Ela entra no banheiro, meio sem jeito, se troca e retorna para o quarto.
Eu fiquei olhando-a sair do banheiro e a vi com o seu estilo mais alternativo, do jeito que eu sempre achei bonito.
- Então, vamos?
Nós saímos do quarto e no caminho avisamos nossos amigos. Algumas piadinhas e indiretas, mas nada muito descarado. Nós seguimos pela rua, mas logo chegamos.
- Chegamos.
Disse já com a chave na mão para abrir o portão.
- Não sabia que morava tão perto da casa da Ana, vivo indo na casa dela, se eu soubesse antes, teria vindo aqui te visitar também.
- Eu gostaria disso.
Ela disse isso e em seguida ficou em silêncio, com uma expressão diferente, parecia tristeza.
- Por que essa cara?
- Você.
- Eu? Por que? O que eu fiz?
- Você não quer ficar aqui comigo!
- Ah, não é que eu não queira... Só não sei se devo. Posso te causar problemas.
- Não vai. Eu sempre fico sozinha mesmo, principalmente nas sextas e sábados.
- Então... Já que o papo está bom e você me convidou... Vou ficar um pouco com você, até você se sentir melhor.
- Tá bom, então vamos entrar. Aceita alguma coisa pra beber? Ou comer?
Fomos conversando enquanto entravamos na sua casa.
- Refrigerante, suco ou água, para nós dois. Você quer comer algo?
- Não. Vou pegar suco para nós então.
Eu fiquei esperando-a sentado na sua cama. Ela voltou com os copos de sucos de laranja, bem rápido.
- Obrigado. Agora beba tudo.
- Ah, claro... Você também!
E bebemos.
- Por que nunca conversamos? Você é muito gente boa.
- Talvez seja porque você só converse com as garotas mais populares.
- Ah... não mesmo! Elas que conversam comigo. Geralmente, acho-as esnobes e vulgares... Entediantes! Gosto de pessoas autenticas, pessoas de verdade, com opinião própria e não uma "maria vai com as outras".
- Hum... Sei.
- Acho que não estamos num lugar bom para conversar, podemos acordar alguém daqui.Ela riu e respondeu.
- Quem? Os pássaros que estão dormindo nas árvores da entrada? Eles não se importam. Nem a empregada está em casa, ninguém vai nos ouvir.
- Está realmente sozinha em casa? Pensei que fosse brincadeira.
- É sério... Nem todas as famílias são boas.
- Também tenho meus problemas familiares, todos temos...
Ela se deita e fecha os olhos.
- E você vai dormir e me deixar aqui? Assim?
- Onde estão meus modos. Vou pegar um colchão para você.
Ela se levanta da cama.
- A não ser que prefira o quarto de visitas.
Eu ri de nervoso novamente.
- Isso é sério? Nunca passei a noite no quarto de uma garota.
- Para tudo tem uma primeira vez. Vem me ajudar?
Ela estendeu a mão para mim.
- O que você achar melhor. Mas tem certeza que quer dormir ainda alcoolizada?
Peguei a mão dela, me levantei e fui ajudá-la.
- Seu namorado não vai achar ruim?
- Que namorado?
- Não tem? Pensei que tivesse.
- Já tive, é passado. Quer fazer outra coisa?
- O que quer fazer?
- O que der na cabeça. Ou você nunca teve vontades malucas? O nosso tempo é agora, a juventude é agora.
- Isso parece ser legal. Mas pode me dizer as horas? Deixei meu celular na casa da Ana.
- Hum... Já são 02:30.
- Cedo. Posso deixar o colchão aqui do lado da sua cama?
- Tanto faz. Mas senta aqui.
Então larguei lá mesmo. Sentei ao lado dela e logo deitei na cama. Nós dois ficamos com o rosto um do lado do outro. Nós viramos e nos beijamos, mas quando estava ficando bom, ela parou e se virou para o outro lado.
- Gosta de estrelas?
- Depende... Como assim?
- Ué, estrelas são estrelas. Gosta de admirá-las?
- Ah... Às vezes... E você?
- Esquece. Sabe jogar poker?
- Sim e gosto de jogar. Sua cama é muito gostosa.
- Você acha mesmo? Que tal um strip poker então? Só que vamos jogar até tira tudo.
- Eu topo, mas sei que está me zoando.
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Como eu me salvei: Flores em Chamas
Short StoryEstá é uma coletânea de contos apimentados, eróticos e sensuais escritas por mim. PS: Nenhuma imagem é minha. Todas as imagens possuem direitos autorais e eu não sei de quem são. Se eu soubesse, colocaria.