é incrivelmente bom. — Falei me deitando e abraçando as cobertas.

— Meu. — Disse sem dar quaisquer atenção.

Apenas ergui minhas sobrancelhas em espanto. Balancei a cabeça e sorri. Eu não gostei dele, mas era engraçado como ele respondia. Me lembra até o vilão de um livro que li, eu me apaixonei nesse vilão.

— Sorriu porque? — Percebi que ele me encarava.

— Nada. — Apertei meus lábios. — Chá? — Perguntei ao mesmo ainda abraçada nos lençóis.

— Sim. De hortelã. — Falou seco.

— Prefiro café. Chá são para velhotes. — Fechei meus olhos.

— Me chamando de velhote cadente? — Tomou um gole do chá.

— Um sugar daddy. — Brinquei. Ele ergueu as sobrancelhas em indignação. Queria poder fingir um desmaio. — É brincadeira..desculpe. — Fiz careta.

Apesar de estar escuro, e quase nem imaginar aquele homem sorrindo. Eu pude ver o canto de sua boca formar um meio sorriso..

E também percebi que sua face era linda. E TAMBEM PERCEBI QUE TINHA FALADO MERDA!

o capitão que me odiava | Sn x levi ackerman Onde histórias criam vida. Descubra agora