Capítulo 0

11 4 1
                                    

Eu estava prestes a entrar para a Escola de Guerra de Lerien, quando percebi que entre os meus pertences faltava o diamante que usaria para pagar a matrícula. Fiquei bastante zangado comigo mesmo por não ter lembrado dele, mas ainda restava algum tempo para realizar as matrículas, considerando que a fila era enorme.

Corri de volta para casa, meus pés saltando a estradinha enfeitada de pedregulhos. O barraco torto aparecia ao alcance de meus olhos. Com espanto, eu parei de correr e passei segundos encarando minha moradia.

A porta estava escancarada, a maçaneta caída no chão. Espiando o interior, eu via refletida nas paredes uma luz alaranjada que lembrava fogo, como se o ambiente estivesse iluminado por velas.

Tive medo de entrar e descobrir o que era, mas o fiz. Adentrei o corredor com uma tremedeira descontrolável. Subi dois degraus da escada para meu quarto e fiquei agachado escutando a conversa.

- ... Sabia que não seria lucrativo, ele é um ninguém! - resmungou uma voz esganiçada.

- Eu posso jurar, vi um diamante vermelho nas mãos dele! - respondeu um outro.

Naquele instante percebi que estava sendo roubado e precisava agir, porém sem nenhum treino ou equipamento não soube o que fazer. Decidi voltar e chamar ajuda.

Dei meia volta, prestes a voltar, quando o degrau rangeu e quebrou, afundando meu pé na escada. "Droga, porra de casa velha". Dei um grito com o susto.

Merda.

Puxei meu pé para cima e fugi o mais rápido que pude, ouvindo movimento atrás de mim. Aos tropeços empurrei a porta e me deparei com um ser desconhecido.

Sua cabeça era uma esfera flamejante com olhos dourados e uma boca de dentes afiados, lembrava muito uma abóbora do Dia das Condenadas. Ele riu maldosamente para mim.

- Veja só o que encontrei aqui...

- Porra, não me mata! Eu digo onde está o diamante! - sim, sou corrompido da mais pura covardia e não tenho medo de usá-la para continuar vivo.

O estranho continua rindo.
Suas mãos brilharam acendendo uma chama, onde apareceu o diamante, flutuando acima de seus dedos.

- Está falando disso?

- Sim, exatamente. - sorrio.

- Hm, agora que já tenho o diamante não preciso de você.

- Ah qual é, Abóbora. Me deixa, vai.

Ele se enfureceu.

- VOCÊ ME CHAMOU DE ABÓBORA?!

Com um gesto suas mãos produziram uma grande bola de fogo, que foi arremessada na minha humilde residência. Rapidamente o fogo vai se espalhando.

- Que sirva de aviso, pequenino.

- Eu não tenho medo de você! - digo com toda a marra de um cão com rabo entre as pernas.

Ele riu de novo.

- Medo? Não deve temer a mim. - ele se aproximou, tão perto que eu sentia o calor de suas labaredas lamberem minha face - Diga para todos que o Pistoleiro Infinito está de mudança, e que seu próximo destino é Lerien.

Dito aquilo, a "Abóbora" se tele transportou, desaparecendo de vista, levando consigo meu precioso diamante, e também minha única chance de treinar na Escola de Guerra e virar um mestre no domínio das técnicas de luta e magia.

Fico ali observando a madeira ser devorada pelo fogo.

- É, mas que droga...

Continuo parado, e, DO NADA, um papel voa na minha cara.

- Mas que caral...

É um mapa do tesouro.

- Nossa, qual a porcentagem de um à um milhão de isso acontecer com outra pessoa??

Começo a seguir o caminho do mapa com estrelas nos olhos, cheio de expectativas.

CONTINUA...

***

Então, eu pretendo que os outros capítulos se mantenham com este "bom humor" e que pareçam muito com uma coisa cartunesca, com uma narrativa rápida e vários acontecimentos para que a história nunca morra. Tô pensando num capítulo só pra mostrar os personagens.

É isso, não levem esta história a sério.

Isto NÃO é RPG!Onde histórias criam vida. Descubra agora