Natal (parte.II)

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Após a ceia farta, a família Park se despedia uns dos outros para irem para casa, ou simplesmente dormirem, como as crianças haviam feito horas antes. Seokjin, havia participado e logo fora embora. Era o filho de criação da família Park, e mesmo que fosse muito bem vindo na casa, não era acostumado a dormir na casa dos pais.

Naquela noite, notara que talvez Jimin e Jungkook tinham finalmente se resolvido. Sentiu-se feliz por ambos, ele mesmo não suportava ver o irmão mais novo triste, tampouco imaginava como seria se um dia se divorciassem de verdade. Soobin não merecia ficar no meio de tudo aquilo. Assim como Solar, Seokjin fora visitar a família do namorado, e por fim, decidira deixar que ambos Jeons se resolvessem sozinhos.

Os adultos tomavam vinho na sala, passavam-se das duas da madrugada, porém todos alí sequer apresentavam sonolência. Os sorrisos largos e conversas aleatórias preenchiam os ouvidos e olhos de Jimin. Desde que o irmão ômega mais velho fora embora, mantia Soobin em seus braços. Não fazia muito tempo que este mamava, guloso como sempre, em seu seio esquerdo.

Ao seu lado, o marido sorria, entretido nas conversas, com uma taça de vinho tinto na mão, bebericando-a vez ou outra enquanto o braço passava por sobre os ombros de Jimin, o acolhendo contra seu corpo quente.

— Você quer ir para casa, ou pousar? — Jungkook perguntou baixinho, próximo ao ouvido do marido, ambos alheios a família do ômega.

— Nunca pousamos fora, talvez Soobin fique irritado.

— Está bem então — desviou os olhos para observar o filho, que lhe encarava curioso enquanto sugava o mamilo com afinco. — Oi guloso... Está fazendo sua ceia a essa hora?

Brincou, acariciando os cabelos negros e sedosos do bebê que simplesmente largara o seio para sorrir para o pai, exibindo os dois primeiros dentinhos pequenos.

— Me deixa comer papai — o ômega dissera forçando uma vozinha fofa, que fizera o alfa rir junto ao esposo.

— Parece que foi ontem que você estava grávido Jimin... — sonolenta, Sun dizia, enquanto observava o casal a sua frente, junto ao irmão caçula.

— Na verdade nem faz tanto tempo Sun... Eu não me acostumei com o fato de que o nosso ômegazinho já tem um bebê

Ambos os irmãos riram bêbados, brindando ambos as garrafas de cerveja que tinham em mãos.

— Aigoo... Vocês dois... Quando vão desencalhar e me dar sobrinhos? — riu, entrando no assunto dos irmãos.

— Sobre o Jae eu não sei... Mas eu tenho meu ômega — riu, levando a garrafa aos lábios e tomando um grande gole do líquido da garrafa.

— Nem vem Sun... Eu tenho um ômega também...

— E porque não os trouxeram seus moleques?! Aish... — o pai grunhiu irritado, arremessando uma almofada em direção a ambos os irmãos.

— Aigoo Appa...

Sun mexia nos fios castanhos, colocando-os no lugar, enquanto o irmão resmungava ao seu lado, fazendo o casal Jeon apenas rir da situação boba que os outros haviam criado.

— Vocês falam demais — resmungou — A mãe de vocês dormiu, vou levá-la para o quarto — sorriu.

— Appa, eu e o Jungkook já vamos. Está tarde e Soobin pode ficar irritadinho se pousarmos fora — sorriu fraco, enquanto o esposo se ajeitava para que fossem embora.

— Está bem, vão com cuidado e cuidem bem do meu neto — riu, selando a cabeça do bebê com tamanho carinho que fazia o coração de Jimin se encher de amores.

— Cuidaremos sogro — sorriu para o mais velho, passando a alça da bolsa do bebê pelo ombro direito.

Saíram da casa em direção a garagem. Jimin encobria o filhote com uma manta infantil, o protegendo o máximo que podia do frio da noite. O marido abriu o carro, e rapidamente acomodando a bolsa no assoalho e o filho na cadeirinha. O ômega assistia a tudo completamente encantado. Seu peito acelerado instantaneamente se enchendo de amores pelo marido.

Sem ao menos perceber, este estava o conquistando mais a cada dia que passava. Os pequenos e cuidadosos gestos com o filho o davam o ar de herói que Jimin sempre desejara para o pai de seus filhos.

— Vamos, entre logo no carro querido. Você pode ficar doente nesse frio — abriu a porta rapidamente, tratando de ligar os aquecedores.

O esposo entrara logo em seguida. Ainda em silêncio, o que fazia o alfa vacilar em frente ao olhar sério e questionador do ômega.

Aquela noite havia sido tão perfeita, sequer se lembrava de como era bom estar em família. E agora, olhando para o esposo ao seu lado, sentia em seu âmago que devia sempre ser claro com suas opiniões, gostos e sentimentos.

Uma euforia lhe percorrera todo o corpo, tremia extasiado, necessitava dizer ao esposo o que guardava sempre dentro de sí, o que sempre o impedia de avançar com as paqueras com outros ômegas.

Céus! Era tão sufocante quando se negava a aceitar o óbvio.

Se negava a si mesmo, anteriormente, que era esse sentimento a razão para que pedisse o ômega em namoro.

E agora, não havia mais nada que o prendesse, e por Deus, sequer houvera algo que o prendesse antes e agora era a hora de finalmente dizer a maior verdade da sua vida.

— Jimin? — puxou-lhe delicadamente por um dos braços, a esta altura já estavam parados esperando o sinal abrir.

— Sim? — olhou-o por breves segundos, ainda prestando atenção no sinal.

— Eu amo você.

Mesmo boquiaberto e muito surpreso, Jimin sorriu timidamente. Ainda não havia se acostumado com aquela nova faceta do esposo, tampouco quando ele lhe surpreendia daquela forma, o que vinha se tornando cada vez mais frequente.

— Eu também amo você — respondeu por fim.

Sentiu-se leve e feliz pela primeira vez em dois anos e meio do seu relacionamento com o alfa. E o alfa, finalmente sentia-se em paz e satisfeito.

Colou seus lábios finos nos do outro por um breve momento, logo voltando a dirigir com cuidado pelas ruas.





Algo havia mudado, ambos haviam mudado.

Love or Lost - Jikook aboOnde histórias criam vida. Descubra agora