Pinkie acordou com uma luz extremamente clara acima dela. Um grito imediatamente escapou de sua boca, transportado do que ela esperava desesperadamente que fosse um pesadelo. Aquilo tinha que ser um pesadelo, simplesmente tinha que ser. "Por favor, Irmãs do Sol e da Lua, que aquilo tenha sido somente um pesadelo!", ela suplicou em sua mente. Porém, no fundo, ela sabia que tudo era verdade. Ela precisava escapar, precisava arrumar um jeito de sair dali. Ela tentou se mover, mas rapidamente notou que não conseguia sentir suas patas traseiras.
A voz de Fluttershy soou por detrás dela. "Peço mil perdões, mas eu não podia arriscar que você corresse novamente. Aprendi com os erros que cometi ao tomar conta da Rainbow Dash... pégasos podem ser bem chatos. Eu tive que cortar a espinha acima das asas dela, sabe. Pessoalmente, não gosto de fazer isso, tira um pouco da experiência. Mas você foi uma pônei bem travessa lá fora, Pinkie. Não se preocupe; você ainda tem a parte superior do seu corpo".
Pinkie tentou se movimentar. Ela podia ver suas pernas, mas não havia sensação, nenhuma reposta do seu sistema nervoso. Ela chorou, "Por favor...", sua voz falhou, e lágrimas escorreram pelo seu rosto.
Fluttershy se aproximou dela, sorrindo. "Você está prestes a experimentar uma transformação maravilhosa, Pinkie. Algo que poucos pôneis experimentam na vida", ela ergueu um bisturi, verificando cuidadosamente a lâmina. "Grande parte dos pôneis sequer pensam na morte por cinco segundos das suas rotinas diárias. Eles são protegidos por uma cultura que a abomina e tenta esconder suas maravilhas. Eu mesma vi a luz há apenas um ano; me lembro como se fosse ontem.
Pinkie continuou a se contorcer e implorar por sua vida. Ela sequer estava prestando atenção ao discurso de Fluttershy, mas a pégaso amarela continuou mesmo assim, enquanto analisava o corpo de Pinkie Pie. "Naquele dia, eu acabei me deparando com o cadáver de um pônei que havia morrido - do que, eu não consegui descobrir - mas ele permanecia deitado, lá na floresta. Não pude deixar de notar a presença dos milhares de bichinhos invadindo o corpo e se alimentando dele. Foi aí que eu percebi o que a morte realmente significava. Uma transformação, Pinkie. Normalmente, somos enterrados, o que impossibilita os outros de testemunharem este fenômeno fascinante, pois ele acontece no túmulo.
Eu desejo somente trazer a beleza desse evento á tona. A beleza da transformação da morte, para que todos os pôneis descobrissem o que ela realmente significa. Não compreende? Um dia, todos irão a ver e se maravilhar também!".
Pinkie chorou enquanto Fluttershy estava acima dela, segurando o bisturi. "Eu não quero experimentar isso! Eu não quero! Por favor, Fluttershy! Por favor, deixe-me ir! Não é divertido... por favor...".
Os olhos profundos de Fluttershy encontraram os dela. Pinkie se sentiu impotente, sem esperança sob o olhar dela. "Silêncio, Pinkie. Escolhi a papilio rogeri para você. É obrigada a concordar que se encaixa bem em você. É uma borboleta tão linda. Foi muito difícil encontrá-la por aqui, mas eu consegui, por você. Eu realmente acho que é perfeito para você".
Pinkie Pie queria gritar, mas tudo o que ela podia fazer era chorar de maneira impotente quando a pégaso amarela colocou a lâmina afiada do bisturi contra sua barriga. "Agora apenas procure relaxar, e não se preocupe, você não vai sentir muito. A Dr. Fluttershy sabe o que está fazendo". A pégaso sorriu, seus olhos cianos nunca se distanciando dos de Pinkie enquanto a lâmina cortava sua pele e carne. Pinkie respirou pesadamente enquanto observava sua própria mutilação, incapaz de se virar. Ela não podia sentir muito, por conta da lâmina ser extremamente afiada, mas o terror tomou conta de sua mente e rasgou seu próprio ser.
Fluttershy sorriu, seus olhos profundos mantendo os Pinkie paralisados naquele lugar. "Irei plantar os ovos em seus intestinos. É quentinho, úmido e aconchegante lá, com bastante material digerido para que elas cresçam grandes e fortes. Pense nisso como tendo centenas, talvez milhares, de criancinhas... não é maravilhoso? E Rainbow estará aqui com você. Ah, não é perfeito? Estou tão feliz por vocês duas!". O rosto de Fluttershy estava praticamente brilhando com uma alegria doentia enquanto ela batia seus cascos.
Fluttershy habilmente abriu o estômago de Pinkie, expondo seus intestinos. Ela já tinha feito isso muitas vezes, praticando inicialmente em pequenos animais. Ela sabia onde e como cortar. Pinkie Pie tinha desmaiado. Isso era costumeiro. Fluttershy sorriu e cantarolou uma pequena melodia enquanto cuidadosamente enfiava seus cascos nas entranhas quentes e sangrentas de sua amiga, encontrando o local perfeito para colocar os ovos antes de costurá-la de volta.
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Pinkie berrou imediatamente ao acordar. Sua garganta aparentava estar áspera e rígida, semelhantemente a textura de areia. Esta sensação certamente foi causada pelo fato dela ter gritado e chorado por tanto tempo. Ela estava pendurada em fortes correntes, com suas pernas balançando futilmente embaixo dela, como um peso de chumbo. Estava escuro, mas do outro lado do túnel ela podia ver o corpo em decomposição de Rainbow Dash.
A face dela havia se tornado uma colônia viva de larvas rastejantes - sangue e pus estavam fluindo dos seus olhos e boca como riachos vermelhos e amarelos. Pinkie sentiu seu estômago revirar violentamente enquanto ela vomitava sobre si mesma. Ela não conseguia ver aquilo.
"Dashie..." sua voz soou como um sussurro patético naquele vazio cruel e indiferente. Ela tossiu, e olhou para a linha de pontos passando por seu estômago. Ela podia senti-los dentro dela, rastejando, cavando lentamente em seu intestino... ou era apenas sua imaginação? Em breve seria tudo muito real...
Pinkie Pie chorou baixinho no escuro. "Me desculpe Dashie... me desculpe, por nunca dizer... que eu te amava!".
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Borboletas
HororApós terem formado uma longínqua e próspera amizade, Fluttershy acredita que chegou a hora apropriada para revelar a uma de suas melhores amigas sua paixão secreta e coleção mais premiada. Entretanto, Pinkie infelizmente fracassa em enxergar a belez...