Gatilhos: Menção a violência (se for sensível com o assunto, recomendo não ler).
Desculpe qualquer erro de escrita.
Boa leitura!
Na verdade, eu não sei o que é o certo a se fazer. Jonathan é a pessoa que eu acho que vai ficar de boa. Merda. Eu não tenho certeza. Não tenho certeza mais de nada. Na verdade nunca tive.
— Jonathan? -Bato duas vezes na porta de madeira.
— Entra. -Ele diz alto.
Ok. Se acalme. Não é algo tão importante. O que eu estou pensando? É lógico que é importante! Estou no quarto e fechei a porta com as mãos trêmulas. Eu estou trêmulo. Em desespero total. Isso é uma má ideia. É melhor eu voltar pra trás.
— Está ocupado?
— Posso fazer isso depois -Ele estava arrumando o armário aparentemente, tem roupas na cama, no chão e cabides espalhados- Algum problema, Will?
Milhares.
— Não. Nenhum -Mentira, e ele sabe. Me olha no fundo dos meus olhos, como se estivesse observando todos os meus pecados mais obscuros- Ok. Tenho um problema.
— Diga.
Ele se senta na cama e dá três tapinhas do seu lado do colchão. Merda, está acontecendo. Isso é uma péssima ideia. Eu preciso sair daqui. Ideia estúpida, Willian!
Me sento a seu lado meio ofegante. Estou muito nervoso e ansioso. Qual a probabilidade de eu ter um ataque do coração agora e morrer? Espero que alta.
— Eu preciso te contar uma coisa -Falo em tom de culpa. Não sei pelo que estou me culpando, mas sei que tem um motivo.
— Sabe que pode contar qualquer coisa a mim, não é?
Sim, eu sei. Mas não tenho certeza sobre esse assunto. Balanço a cabeça para cima e para baixo em sinal positivo.
— Eu não sei bem como falar isso ou como tocar esse assunto, mas...
Paro de falar. Por quê? Estou com os olhos lagrimejando mais uma vez, que raiva. Tenho duas alternativas: falar ou sair correndo.
— Eu gosto de garotos.
Eu digo. Eu digo. Porra, eu falei. Eu escolhi a primeira opção mesmo? Qual é teu problema, Will Byers?
Jonathan está em silêncio súbito e me olha de um jeito indecifrável, com a boca entreaberta, mas com seus olhos serenos calmos. Esse era o momento para poder ler as mentes das pessoas. Ou desaparecer, também é uma boa.
Jonathan dá um pequeno sorriso de canto, quase forçando uma risada. Irei ser expulso de casa, certeza que irei ser despejado. Vamos Jonathan, fale algo!
— Ok.
Ok. O que pode significar um "ok"? "Ok, você está morto" ou "Ok, está tudo bem"?
— Você está de boa com... Isso? -Aponto para mim e meu corpo- Digo, eu acho que sou, ou não também. É confuso pra mim.
— Ok.
Por favor pare de falar essa palavra. Entrarei em colapso.
Eu não decifro o rosto dele. Ele tem um pequeno sorriso de canto e os olhos de sempre, calmos. Toda expressão pode ser de ódio ou compreensão, aprendi isso com Troy, um moleque da minha escola. Quando seu amigo me empurrou na terra úmida no primeiro dia de aula, Troy arregalou os olhos e ficou com uma então cara de irritado, sobrancelhas justas e essas coisas. Então eu pensei, "ele vai me ajudar, certo?", mas não, em contraste, ele chutou a terra no meu rosto e depois me deu um soco. Então sim, toda expressão pode ter dois significados.
Baixei a cabeça e senti uma lágrima cair em meu rosto. Eu amo o silêncio das pessoas, quando me convém, não quando eu falo que sou gay. Acho que ele me viu chorando. Eu quero gritar até meus pulmões rasgarem. Baixo mais a cabeça.
Jonathan se aproxima e me abraça. Sinto o calor de seu corpo e sua respiração regulada. Ele está tão calmo. Sua mão direita acaricia minhas costas. Eu estou paralisado e confuso. Ele está de boa com isso.
— Está tudo bem. Não é como se eu já não soubesse -Ele ri- Mas está tudo bem, Will.
— Você já sabia?
— Assim como a mamãe. Está tudo bem, maninho. Eu e a mamãe vamos te amar com você sendo gay ou não.
— E o papai?
— Não precisamos dele. Você não precisa dele. -Ele separa o abraço- Você tem a mim, a mamãe, seus amigos. Você sempre será nosso. Não se esqueça.
Sinto mais lágrimas descerem. Comecei a soluçar por causa do choro. Isso é normal para um garoto de 13 anos? Reformulando minha pergunta, é normal um garoto de 13 anos ser... como eu?
(Se você nunca leu o último Boys In Love de minha autoria, as próximas palavras serão inúteis).
Olá, tudo bem? Sim, eu voltei, depois de dois anos. Claro, eu tenho minhas justificativas, mas eu peço desculpas.
E aqui estão as justificativas: Bem, eu amadureci. Eu escrevi o primeiro Boys In Love com 10 para 11 anos. Sim, onze anos e escrevendo cena de sexo. Podemos dizer que eu amadureci muito cedo, e mesmo nunca tendo escostado em outro ser humano, eu escrevi aquelas cenas.
Segundo, eu tive muito problemas pessoais, e descontei tudo naquela história, que eu sei que foi importante pra uma galera. Hoje em dia, eu estou bem, recuperado, com a cabeça no lugar, então me sinto até mais confiante de escrever qualquer coisa.
Obrigado para todos que leram Boys In love, e que agora vão ler essa nova versão, que eu acredito que seja melhor.
Muito obrigado a todos pelo carinho, e aproveitem minhas novas palavras.
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Boys in love -Byler-
FanfictionWillian Byers se obriga a reprimir todos os seus sentimentos românticos pelo seu melhor amigo. !!Todos os personagens são obra dos irmãos Duffers, criadores de Strangers Things (exceto figurantes)!! !!A fanart da capa não é minha, e eu não encontrei...