Tragédia não é o fim

Capítulo 13

Este capítulo inclui relatos do que aconteceu com os Wens nos campos de prisioneiros, e é onde a tag 'agressão sexual implícita/referenciada' se torna mais relevante - dada a situação, há também algumas referências a crianças mortas . Não há nada explícito, mas se você preferir evitar essas referências, elas começam em 'Wei Wuxian sabia muito bem que nenhum deles estava nos túmulos' e terminam em 'O punho de Wei Wuxian bateu no chão'.

Além disso - como estou tentando ser bastante consistente com o uso do chinês para nomes e títulos, estou usando 'Sishu' para me referir ao Quarto Tio.

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Wei Wuxian nunca perguntou a nenhum dos Wen o que havia acontecido com eles no acampamento de Qiongqi Pass. Nunca houve necessidade. Ele tinha visto mais do que o suficiente com seus próprios olhos, e no começo ele não conhecia nenhum deles exatamente o suficiente para que o vissem como um confidente. Wen Ning estava inconsciente, afinal, e Wen Qing manteve suas preocupações para si mesma quando podia. À medida que o tempo passava e ele se aproximava de Popo, Sishu e A-Yuan, Wei Wuxian percebeu que realmente não queria saber mais do que já sabia. Já era ruim o suficiente que pessoas tão gentis, calorosas e inocentes tivessem sofrido. Ele não precisava saber como.

Fazia quase dois anos, agora, que eles viviam em Burial Mounds, e Wei Wuxian se importava profundamente com cada um dos Wens sob seus cuidados. Ele ainda era mais próximo de Wen Qing e Wen Ning, e Popo e Sishu, e seu maravilhoso pequeno A-Yuan, mas não havia uma única pessoa nos túmulos que ele não contaria como família.

Não havia uma única pessoa que ele achasse que poderia merecer passar um tempo em uma prisão normal – muito menos em um campo como o de Qiongqi Pass.

Em um nível lógico, ele entendeu por que Lan Qiren e Jin Zixuan queriam saber mais. Eles precisavam saber a extensão dos crimes do clã Jin, dos crimes de Wei Wuxian, e ele precisava que eles soubessem. Ele precisava que eles estivessem do seu lado. Ele entendia a pressa também – com a falta de Lan Xichen, Lan Qiren não tinha tempo de sobra. Mas a lógica não impediu o coração de Wei Wuxian de bater forte e rápido contra sua caixa torácica enquanto ele os levava para se sentar no quarto de Popo com Wen Qing para esperar a primeira testemunha chegar.

“Enquanto um de vocês estiver aqui com um dos Wen, não sairei desta sala,” Wei Wuxian disse, fazendo o possível para manter a voz educada, mas sem fingir que era uma negociação. “Wen Qing e eu estaremos aqui o tempo todo. Se alguém ficar muito chateado para continuar, ou quiser sair, eles sairão e você não os seguirá”.

“Eu entendo,” disse Jin Zixuan, balançando a cabeça tão profundamente que era quase uma reverência, e Lan Qiren curvou o lábio, mas deu um aceno rígido também.

Wei Wuxian curvou-se um pouco e tentou fingir que seu intestino não estava se contorcendo. "Obrigada."

Eles escolheram o quarto de Popo de propósito. Escondido nos fundos da casa, era privado, limpo e quente, mas também tinha uma grande porta e várias janelas. Com Lan Qiren e Jin Zixuan de costas para a parede oposta, os Wen poderiam sentar-se mais perto da porta caso quisessem sair de repente.

Para sua consternação, foi Sishu quem passou primeiro pela porta, o medo marcando as rugas de seu rosto. Ele se curvou para a sala, oferecendo a Wei Wuxian um sorriso tenso, e então se ajoelhou em frente a Lan Qiren e Jin Zixuan.

"Qual é o seu nome?" Lan Qiren perguntou, e Sishu inclinou a cabeça.

“Wen Chang, embora eu vá principalmente por Sishu.”

“Qual foi o seu papel na guerra, Wen Chang?”

O rosto de Sishu se contraiu. "Eu não participei disso", disse ele, sua voz calma, mas firme. “Eu sou de Dafan Wen. Todos nós somos, ou a maioria de nós. Por mais de cem anos nosso clã se dedicou à cura. Era nosso costume, quando atingimos a maioridade, prometer nunca tirar uma vida, a não ser em autodefesa, e apenas como último recurso. Aqueles aqui que cultivam praticam o cultivo médico – eles conhecem as técnicas da espada, mas raramente as empunham. Wen-zongzhu nunca nos chamou para lutar. Ele nos considerava pequenos. Não participei da guerra.”