"y traerá tu amor la primavera, y una vida nueva
que aprender. nada volverá a ser como ayer"
{cuando nos volvamos a encontrar - carlos vives}– Tome. – A mãe disse, tirando algo do bolso da calça. – Leve essa medalhinha consigo, para que A Virgem de Guadalupe te proteja.
Morena estava de malas prontas, documentos em mãos e o coração na boca.
– Obrigada, mamãe.
Disse, enxugando mais uma lágrima.
As duas estavam ansiosas e emocionadas com a viagem de Morena.
Apesar de saber que o que a filha estava a caminho de fazer fora ideia sua e visava o bem financeiro da família, não ter a primogênita - e única filha adulta por perto - também traria uma dificuldade imensa ao dia-a-dia de Eugenia. Seria um esforço de todos os lados para que Seu Domingos pudesse se tratar e talvez se curar.
– Papai? – A bailarina disse, adentrando o quarto do pai. – Vim me despedir. Já estou indo!
– Morenita! Já vai? – Ele perguntou, surpreso e ela assentiu; já sentindo novamente lágrimas subindo em direção aos seus olhos. – Se divirta, minha filha amada. Aproveite ao máximo essa experiência. E... Mande fotos para nós. – O pai pediu. – Por favor, não deixe de mandar fotos, ou morreremos de saudades!
– Está bem, papai. Mandarei fotos!
Ela sorriu, entre lágrimas, segurando a mão do pai.
– Está chorando, mas é de alegria, não é?
Domingos perguntou e o choro de Morena se intensificou.
Seu choro naquele momento era de qualquer coisa – medo, insegurança, tristeza, preocupação – absolutamente qualquer coisa, menos alegria. Mas o que estaria sentindo uma dançarina diante de um presente tão grande quanto o que ela fingia ter ganhado, de estudar a arte que amava na França?
– Sim, papá. Mas sentirei muita saudade... Meu coração não para de doer!
Ela disse, sem conseguir disfarçar.
– Minha linda... – O pai falou, pegando novamente sua mão. – Aproveite essa oportunidade como se não houvesse amanhã. Estaremos aqui te esperando quando voltar. Não se preocupe!
– Está bem.
Ela respondeu, respirando fundo. Sabia que o pai não podia prometer o que dizia e só a ideia de que essa pudesse ser a última vez que eles se viam, sentia mais e mais vontade de cair no choro. Mas aí também vinha a lembrança do porquê ela estava passando por tudo isso.
Era por ele.
Para dar a ele a esperança de um tratamento melhor.
More então se abaixou, beijou o rosto do pai com carinho e sussurrou:
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Ocean Eyes
Hayran KurguUma emergência familiar faz com que Morena precise deixar sua vida simples na cidade de Buenos Aires para se arriscar num trabalho novo, em Paris. Entre tantos desafios que vêm com uma mudança como essa, a companhia de um atleta faz tudo mudar. OBS:...