Lembra quando éramos crianças e nos achávamos os donos do mundo apenas por pensar que nada de ruim poderá no atingir? Enquanto olhava a chuva bater contra a parte externa da janela naquela manhã de domingo, eu quis imensamente voltar a ter seis anos, onde meu maior problema era se o Papai Noel iria trazer a boneca que eu queria.
Se tornou impossível entrar na Sala Comunal da Grifinória depois daquela infame, não dava mesmo para olhar na cara de nenhum daqueles traidores que um dia tive o orgulho de dizer que eram meus amigos. Ron Weasley e Lilá Brown pareciam ainda mais grudados, o que era nojento e desnecessário, partia meu coração saber que todos levavam suas vidas miseráveis como se nada tivesse acontecido.
Mas, o que realmente me partia, não apenas o coração, mas todo o meu eu, era ter percebido que o garoto por quem eu era imensamente apaixonada não sentiu um pingo de arrependimento após cuspir aquelas palavras horríveis para mim. Que tipo de ser humano faz isso com o outro? Como alguém consegue viver sabendo que abalou emocionante o próximo?
Todos da Grifinória pareciam estar falando de mim pelas costas, não havia um dia sequer que eu não olhasse para trás e não notasse alguém com as vezes eles vermelhas e pratas sussurrando e me olhando maldosamente. Me sentia de volta no jardim de infância onde o foco eram meu cabelo e meus dentes tortos.
A chuva começou a ficar mais violenta e assustadora, nem o clima estava feliz, o céu escurecido e a ventania que faria qualquer criança se assustar, representavam exatamente o que se passava dentro de mim nos últimos dias. O mais curioso disso tudo era a estranha preocupação do Draco Malfoy perante aquilo, parecia um sonho – um bem perturbador, tenho que acrescentar – a doninha simpatizar comigo e não soltar um xingamento em minha direção, até trabalhar naquele baile idiota estava sendo fácil.
Como qualquer outra coisa que eu faço, sobre o baile não seria diferente e me empenhei ao máximo mesmo sabendo que não teria coragem para ficar tão exposta entre alunos que claramente estarão dispostos a zombar de mim. Gina havia separado um vestido longo com uma abertura na perna esquerda para mim, era um pedaço de pano mais bem costurado que eu já havia visto, mas nós duas sabíamos que eu jamais usaria aquilo, principalmente no baile, onde é quase que obrigatório ir acompanhando.
— Bom dia! — exclama alguém atrás de mim, pelo reflexo do vidro eu sabia que se tratava do Malfoy. — Tenho boas notícias.
— Deu para perceber. — esbocei meu melhor sorriso e virei em sua direção, Malfoy segurava um pergaminho, o qual jogou em meu colo. — O baile de Halloween está totalmente organizado e pronto para o trinta e um de outubro. McGonagall estava enlouquecendo com a nossa demora e o enorme tempo gastro dentro do Salão Principal.
— Ela acha que vai acontecer novamente uma explosão lá dentro?
Malfoy deu de ombros e analisei o pergaminho e de fato, tudo estava pronto. Todos os tópicos com um sinal de certo marcado.
— Certo... — murmuro e me levanto da beirada na janela — Eu... Hum... Muito obrigada por aquele dia e...
— E vamos fingir que aquilo nunca aconteceu, está bem? Não quero que saibam que tive um momento de lucidez.
Mordi o interior da bochecha e balancei a cabeça em concordância.
— Ótimo, aquilo nunca aconteceu e bem deveria ter acontecido. — amasso o pergaminho e me recomponho. — Tenha...
— Mas você também foi burra. — me interrompe e, instintivamente levei a mão a cintura onde guardava minha varinha — Deveria ter lançado um feitiço nele quando teve a oportunidade.
— Tenha um bom dia, doninha albina. — apresso em dizer antes que ele pudesse soltar mais um comentário desnecessário.
— Espero que acabe na ala hospitalar, sujeitinha de sangue-ruim.
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Uma nova chance para Amar (Dramione)
FanfictionQuando se trata de uma paixão onde não é recíproco, você pode se ferir mais do que provavelmente aguentaria. Hermione Granger que o diga. É o seu sexto ano em Hogwarts e ela o começou com um único pensamento em mente: finalmente deixar o orgulho de...