Naoto observava sem piscar o momento em que Ada ergueu o pescoço e espirrou o perfume caro sobre a pele. As gotículas pareceram flutuar em câmera lenta diante da visão dele, brilhando coloridas com o contraste das luzes em volta do espelho.
— Está pronta? — ele perguntou piscando os olhos e saindo do breve transe que tinha entrado apenas alguns segundos antes.
— Quase, só preciso...— pegou os brincos brilhantes em formato de gota perolada e os colocou nas orelhas. — Agora sim.
— Você está linda! — ele a elogiou e estendeu a mão. Ada agradeceu e o segurou, sendo auxiliada por ele ao sair do quarto do hotel e caminharam juntos até o elevador.
Estava inquieta. O vestido longo e preto era bonito e chamava a atenção, com um decote reto, deixando os seios marcados e a fenda profunda na perna esquerda, evidenciando principalmente a pequena manchinha que tinha na coxa. Um charme a parte muito elogiado em Ada.
— Não precisa ficar nervosa, você vai se sair bem — Naoto tomou a iniciativa ousada de segurar a mão da parceira e Ada entrelaçou os dedos automaticamente, ficando envergonhada logo em seguida. Não queria ser tão direta, mas ele pareceu gostar.
Por questões de segurança, ela não estava partindo da própria casa. Tinha se hospedado num hotel em um quarteirão vigiado pela polícia e tudo parecia correr conforme o planejado.
Naoto abriu a porta do carro e Ada entrou no banco traseiro, em seguida, ele deu a volta e se sentou no banco do motorista, ligando o veículo e dando partida logo em seguida. O carro completamente insufilmado impedia que as pessoas do lado de fora pudessem ver o que acontecia no interior, o que dava algum alívio.
— Ada, posso te perguntar uma coisa? — Naoto falou baixinho enquanto a encarava pelo retrovisor interno.
— Claro, o que quiser.
— Até onde você está disposta a ir para conseguir isso? — a pergunta a pegou de surpresa. Franziu o cenho rapidamente e tentou compreender o que estava nas entrelinhas.
— O que exatamente você quer dizer com isso?
— Eu quero dizer... exatamente isso. Até onde você está disposta a ir para se infiltrar e chegar até o Manjiro Sano?
— Vou fazer o que for necessário — respondeu calmamente, ainda sem entender a preocupação repentina.
— Tudo? — foi no momento em que ele ergueu uma sobrancelha que Ada compreendeu a dúvida existente na pergunta silenciosa.
— Se eu precisar transar com alguém pra chegar no Manjiro Sano... é, acho que vou transar — as palavras dela o fizeram voltar o olhar para a avenida, claramente incomodado, mas se recompondo ao máximo. — Prometo tomar todo o cuidado com a minha saúde.
— Talvez não faça muito bem para a sua saúde mental se sujeitar a esse tipo de coisa. Por favor, pense direito antes de tomar uma atitude dessas, pode ser?
— Não precisa se preocupar, Naoto — pousou a mão sobre o ombro do rapaz e ele deu um meio sorriso.
O treinamento da mulher tinha sido a nível de elite. Ela era preparada para situações como aquela, e desde o momento em que se tornou policial, usava de todas as armas possíveis para poder alcançar os próprios objetivos. A opinião alheia não era um empecilho.
Muitas pessoas questionavam e apontavam o dedo, dizendo que Ada era sem moral e sem princípios por não se importar e fazer coisas do tipo pelo trabalho, mas Ada nunca se importou. Ela sempre se viu acima da polícia como um todo.
Não importava se tinha conquistado a informação perguntando, torturando ou transando, os resultados eram sempre impecáveis. No fim, nunca se importou com o que as pessoas estavam dizendo, só se importava com a sensação de poder que subia a cada instante, moldando uma escada para o topo da hierarquia policial, onde se tornaria uma autoridade sem igual.
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Sablier Rouge, Mikey
Fanfiction[Fanfic] [Tokyo Revengers] [Dark Romance] [Mikey] [+18] Uma policial se infiltra nas gangues que controlam o submundo de Tóquio com uma missão: destruí-los por completo de dentro para fora. Entretanto, ela não contava que a sensação de poder que tan...