03 - Llegada

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"y traerá tu amor la primavera, y una vida nueva que aprender

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"y traerá tu amor la primavera, y una vida nueva
que aprender. nada volverá a ser como ayer"

{cuando nos volvamos a encontrar - carlos vives}

– Tome. – A mãe disse, tirando algo do bolso da calça. – Leve essa medalhinha consigo, para que A Virgem de Guadalupe te proteja.

Morena estava de malas prontas, documentos em mãos e o coração na boca.

– Obrigada, mamãe.

Disse, enxugando mais uma lágrima.

As duas estavam ansiosas e emocionadas com a viagem de Morena.

Apesar de saber que o que a filha estava a caminho de fazer fora ideia sua e visava o bem financeiro da família, não ter a primogênita - e única filha adulta por perto - também traria uma dificuldade imensa ao dia-a-dia de Eugenia. Seria um esforço de todos os lados para que Seu Domingos pudesse se tratar e talvez se curar.

– Papai? – A bailarina disse, adentrando o quarto do pai. – Vim me despedir. Já estou indo!

– Morenita! Já vai? – Ele perguntou, surpreso e ela assentiu; já sentindo novamente lágrimas subindo em direção aos seus olhos. – Se divirta, minha filha amada. Aproveite ao máximo essa experiência. E... Mande fotos para nós. – O pai pediu. – Por favor, não deixe de mandar fotos, ou morreremos de saudades!

– Está bem, papai. Mandarei fotos!

Ela sorriu, entre lágrimas, segurando a mão do pai.

– Está chorando, mas é de alegria, não é?

Domingos perguntou e o choro de Morena se intensificou. 

Seu choro naquele momento era de qualquer coisa – medo, insegurança, tristeza, preocupação – absolutamente qualquer coisa, menos alegria. Mas o que estaria sentindo uma dançarina diante de um presente tão grande quanto o que ela fingia ter ganhado, de estudar a arte que amava na França?

– Sim, papá. Mas sentirei muita saudade... Meu coração não para de doer!

Ela disse, sem conseguir disfarçar.

– Minha linda... – O pai falou, pegando novamente sua mão. – Aproveite essa oportunidade como se não houvesse amanhã. Estaremos aqui te esperando quando voltar. Não se preocupe!

– Está bem.

Ela respondeu, respirando fundo. Sabia que o pai não podia prometer o que dizia e só a ideia de que essa pudesse ser a última vez que eles se viam, sentia mais e mais vontade de cair no choro. Mas aí também vinha a lembrança do porquê ela estava passando por tudo isso.

Era por ele.

Para dar a ele a esperança de um tratamento melhor.

More então se abaixou, beijou o rosto do pai com carinho e sussurrou:

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