"no, no es necesario que lo entienda, por que nunca
le ha servido la razón. al corazón, el corazón no piensa...
{suelta mi mano - sin bandera}"Preciso falar com você. Pode vir aqui?"
Morena escreveu, na manhã seguinte, para Mathias.
"Claro. Me dá 5 minutos."
O rapaz pediu.
Em pouco tempo, ela pôde ouvir o som da motocicleta do namorado se aproximando e foi até a porta principal para recebê-lo.
– Oi! Trouxe isso para você.
Mathias disse, entregando-lhe uma pequena embalagem.
– A chocotorta de sua mãe?! Obrigada, ursinho. Você sabe que a amo.
A moça exclamou, satisfeita ao ver o conteúdo da embalagem: uma generosa fatia de uma de suas sobremesas favoritas.
Mathias era filho de paraguaios, donos de uma pequena padaria da Villa 21, onde muitos moradores vêm do país vizinho e dividem essa naturalidade.
A mãe trabalhava na cozinha, o pai gerenciava o comércio, e Mathias cuidava das entregas. Vez ou outra, quando um doce era preparado em maior quantidade, o rapaz levava para a namorada, como um agrado.
Morena e Mathias se conheceram ainda na escola, quando cursavam o ensino fundamental.
Apesar do rapaz ter largado os estudos antes de sequer concluir o ensino médio – sendo mais uma vítima da triste realidade da maioria dos jovens daquela comunidade, que acabavam deixando a escola em algum momento para trabalhar ou criar os filhos – continuou junto com a bailarina durante todo esse tempo.
– Sei – Ele sorriu. – Por isso a trouxe! Agora me diz, o que houve?
– Certo – Morena coçou a garganta antes de começar a explicar. – O motivo de tudo o que vou lhe dizer agora, Mathi, é a saúde de meu pai. Ele está cada vez mais doente e, para seguir se tratando, precisaremos de mais dinheiro.
– O oxigênio não tem ajudado?
O rapaz perguntou, curioso.
Mathias tinha uma face já bem mais máscula do que aquela que Morena conheceu ainda na escola. Porém, conversando com ele, em alguns momentos ela ainda conseguia enxergar o rosto daquele menino.
O cabelo negro, tão escuro quanto a noite, tinha quase a mesma cor dos olhos do rapaz, em contraste com a cor clara de sua pele; que, por sua vez, contrastava com o tom de pele moreno de Morena.
O nome da moça, escolhido – obviamente – às cegas, antes que os pais pudessem saber qual cor sua pele teria, lhe caía como uma luva. Os cabelos longos e ondulados tinham reflexos dourados e os olhos um tom castanho que vez ou outra tendia para o verde. Olhos de camaleão, como Mathias dizia carinhosamente.
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Ocean Eyes
FanfictionUma emergência familiar faz com que Morena precise deixar sua vida simples na cidade de Buenos Aires para se arriscar num trabalho novo, em Paris. Entre tantos desafios que vêm com uma mudança como essa, a companhia de um atleta faz tudo mudar. OBS:...