Todo mundo tem uma ligação

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Vegeta teve reação alérgica a um novo medicamento e foi imediatamente levado para o hospital.

Sentindo-se culpada pelo acontecimento e o seu envolvimento secreto nisso, Bulma caiu de joelhos diante de seu amado, os olhos cheios de lágrimas e culpa. Aliás, o moreno havia sido liberado pelos médicos para visitas nem fazia dois minutos.

Seus pais decidiram que ela poderia visitá-lo primeiro, visto que a filha estava sofrendo e precisava conversar com o namorado.

— Por que está chorando? — perguntou o moreno, espantado e preocupado.

— Me intrometi na sua vida e não pedi sua opinião. Eu te machuquei, de alguma maneira — murmurou a garota pálida, soluçando, enterrou o rosto nos joelhos. Bulma ficou numa posição fetal, parecendo acabada. — Simplesmente fingi que não tive envolvimento no seu tratamento. Por minha culpa, você acabou aqui. Desculpa.

— Tarble está aqui? Ele soube o que houve?

Bulma ergueu a cabeça, secando o fluxo do pranto com os dedos trêmulos.

— Não... ele ainda está na escola. Vamos buscar daqui a pouco, eu só... precisava saber que você ia ficar bem.

— Venha cá, Bulma.

Ela obedeceu, sentando-se na beirada da calma, porém Vegeta tinha outros planos. Ele estendeu os braços para puxá-la suavemente e aninhou-se em seu corpo. E beijou a testa suada, deslizando os dedos pelos fios azuis.

— Escute. Eu tenho noção de que não é comum um cara se sentir deprimido, repleto de dor e tão envolto de culpa. Desconfiei a vida inteira dos outros e eu exagerava... Desde a infância, sofri um trauma. Claro que ver um assassinato me afetou de uma maneira... que nem você imaginaria. Isso é o que eu sou. Passei a maior parte da adolescência me sentindo assim e não quero continuar igual na vida adulta. Porque preciso melhorar e preciso deste tratamento. Entendi que precisava de ajuda, pelo bem de todos... E pelo meu próprio bem.

Sua namorada concordou com a cabeça, mas continuou incerta. Devia ter contado a verdade a ele desde o começo, pois odiava mentir de qualquer maneira.

— Bulma, eu ainda tenho pesadelos. Vivia infeliz e muitas vezes desejei desistir porque não aguentava. Odiava a minha vida. Havia muita dor nela... Então, eu sabia que foi você que mandou seus pais me mandarem para o consultório. A propósito, não tenho raiva, pelo contrário, eu sou grato pela sua empatia. É graças a ti, tudo por sua causa... Pois bem, você nem parece real, nerd. Tu existe mesmo?

— Como assim, eu não pareço real?

Vegeta tinha uma expressão apaixonada e serena, acariciando o rosto dela.

— Você é boa demais para este mundo. Para mim.

A garota de cabelo azul ruborizou e abaixou a cabeça, querendo esconder-se.

— Enfrentar um desafio é doloroso. Mas é necessário para a minha saúde. Para eu melhorar. Por isso, obrigado.

— Não precisa me agradecer.

— Minha namorada enxerida me tirou do muro que estava me cercando. Do meu mundo solitário. Vem fazendo tudo isso sozinha, mas, que fique claro uma coisa, você não é o meu estepe, Bulma.

— Claro que não sou um estepe! Ora essa, quanta arrogância. Só enxerguei que você precisava de ajuda, e apenas reparei melhor depois de algum tempo. E jamais te negaria isso.

— Eu sei. Você não é a cura do trauma, das minhas inseguranças, do meu sofrimento, e não quero passar o peso do meu passado para uma pessoa. Estou em um caminho diferente agora. Devo enfrentar isso. Sozinho.

Vida, Morte e AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora