3. alguém a mais

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Harry apenas pensou melhor sobre não ter se esforçado para descansar ao menos um pouco no final do dia, quando a música da boate fazia uma dor incômoda pulsar em sua cabeça. E infelizmente, ele ainda teria que aturar isso durante algumas horas.

O cacheado suspira, após ouvir outra vez a mensagem da caixa postal de Liam. O mesmo disse que assim que saísse do seu trabalho acompanharia ele e Samatha na Chicago aquela noite. Mas não apareceu até então.

— É melhor a gente ir logo, ele não vem tão cedo. — a mulher comenta para o amigo, que permanecia apoiado no balcão dos drinks com o celular na mão esperando qualquer sinal do namorado. Sam já havia iniciado o turno, atendendo os clientes que chegavam no bar enquanto Harry ainda tinha algum tempo antes de sua apresentação. — Se eu conheço bem o meu irmão, é capaz dele ter se metido em outra encrenca com aqueles "sócios" dele.

Harry murmura concordando, descontente. Diferente do namorado e da irmã, Liam gostava de pensar que era fácil ter mais oportunidades com o que pudesse trabalhar, sem precisar se contentar com o que já tinha. Era um senso "otimista" que Harry se forçava a admirar, mas que o fazia se arrepender completamente de não tê-lo advertido antes quando Liam aparece com uma dívida diferente a cada vez, e isso o levava a se mudar de emprego em emprego.

E já estava ruim o bastante até o homem enfiar na cabeça que a solução era iniciar o seu próprio negócio.

— Você sabe por que eu queria ele aqui. — Harry deixa o telefone de lado, ajeitando a postura. — O Liam é o único que consegue conversar melhor com ele.

— Você quer dizer "nos ferrar melhor" com ele, não é? — Samantha retruca, limpando um dos copos para servir uma dose de uísque. Ela tenta não reparar muito na expressão relutante de Harry. — Não sei Haz, ainda acho uma ideia melhor nós irmos sozinhos.

O cacheado bufa, sem concordar nem discordar, tentando analisar os prós e contras mentalmente enquanto girava o copo quase vazio de soda italiana. Harry não era muito de bebidas alcoolizadas, e nas poucas exceções, preferia que fosse depois de sair do palco.

A questão em si era: eles nunca sabiam se Liam poderia ajudar ou piorar a situação. Ainda mais quando essa situação envolvia seu chefe.

Por isso, Harry e Samantha respiraram fundo antes de entrar no escritório de Simon.

— Senhor Cowell... nós podemos conversar? — Sam inicia, alternando seu olhar entre o chefe e um dos seguranças da boate, que bebia com ele.

— Claro. — o mais velho dispensa o colega, que logo deixa os três a sós na sala. — A quê devo a visita desta vez? — pergunta desinteressado, mas não demora muito ao notar a troca de olhares nervosa entre Harry e Samantha.

— É que... nós precisamos da sua ajuda, senhor Cowell.

— Podem esquecer. — o homem os corta prontamente. — Vocês não cansam de me pedir dinheiro, não é? Principalmente aquele inútil do seu irmão. — ele aponta para Samantha.

— O nosso problema não tem nada a ver com o Liam, é algo bem mais sério. — a mulher tenta se redimir, mas tudo o que consegue é ver ainda mais irritação no semblante do chefe.

— Isso é o que vocês sempre dizem, e eu já estou cansado...

— Mas senhor, acontece que...

— E você não me interrompa, Harry! — Simon alera a voz e bate a mão em sua mesa em advertência. O cacheado se recolhe murmurando uma desculpa. — Você sabe... ou melhor, vocês três sabem muito bem o quanto já me devem.

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