Eu estava prestes a entrar para a Escola de Guerra de Lerien, quando percebi que entre os meus pertences faltava o diamante que usaria para pagar a matrícula. Fiquei bastante zangado comigo mesmo por não ter lembrado dele, mas ainda restava algum tempo para realizar as matrículas, considerando que a fila era enorme.
Corri de volta para casa, meus pés saltando a estradinha enfeitada de pedregulhos. O barraco torto aparecia ao alcance de meus olhos. Com espanto, eu parei de correr e passei segundos encarando minha moradia.
A porta estava escancarada, a maçaneta caída no chão. Espiando o interior, eu via refletida nas paredes uma luz alaranjada que lembrava fogo, como se o ambiente estivesse iluminado por velas.
Tive medo de entrar e descobrir o que era, mas o fiz. Adentrei o corredor com uma tremedeira descontrolável. Subi dois degraus da escada para meu quarto e fiquei agachado escutando a conversa.
- ... Sabia que não seria lucrativo, ele é um ninguém! - resmungou uma voz esganiçada.
- Eu posso jurar, vi um diamante vermelho nas mãos dele! - respondeu um outro.
Naquele instante percebi que estava sendo roubado e precisava agir, porém sem nenhum treino ou equipamento não soube o que fazer. Decidi voltar e chamar ajuda.
Dei meia volta, prestes a voltar, quando o degrau rangeu e quebrou, afundando meu pé na escada. "Droga, porra de casa velha". Dei um grito com o susto.
Merda.
Puxei meu pé para cima e fugi o mais rápido que pude, ouvindo movimento atrás de mim. Aos tropeços empurrei a porta e me deparei com um ser desconhecido.
Sua cabeça era uma esfera flamejante com olhos dourados e uma boca de dentes afiados, lembrava muito uma abóbora do Dia das Condenadas. Ele riu maldosamente para mim.
- Veja só o que encontrei aqui...
- Porra, não me mata! Eu digo onde está o diamante! - sim, sou corrompido da mais pura covardia e não tenho medo de usá-la para continuar vivo.
O estranho continua rindo.
Suas mãos brilharam acendendo uma chama, onde apareceu o diamante, flutuando acima de seus dedos.- Está falando disso?
- Sim, exatamente. - sorrio.
- Hm, agora que já tenho o diamante não preciso de você.
- Ah qual é, Abóbora. Me deixa, vai.
Ele se enfureceu.
- VOCÊ ME CHAMOU DE ABÓBORA?!
Com um gesto suas mãos produziram uma grande bola de fogo, que foi arremessada na minha humilde residência. Rapidamente o fogo vai se espalhando.
- Que sirva de aviso, pequenino.
- Eu não tenho medo de você! - digo com toda a marra de um cão com rabo entre as pernas.
Ele riu de novo.
- Medo? Não deve temer a mim. - ele se aproximou, tão perto que eu sentia o calor de suas labaredas lamberem minha face - Diga para todos que o Pistoleiro Infinito está de mudança, e que seu próximo destino é Lerien.
Dito aquilo, a "Abóbora" se tele transportou, desaparecendo de vista, levando consigo meu precioso diamante, e também minha única chance de treinar na Escola de Guerra e virar um mestre no domínio das técnicas de luta e magia.
Fico ali observando a madeira ser devorada pelo fogo.
- É, mas que droga...
Continuo parado, e, DO NADA, um papel voa na minha cara.
- Mas que caral...
É um mapa do tesouro.
- Nossa, qual a porcentagem de um à um milhão de isso acontecer com outra pessoa??
Começo a seguir o caminho do mapa com estrelas nos olhos, cheio de expectativas.
CONTINUA...
***
Então, eu pretendo que os outros capítulos se mantenham com este "bom humor" e que pareçam muito com uma coisa cartunesca, com uma narrativa rápida e vários acontecimentos para que a história nunca morra. Tô pensando num capítulo só pra mostrar os personagens.
É isso, não levem esta história a sério.
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Isto NÃO é RPG!
AdventureEm um mundo fantasioso e de seres mágicos, um jovem encontra um bar abandonado e segue as ordens do antigo dono para recrutar uma equipe e derrotar o Pistoleiro Infinito. Numa narrativa simples e bem humorada, acompanhe a jornada de um grupo desajei...