ESSE LIVRO CONTÉM GATILHOS
Existe alguma desculpa para mentir? Para cair no abismo e nem conseguir se reconhecer diante do seu reflexo? Para manipular e enganar? Essas são as perguntas que a dona da Martínez Cosméticos se faz.
Valentina Martínez n...
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⚠️Alerta de gatilhos: Agressão a mulher e violência psicológica⚠️
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Eu não acreditava em destino, mas eu comecei a acreditar em carma. Parecia que eu tinha feito muito mal às pessoas na minha vida passada, era a única justificativa que eu conseguia pensar quando eu olhava a minha triste situação atual.
Sem pais, sem casa, sem minha vida, e acabei indo morar com uma pessoa que só se importa com o dinheiro e o seguro de vida dos meus pais.
Até queria dizer que minha tia Angel foi apenas uma mulher que fez escolhas erradas e a vida lhe cobrou caro por isso, mas foi muito além, ela demonstra ser uma mulher gananciosa, ardilosa, excêntrica e com uma personalidade um tanto não confiável. Tudo que passava pela minha cabeça era, a justiça achou mesmo que tia Angel seria a melhor pessoa para cuidar de mim?
— Não fica com essa cara de nojo… eu limpei a sala.
Eu observei seu rosto com poucas expectativas, mesmo se ela limpasse mil vezes isso aqui nunca teria aspecto de limpo. Nos cantos do teto havia mofo e teias de aranha, claramente tinha infiltração, os móveis eram velhos e acabados, o tapete parecia que nunca tinha conhecido uma água desde que entrou nesse chão, que também precisava de uma faxina pesada da qual eu sabia que ela não havia feito.
— Caso não esteja do seu agrado — ela some por um dos cômodos enquanto falava. — Pode limpar conforme queira, Val. — ela deixa um balde verde e uma vassoura praticamente nos meus pés.
— Você não espera que eu seja sua empregada, espera? — debochei rindo.
— Aqui você vai limpar, cozinhar e arrumar como qualquer pessoa pobre.
— É o que você acha, eu nunca vou ser sua escrava — eu passo o dedo pelo móvel perto da porta vendo o quão sujo ele estava. — O único lugar que arrumarei será o lugar onde vou dormir, e limpar o que eu usar e comer, nada mais. A responsabilidade da limpeza e dos afazeres domésticos é do tutor e não minha.
Eu passo por ela me esquivando vendo que os quartos provavelmente são no andar de cima, mas nossos olhos se cruzam quando ela aperta fortemente o meu braço me puxando na direção dela.
— Se você acha que aqui vai ser uma dondoca como era na casa dos seus pais, você está muito enganada! Aqui quem manda sou eu, e se eu mandei você limpar, você vai limpar!
— Então me obriga, porque eu não vou limpar a sua sujeira só porque você tem a minha guarda! — retruquei com o olhar firme e puxei o meu braço do seu aperto.
Seus olhos pareciam que iam saltar de seu rosto, ela bufava pelas narinas tão fortemente que eu achei mesmo por segundos que ela me bateria.
— Querida, não force nada no primeiro dia dela aqui… — uma voz masculina surge do alto da escada.
