Uma festinha - Parte 2

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Ela entra no banheiro, meio sem jeito, se troca e retorna para o quarto.

Eu fiquei olhando-a sair do banheiro e a vi com o seu estilo mais alternativo, do jeito que eu sempre achei bonito.

- Então, vamos?

Nós saímos do quarto e no caminho avisamos nossos amigos. Algumas piadinhas e indiretas, mas nada muito descarado. Nós seguimos pela rua, mas logo chegamos.

- Chegamos.

Disse já com a chave na mão para abrir o portão.

- Não sabia que morava tão perto da casa da Ana, vivo indo na casa dela, se eu soubesse antes, teria vindo aqui te visitar também.

- Eu gostaria disso.

Ela disse isso e em seguida ficou em silêncio, com uma expressão diferente, parecia tristeza.

- Por que essa cara?

- Você.

- Eu? Por que? O que eu fiz?

- Você não quer ficar aqui comigo!

- Ah, não é que eu não queira... Só não sei se devo. Posso te causar problemas.

- Não vai. Eu sempre fico sozinha mesmo, principalmente nas sextas e sábados.

- Então... Já que o papo está bom e você me convidou... Vou ficar um pouco com você, até você se sentir melhor.

- Tá bom, então vamos entrar. Aceita alguma coisa pra beber? Ou comer?

Fomos conversando enquanto entravamos na sua casa.

- Refrigerante, suco ou água, para nós dois. Você quer comer algo?

- Não. Vou pegar suco para nós então.

Eu fiquei esperando-a sentado na sua cama. Ela voltou com os copos de sucos de laranja, bem rápido.

- Obrigado. Agora beba tudo.

- Ah, claro... Você também!

E bebemos.

- Por que nunca conversamos? Você é muito gente boa.

- Talvez seja porque você só converse com as garotas mais populares.

- Ah... não mesmo! Elas que conversam comigo. Geralmente, acho-as esnobes e vulgares... Entediantes! Gosto de pessoas autenticas, pessoas de verdade, com opinião própria e não uma "maria vai com as outras".

- Hum... Sei.

- Acho que não estamos num lugar bom para conversar, podemos acordar alguém daqui.Ela riu e respondeu.

- Quem? Os pássaros que estão dormindo nas árvores da entrada? Eles não se importam. Nem a empregada está em casa, ninguém vai nos ouvir.

- Está realmente sozinha em casa? Pensei que fosse brincadeira.

- É sério... Nem todas as famílias são boas.

- Também tenho meus problemas familiares, todos temos...

Ela se deita e fecha os olhos.

- E você vai dormir e me deixar aqui? Assim?

- Onde estão meus modos. Vou pegar um colchão para você.

Ela se levanta da cama.

- A não ser que prefira o quarto de visitas.

Eu ri de nervoso novamente.

- Isso é sério? Nunca passei a noite no quarto de uma garota.

- Para tudo tem uma primeira vez. Vem me ajudar?

Ela estendeu a mão para mim.

- O que você achar melhor. Mas tem certeza que quer dormir ainda alcoolizada?

Peguei a mão dela, me levantei e fui ajudá-la.

- Seu namorado não vai achar ruim?

- Que namorado?

- Não tem? Pensei que tivesse.

- Já tive, é passado. Quer fazer outra coisa?

- O que quer fazer?

- O que der na cabeça. Ou você nunca teve vontades malucas? O nosso tempo é agora, a juventude é agora.

- Isso parece ser legal. Mas pode me dizer as horas? Deixei meu celular na casa da Ana.

- Hum... Já são 02:30.

- Cedo. Posso deixar o colchão aqui do lado da sua cama?

- Tanto faz. Mas senta aqui.

Então larguei lá mesmo. Sentei ao lado dela e logo deitei na cama. Nós dois ficamos com o rosto um do lado do outro. Nós viramos e nos beijamos, mas quando estava ficando bom, ela parou e se virou para o outro lado.

- Gosta de estrelas?

- Depende... Como assim?

- Ué, estrelas são estrelas. Gosta de admirá-las?

- Ah... Às vezes... E você?

- Esquece. Sabe jogar poker?

- Sim e gosto de jogar. Sua cama é muito gostosa.

- Você acha mesmo? Que tal um strip poker então? Só que vamos jogar até tira tudo.

- Eu topo, mas sei que está me zoando.

Como eu me salvei: Flores em ChamasOnde histórias criam vida. Descubra agora