Capítulo 14

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14

A data estava marcada.

Dentro de dois meses Xuan Lu e Cao Yuchen se uniriam em matrimônio.

Um ano havia se passado.

Pétalas ao Sul estava mais agitada do que Raio da Serpente, os empregados se viam quase loucos com a quantidade de ordens que sua senhora lhes dava.

O Imperador não se via preocupado com nada daquilo, ele na verdade viu vantagem que sua esposa estava ocupada com todos aqueles afazeres, para escapulir para bordéis a todo momento, acompanhado do sobrinho.

Zhoucheng estava mal-humorado.

Dois meses iriam passar rapidamente, e quando se desse conta sua irmã estaria morando com aquele lixo de príncipe herdeiro. Rodeada de pavões nojentos e orgulhosos.

Ele passava horas e horas treinando, descontando a raiva que nutria por Yuchen, nos bonecos de madeira usados nos treinos.

- Desse jeito, os discípulos não terão com o que treinar. - Enjie se aproximou, ela carregava o típico arco e flecha em mãos, apesar do pequeno sorriso no canto de seus lábios, o olhar era triste, como se tivesse chorado. - Vamos, alguns aldeões relataram que cadáveres comuns estão atrapalhando suas pescas no Lago Lótus.

- Ótimo! Vou fingir que eles são o Yuchen! - o príncipe herdeiro recolheu sua espada, a embainhando. A dupla seguiu para o estábulo, onde eles prepararam dois cavalos para si, ambos em silêncio, mas ardendo em raiva.

Quando chegaram na cidade, a mulher perguntou sobre a situação.

- De fato há cadáveres atrapalhando nossos pescadores, mas não foi apenas isso que relataram, disseram que há algo mais assustado por lá.

- De novo? - Zhoucheng perguntou.

- Sim, mesmo que sua Alteza tenha dado um fim naquela besta, parece que outra apareceu. - o hoteleiro explicou. - Mas pelo o que me contaram, a nova besta tem duas cabeças, os pescadores relataram terem visto pessoas amadas acariciando-a.

- O que?! - Enjie perguntou, aquilo na verdade não fizera muito sentido.

- Eu só estou repassando o que eu ouvi em minha pousada, haha. - ele coçou a nuca envergonhado. - Eu mesmo não fui ao Lago Lótus para confirmar os boatos.

- Tudo bem, agradecemos pela informação senhor. - Zhoucheng lhe deu uma moeda de prata, eles partiram para o Lago Lótus, os cavalos foram deixados um pouco mais afastado do local. Apenas as espadas e arcos foram pegos.

- Zhoucheng olhe. - havia cadáveres rastejando para o píer, como se tivessem adivinhado que eles estariam lá. - São cadáveres comuns.

- Eles são o menor dos problemas, eu quero saber o que é a besta.

- Não seja impaciente, deixe que ela venha a nós. - Enjie lhe disse, a jovem puxou uma vasta corrente para fora de suas mangas, e a lançou em direção aqueles dois cadáveres, na intenção de os capturar, porém, nada fora pego. - O que...?

Zhoucheng estava olhando para o lado oposto, e não viu o que aconteceu. Ele apenas ouviu sua prima murmurar algo, e só então se virou para ela, os cadáveres não estavam mais lá.

- O que foi? - ele perguntou, olhando da ponta do píer para a jovem.

- Não são cadáveres reais, são apenas ilusórios. - Zhoucheng encarou-a sem compreender, mas mantivera-se quieto para ela explicar. - Ao invés de os prender, as correntes passaram direto por eles, e então desapareceram.

O Dragão e o Corcel: VenenosOnde histórias criam vida. Descubra agora