Capítulo 32

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Wei Wuxian estava no controle até ouvir Lan Zhan gritar. Ele aceitou que usar Chenqing era anunciar sua presença, que eles tinham uma chance maior de sucesso sem chamar atenção para si mesmos. Ele aceitou que fazia sentido para Jiang Cheng e Jin Zixuan se separarem quando descobriram por um guarda que Mo Xuanyu estava sendo mantido como garantia em uma masmorra enquanto o 'experimento' de Jin Guangyao ocorria. Ele aceitou que os guardas que eles enfrentaram foram mortos rapidamente e silenciosamente, e ele aceitou que foram em grande parte Nie Mingjue e Lan Qiren que os mataram.

A raiva, a dor e o medo que queimavam dentro dele eram mais fortes do que qualquer coisa que ele já havia sentido antes, e mesmo antes que ele fizesse qualquer esforço para invocar a energia ressentida enrolada de Chenqing, e ele queria liberar tudo - para massacrar a última alma que ficou entre ele e Lan Zhan e Sizhui – mas ele não podia.

Mas então ele ouviu Lan Zhan gritar.

"Não! Não, deixe-o em paz – Sizhui!”

E o terror na voz de Lan Zhan dividiu a alma de Wei Wuxian em duas.

Seu próprio terror saiu em uma nota aguda e estridente de Chenqing, e a energia ressentida que se enroscou em sua flauta, seus pulsos e seu coração enquanto sua raiva crescia ganhou propósito, atirando na sala mais rápido do que qualquer homem poderia esperar correr – procurando Sizhui.

Wei Wuxian irrompeu pela porta uma fração de segundo depois, seus olhos varrendo rapidamente a sala. Horror o atravessou ao ver Lan Zhan amarrado a uma cama, seu estômago já aberto – se seu núcleo já tivesse desaparecido, se Wei Wuxian fosse tarde demais – 

Mas não havia tempo para pensar nisso, porque Wen Qing estava no centro da sala com as mãos no cabelo, de pé entre a cama de Lan Zhan e a de Jin Guangyao, e Jin Guangyao estava sentado, uma mão na barriga e o outro segurando uma faca, e não havia para onde correr – na frente dela estava Lan Xichen, que parecia a morte, sua espada tremendo na mão, e atrás dela estava Su She –

E Su She estava se movendo, cambaleando em direção à nuvem de energia ressentida que já girava em torno de Sizhui, e havia uma faca em sua mão, e ele iria passar antes que a fumaça preta tivesse a chance de formar um escudo e –

Uma espada assobiou passando pelo rosto de Wei Wuxian, aterrissando com um baque doentio no ombro de Su She, prendendo o homem na parede. Su She gritou, agarrando a espada com a outra mão, mas então seus lábios se fecharam, e Wei Wuxian viu Lan Qiren com o canto do olho, agora sem espada enquanto agarrava o braço de Lan Xichen. Mas então Wei Wuxian teve um vislumbre do rosto aterrorizado de Sizhui, e sua raiva aumentou, derramando-se na música. A energia ao redor de Sizhui estremeceu, e então se estabeleceu, um escudo móvel e errante, e Wei Wuxian voltou sua atenção para Jin Guangyao.

Nunca, em toda a sua vida, Wei Wuxian sentiu uma fúria como essa.

Ele tinha chegado perto de Wen Chao, com o homem que massacrou seu clã e queimou sua casa e quase matou seu irmãozinho, mas isso - essa raiva era ainda mais aguda, ainda mais fria.

Este homem machucou todos que Wei Wuxian amava.

Este homem tinha levado Wen Qing, e seu filho, e seu Lan Zhan.

Era impossível dizer onde terminava o ressentimento de Wei Wuxian e começava a energia ressentida, e mesmo quando Jin Guangyao alcançou Wen Qing, um fio grosso de fumaça preta apertou seu pulso, puxando-o para longe.

Sem perder o ritmo, Wen Qing se abaixou ao redor da cama de Lan Zhan, e assim que ficou entre ela e Jin Guangyao ela levou seu bisturi para as tiras que amarravam Lan Zhan.

Do lado de fora, houve o barulho de passos e gritos de “Lianfang Zun!” mas Nie Mingjue rosnou, “Estou nisso,” e saiu da sala, e então Wei Wuxian os ignorou.

Tragédia não é o fimOnde histórias criam vida. Descubra agora