Capítulo Um- Assassinos

447 21 7
                                    

Capítulo Um

Assassinos.

-ENTÃO QUE DIZER QUE SUA MÃE VAI TAMBÉM? -PERGUNTEI A YASMIM, falando com ela pelo celular. Estávamos combinando de ir ao shopping no sábado, e hoje é quinta-feira. Íamos ao cinema de depois comer alguma coisa, na Praça de Alimentação.

-É, ela vai trocar umas roupas que ficaram grandes numa loja, mas não vai ficar com a gente o tempo todo.

-Ah, tudo bem- respondo. Yasmim é minha melhor amiga, e realmente sou muito próximo a ela.

-Mas então, está confirmado?

-Aham. Hey preciso desligar, vou tomar banho.

-Okay... Beijo, tchau.

-Beijo.

Desligo, com um sorriso idiota estampado no rosto e vou ler um livro. "Eu Sou o Número Quatro". Depois de ler cerca de quinze páginas do livro, percebo uma sombra passar pela pequena área que separa meu quarto do quarto de meu pai e minha madrasta. Ela é parcialmente aberta, com pequenas colunas diagonais bloqueando a entrada de ladrões.

Mas uma longa sombra humana se projeta para dentro do quarto, contra a luz do sol de fim de tarde. É como se uma pessoa estivesse agachada, observando o interior do meu quarto pelo espaço. Eu pego uma faca no meu criado-mudo e lentamente me dirijo á área. Só que, entre um piscar de olho e outro, a sombra simplesmente sumiu. Puf. Mas que diabos...?

-Lucas, vamos lá em mainha? - pergunta meu pai, entrando no quarto.

-Pai, já pedi quantas vezes para o senhor bater antes de entrar?

-Desculpa filho. Ei! O que está fazendo com essa faca?

-Nada pai, eu só achei que tinha visto algo aqui...

-Hum. Bote essa faca na cozinha e se apronte. Saímos em quinze minutos. Jéssica já terminou de ajeitar Gabi- diz ele, referindo-se a minha madrasta e a minha irmã.

-Ta.

No outro dia, na escola...

-Oi Meninas... -digo, me aproximando de Mariam, Yasmim, Maria Clara e Isadora, minhas amigas.

-Oi Lucas- elas me cumprimentam.

-Olá. Bom dia.

-Bom.

Mariam se aproxima de mim e me abraça.

-Dormiu bem? -sussurro em seu ouvido.

-Sim, e você? -ela pergunta.

-Sim. Sonhei com você.

-Como?

-Depois.

Solto o abraço e olho para Clara e Isa. Ambas nos observam com um olhar conspiratório. Eu as encaro com um olhar duro.

-O quê?

-Vocês são tão fofos juntos! -Isadora diz, animadamente. Isso de novo...

Eu e Mariam rimos e rolamos os olhos. Estamos subindo a rampa para nossa sala de aula quando vejo uma figura em terno preto na rua, usando óculos escuros. Ele está parado olhando fixamente para mim. Um arrepio percorre meu corpo, e Mariam me olha interrogativamente. Balanço a cabeça.

...

Depois da escola, eu volto a pé para casa. Olho ao meu redor, procurando sinais de homens em ternos me observando, mas não vejo nada. Quinze minutos depois, chego a minha casa.

O lado bom de morar em uma cidade meio pequena: Tudo é relativamente próximo.

Quando estou chegando em casa, um homem de terno preto aparece, do nada, a meu lado. É o mesmo cara de hoje cedo, na escola.

Diário de Um AssassinoOnde histórias criam vida. Descubra agora