Minha realização.

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Gatilhos: Menção a violência doméstica (se tiver problemas com isso, recomendo não ler).

Desculpe qualquer erro de escrita.

Boa leitura!


          Como alguém que não tem tanto dinheiro, ser bancado pelos meus amigos ricos, é uma ótima coisa. Principalmente quando vamos no cinema (mesmo que eu insista em pagar, porém Dustin acha que eu moro debaixo de um papelão).

         Vamos ver a um filme de terror com toda a galera, e isso inclui Max, o que me surpreendeu em dois pontos. Primeiro que a ruiva é fascinada por filmes de terror, e segundo que Mike não se importou que ela fosse junto. Sim, o mesmo Mike que me encheu o saco durante uma semana por conta dessa mesma garota.

          Sentamos na ordem de Mike, eu, Max, Lucas e Dustin, o que deixou o último com certo ciúmes, já que queria sentar perto da menina. Lucas e Dustin ficaram falando de Max 25 horas por dia, não me pergunte como, o que ocasionou em pequenas brigas que no final foram resolvidas com doces e pedidos de desculpa de ambos os lados.

          O filme começou. Eu não sou muito fã de filmes de terror, não porque eu me assusto, e sim o contrário, ou passo raiva com as atitudes nada realistas dos personagens, as vezes é tão ridículo, que eu começo a rir, ou eu fico achando graça das atuações, efeitos especiais, ou sei lá mais o quê. Além de que eu já assisti bem mais filmes de terror do que seria o recomendo para alguém da minha idade.

          Teve um jumpscare e todos da sessão pularam de susto. Olho para o lado e vejo Lucas segurando a mão de Max. Os dedos entrelaçados e se apertando pela tensão. Nenhum parecia desconfortável com o toque. Fiquei observando durante um tempo, até os nervos de todos acalmarem. Achei que eles deram as mãos no instinto que nosso cérebro manda de se apoiar em alguém, porém nenhum se solta. Lucas mexe seu polegar pra frente e para trás, fazendo carinho na mão esquerda da ruiva. Ela não se afastou, não se incomodou. Ela olhou de relance para e depois sorriu. Ela sorriu pelo carinho e voltou a atenção ao filme.

          Na minha vida, eu sempre vi relacionamentos dando errado (sim, eu parei de acompanhar o filme).

          Primeiro meus pais. Mamãe diz que foi apaixonada pelo papai quando era mais nova porque ele era completamente diferente. Era legal, atencioso, carinhoso e etc. Mas depois do casamento (depois que o Jonathan nasceu, mais especificamente), papai se tornou outra pessoa. Passou a ficar bêbado e chapado todos os dias, e com isso, ele batia nela. Jonathan diz que muitas vezes ele começava a chorar apenas para o papai bater nele, e não na mamãe. Lonnie Byers pode ser o ser humano mais desprezível que eu conheço pessoalmente.

          Depois foi o senhor e a senhora Wheller. Não cabe nos meus dedos todas as vezes que acolhi meu amigo em choro porque seus pais começaram a gritar na sala de estar ou no quarto do casal. Nancy dizia que sua mãe nunca amou seu pai, e se casou com ele pra receber sua casa rica no final da rua e nunca mais precisar trabalhar. Aparentemente, depois que Holly nasceu, tudo se acalmou, mas nada melhorou. Mike as vezes liga no walk-talkie para a galera; todo mundo que estava acordado vai buscá-lo de bicicleta, ficamos pedalando sem rumo, até Mike se acalmar e não sentir mais seus olhos molhados e mãos tremendo.

          Depois foi Nancy e Steve, um cara do ensino médio que é (ou era, não sei) namorado de Nancy. Ele e os amigos dele pixaram o letreiro do cinema quando eu estava... Bem, morto? Enfim, parece que ele se arrependeu, mas eu perdi o contato com Nancy depois dela sair do ensino fundamental.

          Juntando as amigas da mamãe que ligavam para ela porque se divorciaram ou terminaram com seus maridos ou namorados, eu nunca me permiti entrar em qualquer relacionamento romântico. Claro, eu tenho 13 anos, vou fazer 14 daqui um tempo, mas acredite, o tanto de pessoas a minha volta que perderam a virgindade com essa idade, me assombra. 

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⏰ Última atualização: Oct 25 ⏰

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