Eρι᥉᥆dι᥆ 1

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Era apenas a minha primeira semana em Gyeonggi. Uma nova vida, uma nova história a ser escrita, um novo destino a ser traçado. Eu queria esquecer os dias de Busan e criar uma nova aventura, e o pequeno vilarejo parecia o lugar perfeito. As pessoas pareciam simpáticas e honestas e apesar do clima frio, não chegava a ser insuportável. Decidi morar em um prédiozinho medíocre, mas suficiente para um solteirão terminando a graduação. Choi Byung Chan era meu vizinho de porta, um rapagão bastante alto e com um sorriso curandeiro. Curandeiro, eu digo, por ele ser um médico. Aposto que bastava observar aquelas covinhas adoráveis para acabar com qualquer enfermidade.

ㅡ Bom dia, doutor! ㅡ O saudei com um sorriso brilhante, sempre tinhamos que dividir o minúsculo elevador. Ele arrumou o jaleco longo e me devolveu um suspiro exausto.

ㅡ Poxa, já disse que não precisa me tratar assim, pode me chamar apenas de Byung Chan. ㅡ Sorri ladino e mexi nas alças da minha mochila, não podia esconder minha ansiedade. ㅡ Você me parece bem animado, huh?

ㅡ Ah, estou sim. Estou indo para a Universidade, é meu primeiro dia lá, na verdade estou bem nervoso! Espero encontrar pessoas boas, que me acolham com paciência. ㅡ O médico concordou e arrumou a armação que dançava desengonçada no rosto.

ㅡ Eh, nós somos bastante hospitaleiros, não se preocupe. Você, com essa super personalidade, vai se inturmar com bastante facilidade, eu aposto. ㅡ Ele sorriu fofo mais uma vez e logo outro arquejo saiu de si.

ㅡ Bom, você também parece bem preocupado, e exausto. Aconteceu alguma coisa? ㅡ Perguntei ao estranhar seu semblante caído, apesar de nos conhecermos apenas a uma semana, sabia que aquela característica não encaixava em si. Byung Chan era espontâneo, inteligente e amigável.

ㅡ Ah, são só meus pacientes... ㅡ Suspirou. ㅡ Cada vez mais, está subindo o número de vítimas de lobo. Pessoas estão sendo atacadas, aparecem com arranhões, mordidas... ㅡ Engulo a seco ao ouvir sobre isso. ㅡ A enfermaria está praticamente congestionada. Então, tome bastante cuidado quando estiver andando por aí. Procure sempre andar em bando.

ㅡ O-okay, Byung Chan... Tenha um bom trabalho. ㅡ Nos despedimos, ao que o elevador tinha chegado ao térreo e o jovem teve de andar mais apressado rumo ao estacionamento. Tomei o caminho oposto e fui para a parada de ônibus, já tinha estudado a região e qual linha pegar para chegar nos lugares que eu queria. Assim que o transporte parou, sentei na cadeira mais alta e fiquei olhando a paisagem correr a fora, abraçado a minha mochila, mas não deixando o que Byung Chan me advertiu estragar a minha animação em estar ali.

A Universidade era pacata, bem como tudo no vilarejo. Dei um sorriso, tirando o papel com as informações necessárias do bolso traseiro da minha calça. Tinham até mais alunos do que eu esperava, poderia ser um ponto positivo. Outra coisa notória era um montante enorme de verde, havia grama e plantas por tudo que é canto. A primeira missão era chegar até a coordenação do meu curso. Compromissado, eu tinha bastante tempo até a primeira aula começar. Fui andando pelos corredores desatento, na minha lateral havia um mural enorme com o alfabeto lúdico grudado. Estava no caminho certo, então.

De repente, eu esbarro com um garoto, que carregava livros densos. Seu cabelo era loiro e seu rosto era bastante bonito. Ambos caímos no chão, não demorei para ajudar a catar seus pertences, mas algo naquele garoto tinha feito minhas mãos transpirarem.

ㅡ P-perdão, eu estava distraído. ㅡ Disse o ajudando a levantar após juntar os livros, mas ele apenas assentiu com a cabeça com um sorriso fechado e fofo. ㅡ Você é estudante daqui? ㅡ Ele assentiu outra vez com a cabeça. ㅡ Ahh! Ainda bem, um veterano! Você sabe onde é a coordenação de Pedagogia? ㅡ Mostrei o papel que segurava em mãos e ele fez um ruído fofo com a boca, mas depois concordou com a cabeça eufóricamente. Não podia negar que ele era bastante fofo. Soltou a mão pra me mostrar o caminho didáticamente, e como resultado, derrubou todos os livros de novo. Nós dois rimos, agachando para pegar os mesmos. ㅡ Acho melhor você me levar até lá, hmn? Se não estiver tão ocupado... ㅡ Ele concordou outra vez com a cabeça e nossos olhos se completaram antes de levantarmos. ㅡ Ótimo!! Qual o seu nome?

O garoto ficou me encarando com a boca entreaberta, olhou pro mural ao lado e teve um insight. Saiu apontando cada letra do alfabeto que compunha o seu nome, com cuidado pra não derrubar os livros outra vez.

ㅡ S-e-u-n-g... sik? Seu nome é Seungsik? ㅡ Ele sorriu bem mais aberto dessa vez e eu poderia estranhar de primeira a interação, mas estava perdido em sua áurea brilhante. ㅡ É um prazer, meu nome é Seungwoo, Han Seungwoo. Você não fala? ㅡ Ele ficou com a boca entreaberta de novo.

ㅡ Seungsik! ㅡ Ele virou para trás ao que outra pessoa invocou seu nome. Esse era um pouco baixo, tinha olhos amendoados e dentro de óculos dourados. Veio em nossa direção. ㅡ Porra, estou te procurando a horas, onde você se enfiou? ㅡ Bradeou, deixando o sorriso brilhante do loiro se transformar em um bico. ㅡ Awn, foi na biblioteca ler essas coisas de novo? Você e sua obssessão por Química Quântica... ... Quem é você? ㅡ Finalmente o menor me notou.

ㅡ Ah, me chamo Seungwoo, sou novato por aqui. Seungsik ia me mostrar como chegar na coordenação. ㅡ Digo um pouco tímido, mas percebendo Sik desconfortável com quem quer que seja esse homem.

ㅡ Hmn, deixa eu dar uma olhada. ㅡ Tomou o papel da minha mão um tanto quanto desrespeitoso. ㅡ Ah, Pedagogia? Tenho amigos lá. Não é de lá aquele clube? Como é o nome mesmo... Howling Wolves? Enfim... É só você ir direto aqui e dobrar a direita. A segunda porta, tem o nome coordenação bem legível. Espero ter ajudado! ㅡ Me devolveu o papel e demonstrou um sorriso, que era deveras bonito, mas também sinistro.

ㅡ Obrigado, foi um prazer...

ㅡ Igualmente. Vamos, Seungsik. ㅡ Saiu empurrando o outro para longe de mim, talvez eles tivessem algum relacionamento ou laço familiar, enfim, não dei muita bola para isso. Segui meu caminho até a coordenação e acertei os papéis para minha total transferência, e depois dali foi só sentar na sala de aula.

HOWLING | VICTONOnde histórias criam vida. Descubra agora