Vida, Morte e Amor

Atitudes valem mais que palavras

Vegeta e Bulma voltaram oficialmente, embora os dois nunca tivessem se separado de verdade. Apenas se distanciaram porque o namorado ficou com o orgulho ferido.

No entanto, tudo parecia voltar ao normal para o casal e Bulma começou a estar perto de Vegeta e Tarble com uma frequência grande, conseguindo vislumbres da parceria entre irmãos; discussões sem sentido, disputas no playstation e brincadeiras infantis. O último item era Tarble quem insistia e Bulma induzia o encrenqueiro a participar.

Para Vegeta era muito difícil negar um pedido de Bulma, pois bem, ela sabia como o convencer e o aborrecimento de jogar pega-pega com o pirralho e a namorada valia a pena, no final. Suas feições contentes e despreocupadas também davam um alívio e diminuíram um peso invisível nas costas.

Vegeta havia escapado do segundo andar praticamente pulando a escada, sendo seguido por Bulma. Eles atravessaram o corredor, Vegeta já sabia que a mulher não seria capaz de vencê-lo.

A namorada empenhou-se, o corpo começando a queimar pelo esforço demasiado, a respiração ofegante, tentou o seu melhor para o tocar, porque de acordo com a brincadeira seria a vez de Vegeta e também ela iria provar que não era nenhuma sedentária.

— Você é lenta, mulher.

— Cale a boca! — gritou, ficando rapidamente sem fôlego.

Saíram apressados pelos fundos da casa, fizeram a volta acelerando, Vegeta debochou do desempenho patético da mulher, e Bulma amaldiçoou a habilidade pulmonar perfeita do homem atlético.

Sentindo-se esgotada e drenada, a garota parou de vez e se jogou no sofá, o peito subindo e descendo.

— Bastardo... você vive... correndo... não tive... chance...

— Olha só, eu nem comecei e estou decepcionado — ele riu.

— Olá — saudou Tarble, comendo, havia várias embalagens de Pringles de queijo jogadas. Em tentativa de passar despercebido pela sua bagunça, sacudiu milhares de migalhas direto ao chão. — Ainda estão brincando?

O casal fez uma pausa.

— Você não estava correndo também? — perguntou Vegeta, aborrecido. Afinal, a ideia da brincadeira juvenil foi de seu irmão.

— Eu cansei de ver vocês dois flertando em todos os jogos! E mesmo depois de ser pego no pega-pega, esqueceram de mim! Completamente.

Bulma corou de vergonha.

— Bem... não estávamos flertando — comentou ela, a respiração ainda instável.

— Estavam sim! — falou o menino de boca lotada, cuspindo as batatas, mas conseguiram compreender facilmente. — Teve início no jogo de tabuleiro, seguido por amarelinha, dominó, o Mario Kart da Nintendo e agora o pega-pega! Vocês só se concentram em ficar grudados!

Vegeta ficou completamente pálido pelo descuido de demonstrar abertamente seus sentimentos. Tudo bem, eles e Bulma não trocaram afeto em público, porém, as cantadas eram de classificação livre. Nada de beijos e nada de abraços, somente palavras.

— A voz melosa, o risinho estridente, o rosto de beterraba! — continuou Tarble, reclamando.

— Eu tentei dar algumas dicas no Mario Kart... — interrompeu Vegeta.

— Sim, eu escutei. Eu estava lá! — exclamou Tarble, afundando o punho na embalagem para procurar mais batatas. — E Bulma respondeu: "Eu só quero olhar pra você". Então te fez ficar com um sorriso bobo de apaixonado. Já vi isso acontecer.

— Mesmo? — questionou Bulma, maravilhada. — Fiquei muito focada na TV pra notar. Ele estava vermelho?

— Sim — após dar um sorriso maldoso, fitou o moreno. — Fico feliz que estejam bem, mas, sei lá, quando a gente jogar alguma coisa, por favor, se concentrem no jogo? E em mim! Aí mais tarde vocês podem ficar de gracinha no quarto, porque eu preciso de atenção!