O prólogo será dividido em três partes, para que não fique muito grande. :3
...
Então, sabe qual a melhor forma de comemorar seu aniversário?
Numa briga.
Não, não assistindo uma briga, participando de uma briga de gangues. Mas você sabe qual a melhor parte disso? Não?
É que eu sou uma garota – a única menina da gangue, na verdade –, e os meninos não deixam ninguém me tocar, como se eu fosse a princesinha indefesa que eles tem de proteger. Novidade: Eu não sou.
Quer provas? Então assista:
Eu pego a garrafa de vodca que os meninos estavam tomando e uso ela pra bater na mão de um idiota que vinha pra cima de mim, consegui escutar o pulso dele quebrar, então quando ele se curvou com a dor, eu esmaguei seu nariz com a mesma garrafa. O som de ossos quebrando – quando não são os seus – é lindo. Só pra finalizar eu dei um chute nas bolas dele, isso aí.
Um outro imbecil veio gritando pra cima de mim. Dica: Se você está numa briga de gangues, não avise que está chegando, é tipo pedir pra apanhar. Me virei e dei um chute na cabeça dele, no ouvido. Ele caiu, mas o filho da puta conseguiu me levar junto, me puxando pelo pé. Eu já ia enfiar meu tênis no narizinho bonito do imbecil, mas Lucas me puxou pra cima, enquanto pisava nas bolas do idiota, estragando minha diversão.
Lucas podia ser bem idiota quando estava tentando me proteger. Ele fazia coisas realmente estúpidas às vezes, mas na maioria só era um pé no saco. E foi por isso que, depois de deixar o imbecil deformado, ele me colocou exatamente atrás dele, como se eu precisasse de proteção.
A única frase em que eu e proteção aparecem juntas é: Eu faço as pessoas precisarem de proteção.
Agora me diga, você, o que eu devo fazer com um ser humano desses?
Bem, você demorou, achei minha resposta. Quer saber qual é? Simples, o que qualquer garota na minha situação faria:
O peguei pelas bolas, isso mesmo, peguei e apertei, sentindo as coisas se mexerem na minha mão. Lucas gritou e eu dei uma cotovelada, seguida de um chute, num cara que estava vindo por trás de mim – será que eles nunca aprendiam? –, que caiu em seguida, então eu pude continuar minha conversa com o Lucas.
— Solta minhas bolas agora, Nayana. — Ele tentou ordenar, meio choroso e curvado.
— Engraçado, vários homens estariam morrendo para eu pôr a mão nos bebês deles. — Cantarolei de forma que ele escutasse.
— Eles estariam que nem eu, morrendo por você por a mão neles. — Eu sorri de Lucas, ele era um bom amigo. — Eu te salvo e é assim que você me agradece?
— Primeiro, ninguém se intromete nas minhas brigas, isso é antiético! Você não me vê me metendo em briga que não é minha por aí. — Falei séria. — Segundo, não pedi sua ajuda, ajudou por que quis, não espere que eu esfregue seu cabelo, agradeça e diga o quanto você é fofinho. — Sorri e afrouxei levemente o aperto, queria que ele escutasse. — Terceiro, eu não precisava de ajuda, estava indo muito bem ali. — Desci o rosto até estar perto do ouvido dele. — Quarto, você teve sorte que eu não usei as unhas. — Então soltei ele, minha mão já estava doendo um pouco.
Lucas se apoiou nos joelhos por um tempo, a briga já estava quase acabando a nossa volta. Dei um tapa na bunda dele, de leve.
— Deixa de ser fresco, eu nem apertei com tanta força assim. — Ri e peguei minha garrafa do chão, que tinha caído junto comigo e ficado lá quando fui levantada.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Garota Desastre
ЮморNayana é grossa, mal educada, cínica e muito sincera. Ela e a mãe, Maya, vivem sozinhas desde que o pai morreu. Tem um salão de festas, tipo um bar, em que fazem apresentações temáticas. Nay faz dança indiana e suas apresentações sempre lotam o loca...