The Proposal

Capítulo 7

A semana estava se iniciando, e os Danvers começavam a se juntar à mesa para tomarem o café da manhã. Do lado de fora da casa, o sol esbranquiçado brilhava enquanto os ventos gelados vindo das montanhas, soprava sobre os arvoredos e o extenso rio de Midvale.

Kara estava no quintal na frente de casa observando o movimento tranquilo das águas. Sentada na grama que estava húmida pelo sereno da noite, focava a sua mente num acontecimento muito especifico do dia anterior. Ao se recordar do momento em que beijou a sua chefe, sentia tudo se remexer dentro de si. Por ficar relembrando aquele momento, mal conseguiu pregar o olho durante a noite, apenas ficava olhando para Lena desejando estar na cama ao lado dela.

Para a loira, tudo estava confuso demais. Teve tanto tempo para notar que sentia algo pela Luthor, mas resolveu fazer isso justamente quando faziam um teatrinho. Elas estavam noivas, iriam casar e como o combinado iriam se divorciar. Lena seguiria sua vida, manteria seu emprego e Kara teria que achar um jeito de esquecer tudo para manter um bom relacionamento no trabalho. Mas se um beijo já mexeu com ela em tantos níveis, de quantas formas mais seria mexida em doze meses ao lado daquela mulher?

Três anos. Foram três anos fazendo tudo o que ela queria, do jeito que ela queria, a hora que ela queria. Três a xingando mentalmente, se irritando com tudo o que ela fazia, amaldiçoando o dia em que decidiu se candidatar a sua assistente e achando que estava vivendo no próprio inferno. Então, do dia para noite a vê de um jeito diferente e se dá conta que é totalmente derretida por ela. E então a beija e sente como se ela tivesse invadido sua mente, corpo, sua alma e seu coração.

Bem, ela não só achava, agora tinha plena certeza.

Soltando com força o ar do pulmão, se levantou e se encaminhou para dentro de casa. Sabia que todos estavam se preparando para começarem a semana, enquanto isso, ela teria que fingir não estar tão mexida pela presença de Lena. Quem diria, tantas pessoas para se apaixonar e seu tolo coração foi logo se amarrar na mulher mais inalcançável do universo.

Quando entrou na sala, começou a ouvir as conversas paralelas que vinham da cozinha. Sem muita animação por estar com a mente cheia, ela foi até onde sua família se encontrava.

— Parece que alguém madrugou hoje — Eliza comentou quando recebeu um beijo da filha caçula.

— É, eu perdi o sono — deu um sorriso forçado se sentando ao lado da avó. — Animadas para a escola? — perguntou a Ruby e Esme.

— Estou animada para a hora que eu voltar da escola — a mais velha respondeu.

— Hoje é dia de levar brinquedinho para escola — Esme disse sorridente.

— Ah, é? E o que vai levar? — quis saber enquanto começava a se servir.

— Minha louzinha mágica.

— Tia, você disse que levaria a gente para esquiar. Mamãe e a tia Alex só prometem.

— Ei! — Sam olhou para filha. — Eu costumo cumprir minhas promessas.

— Mas você não leva a gente, tia — Esme respondeu.

— Sexta elas não têm aula — Kelly disse para a cunhada. — Se for um bom dia para você...

— Tudo bem para você, Sammy? — encarou a prima que mexia no celular.

— Sim, vai ser ótimo para mim. Acabei de ficar sabendo que sexta terei que resolver um probleminha em uma das lojas — respondeu à loira. — Ela é toda sua.

— Alguma coisa deu errado, Samantha? — Jeremiah abaixou o jornal que estava lendo e olhou para a sobrinha.

— Entregaram uma quantidade errada de produtos em uma das lojas de Sandy City.