Capítulo 23

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“Wei-qian – Wei Wuxian, não tenho certeza se isso é uma boa ideia…”

“Ah, Sizhui, você se preocupa demais,” Wei Wuxian disse, sorrindo e beliscando a bochecha do garoto. "Está bem. Não estou fazendo nada que prometi a Wen Qing ou Lan Zhan que não faria. Não estamos correndo riscos desnecessários e voltaremos com bastante tempo antes da sua hora de dormir. Sizhui olhou para baixo, seu rosto contorcido de preocupação, e Wei Wuxian fez uma pausa. “Sizhui, me diga – você acha que eu conscientemente o levaria ao perigo? Perigo real?”

“Não, mas…” Sizhui mordeu o lábio e Jingyi cruzou os braços sobre o peito.

“Mas você pode fazer algo estúpido que colocaria sua própria vida em risco”, disse ele. "Novamente."

Wei Wuxian teria revirado os olhos, se não fosse pela preocupação ainda clara no rosto de Sizhui. “Não quando prometi a A-Yuan e A-Zhui que voltaria, eu não voltaria.”

Um pequeno sorriso curvou os lábios de Sizhui, embora sua testa permanecesse franzida com preocupação. “Você não pode tirar uma soneca primeiro? Wen Qing disse que você deveria estar descansando.

“Vou descansar”, prometeu Wei Wuxian. “E até vou para a cama às nove, como um pequeno Lan. Assim que voltarmos.”

Sizhui suspirou. Tanto ele quanto Jingyi estavam vestindo roupas do próprio guarda-roupa de Wei Wuxian – vestes que obviamente não os ligavam a nenhum clã, e suas bandanas estavam enroladas em seus pulsos, escondidas sob as mangas. De alguma forma, isso os fez parecer mais jovens. Em suas mãos, eles seguravam espadas emprestadas do arsenal de Jiang que o velho Jiang Lifan ficara muito feliz em emprestar, quando viu que era Wei Wuxian quem estava pedindo.

“Você se foi por muito tempo, xiao-gongzi,” ele disse, segurando as espadas no comprimento do braço. "Você não está fugindo de novo, agora está?"

“Estarei de volta ao anoitecer, eu prometo,” Wei Wuxian jurou, e o velho lhe deu um sorriso enrugado – e as duas espadas.

“Certo,” Wei Wuxian disse agora, batendo palmas. “Quanto mais cedo sairmos, mais cedo voltaremos. Sizhui, vou voar atrás de você e, infelizmente, provavelmente vou segurar muito forte para ficar confortável, mas quero que vocês dois ignorem isso, se não se importarem. Vamos lá."

Sizhui suspirou, mas assentiu, e Jingyi fez um péssimo trabalho em esconder seu entusiasmo por trás de uma carranca sombria. Eles montaram suas espadas e Wei Wuxian respirou fundo. Contanto que ele estivesse atrás de Sizhui, onde ele não poderia nem teoricamente ser empurrado, ele estaria bem.

Ele esperava.

Como se sentisse seu nervosismo, Sizhui hesitou, e Wei Wuxian zombou, envolvendo os braços em volta de Sizhui e apoiando o queixo no ombro do menino. "Vamos, vamos, antes que Wen Qing nos pegue e atire em nós cheios de agulhas."

"Então, estamos fazendo algo errado", disse Sizhui tristemente, embora tenha decolado. Tentando ignorar o movimento de seu estômago enquanto o chão desaparecia debaixo dele, Wei Wuxian balançou a cabeça.

“Ah, Sizhui, você me escute – é sempre melhor pedir perdão do que permissão.”

“Tenho certeza de que isso nunca saiu pela culatra para você”, disse Jingyi, sorrindo.

Wei Wuxian riu, tentando ignorar como seu coração já estava começando a acelerar. “Eh, funciona na maioria das vezes.”

“Ainda acho que deveríamos ter contado a alguém para onde estamos indo”, disse Sizhui, olhando por cima do ombro.

“Deixamos um bilhete”, lembrou Wei Wuxian.

“Mn,” Sizhui disse, soando tanto como Lan Zhan que o coração de Wei Wuxian inchou, afugentando o medo por um segundo. Foi apenas um segundo, e quando terminou ele descobriu que tinha que trabalhar duro para manter a respiração uniforme, mas era factível. Sizhui estava aqui, e nervoso, e se ele soubesse que Wei Wuxian estava com medo, então era provável que ele também estivesse com medo.

Tragédia não é o fimOnde histórias criam vida. Descubra agora