Capítulo 6

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Havia se passado uma semana de todo o terror que eu sofri dentro do banco. Jornais e páginas de entretenimento entravam em contato, pois queriam uma entrevista comigo, mas eu não conseguia ver outras pessoas que não fossem a do meu convívio frequente. Chamei um psicoterapeuta para me ajudar a passar por isso e ele me diagnosticou com estresse pós traumático. O que é bem comum em situações parecidas com a que passei. Me disse que eu deveria me dar um tempo, ficar em casa, me reencontrar novamente e aos poucos iríamos reintroduzindo pessoas novas em minha vida. As sessões de terapia com ele estavam sendo de grande ajuda nesse momento. Meus pais contataram também uma enfermeira para que ficasse comigo me auxiliando com as medicações e curativos, também mandaram a Elizabeth, governanta na casa deles e minha antiga babá quando eu ainda era criança até minha adolescência para cuidar das coisas aqui no apartamento, ela me cuidava melhor que minha mãe.
John ficou de vir aqui hoje me trazer o roteiro do novo filme que iríamos fazer juntos. As gravações começariam em três meses, mas a pré produção já estava a todo vapor.
- Toc, toc. -- Ouvi falarem na porta. Olhei e era John com um sorriso enorme.
- Johnny! Entra, como está? -- Perguntei o abraçando forte.
- Ótimo e você?
- Um pouco melhor. -- Sorri fraco.
- Você está linda hoje! -- Ele me olhou de cima a baixo me deixando envergonhada.
- Obrigada.
- Trouxe o roteiro.
- Que ótimo! Eu estava super ansiosa para ler! O que seremos no filme? -- Perguntei ligando o Kindle que ele havia me entregado.
- Amigos... -- Ele sorriu de canto. O olhei desconfiada, pois percebi sua voz tremer. - Amigos que se apaixonam e acabam ficando juntos.
- É um filme romântico? -- Perguntei rolando o dedo na tela.
- Não exatamente, o foco não será isso.
- Interessante, vou engolir ele mais tarde. -- Falei deixando sobre a escrivaninha.
- E aí, como estão os machucados? -- John perguntou preocupado.
- Melhor. O médico veio ontem e tirou os pontos do meu abdômen.
- Que maravilha! E o Alexander, não apareceu mais?
- Ele me liga todos os dias, mas não atendo. Fiquei sabendo que ontem a noite ele estava lá embaixo na portaria, mas como pedi para não o deixarem subir, eles o barraram.
- Cara louco. Quem diria que Alexander Skarsgard era assim? O galã sueco, com uma lista enorme de filmes e séries... As aparências enganam.
- Pois é... O pior é que eu acho que ainda gosto dele, sabe... -- Falei baixando a cabeça.
- Vem cá. -- John me puxou e me abraçou forte. Encostei minha cabeça em seu peito e suspirei retribuindo o abraço. - Você merece algo muito maior e melhor, tenho certeza que tem algo muito bom ainda vai acontecer na sua vida, pequena. -- Ele era tão carinhoso comigo que as vezes até achava que John gostava de mim. Mas, depois daquele dia que ele saiu para falar no telefone com aquela mulher, eu retirei minhas segundas intenções de campo com ele, já que com certeza eu não seria correspondida. E outra que eu ainda amo Alex e apenas usaria John como válvula de escape de carência, nossa amizade é linda demais para estragar com uma noite de sexo.
- Ando entediada. -- Falei baixo.
- Quer tentar sair para tomar um café? -- Ele perguntou baixinho ainda abraçado em mim. Assenti com a cabeça concordando. Eu realmente não sabia como seria minha reação ao ver pessoas pela primeira vez depois do assalto.
John me ajudou a colocar um casaco quente, já que nevava lá fora e botas de neve. Peguei minha bolsa e avisei Elizabeth de que iríamos apenas na cafeteria da frente, ela intimou John a me cuidar como se fosse a vida dele, saímos rindo.
Quando peguei o elevador e ele começou a descer, apertei forte o braço de John.
As portas se abriram e o medo voltou quando vi aquilo...

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