Verdade - Alguma te consome?

"Você é uma droga."

Eu sonho com o dia em que a felicidade irá bater em minha porta novamente.
E eu direi: Sim!
Abrirei as janelas.
Mudarei os forros de mesa e renovarei as rosas do jardim.
Sentarei enfrente a janela e desfrutarei do café amargo no qual eu não sei fazer.
Eu prometo que deixarei a vida me sacudir, e não segurarei em brechas qualquer.



Desde em que mudei de cidade, não me interessei por ninguém. É sério, é super estranho não sentir tesão por ninguém, ou não querer beijar umas bocas de vez em quando.

Falando nisso, Lua me chamou pra uma festa na casa de um amigo.
Novamente eu não quero ir, mas pesa minha consciência saber que todo tempo ela passa comigo, mas eu não correspondo ela de forma alguma.
Me sinto hipócrita por fazer ela passar a maior parte da vida comigo, enquanto poderia estar tendo seus próprios momentos únicos.
Lua quase me implorou pra ir, e pra fazer eu me sentir mais mau ainda, me deu um vestido. (Eu não preciso de roupas, tenho um closet inteiro e luxuoso, mas normalmente eu prefiro minhas calças surradas e coturno marrom.)
Não se conseguirei ignorar o fato de vários homens tentando me comer a cada instante, ou os olhares estranhos em minha volta. Porém, se algum dia eu desistir de viver, Lua terá momentos para pensar em mim como alguém legal, não um peso em que ela foi fardada a suportar.

Visto-me em um vestidinho preto no qual encaixa bem em minhas marcadas silhuetas.
Eu sempre preferi roupas largas, nas quais apagavam meu corpo escultural e cobria cada metro da minha pele branca sem melanina. Oque sempre me deixava sem auto estima, mas me prevenia de ser assediada novamente.
1.2.3. Respira Izzie. Você consegue.
Acompanho uma taça de champanhe até a boca para tentar remediar o pavor no qual estava sentindo.

-Olá gata. Um homem alto e moreno senta ao meu lado. - Nunca vi você por essas bandas, qual o seu nome?

-Izzie. Respondo imediatamente tirando as suas mãos fortes das minhas coxas.

-A gente pode ir pra um lugar mais afastado pra conversar, não?

-Não, obrigado.

-Que isso gata, vamos logo, você vai gostar.

-Moço, eu já disse que não. Levanto quase correndo desse nojento.

-Que isso, vamos logo.
Ele dá um puxão no meu braço quase deslocando meu osso.

-Ela disse que não, ou você não ouviu direito? Matheo chega com os olhos queimando de ódio, nunca havia visto ele desta forma, como se puder quebrar o mundo inteiro com apenas um olhar.

-Quem é você? O namoradinho dela? Deixa eu te falar maninho, essa daqui,não passa de uma putinha disposta.

-Seu filho de uma puta, eu vou acabar com você.  Tento alcançar o braço de Matheo para fazer -lo recuar, no qual acaba me tirando do lado.

Matheo me joga para atrás dele enquanto soca o garoto com toda sua extrema força, que apesar de não parecer tão forte, tem muita.

-Theo, PARA POR FAVOR. EU QUERO IR EMBORA. grito enquanto o sangue escorre o chão acinzentado.

-Vamos, eu te levo. A calma reaparece em seu rosto, é incrível a capacidade que ele tem de controlar sua aparência na frente das pessoas. 

-Não precisa , eu vim com a Lua, só preciso andar um pouco e encontra-lá. Eu não sabia nem por onde começar a procurar- la, mas sabia que não podia ir embora e deixar ela sozinha.

-Ok. Ela está bêbada transando com meu melhor amigo num quarto qualquer acima das escadas.

Abro a boca instantaneamente. Oque? Não vou dizer que Lua não é disso, mas ainda sim continuo perplexa.