5. de tropeços à quedas

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Em consideração ao desconforto temeroso de momentos antes, Harry definitivamente conseguiu sorrir surpreso depois de acompanhar o mordomo da mansão pela escadaria até o segundo andar, recebendo com seus próprios olhos a repentina notícia de que teria um quarto naquela casa.

— Espera aí. — o cacheado barra a si mesmo na porta do cômodo bastante espaçoso de paredes azuis-celeste e mobília de madeira escura. Ele olha para o loiro incrivelmente ereto e sério. — Meu quarto? Meu? Eu vou ficar... dormir aqui?

— Exatamente. — Niall estreita os olhos para Harry, como se estivesse evidente o tempo todo. — O patrão me pediu para que preparasse o uniforme apropriado para o senhor, e um aparelho telefônico, exclusivamente para o trabalho. — ele mostra a pequena caixa com o celular de modelo antigo acima da cômoda, ao lado da cama de casal.

Harry assentiu, um pouco ansioso. Uma cama de casal só para ele em um quarto só para ele naquela mansão enorme. Parecia um pouco demais, mas ele certamente não reclamaria.

— Estão restritamente registrados apenas os contatos da família Tomlinson e os de emergência. Os médicos, dentistas, nutricionistas e professores das crianças. Nenhum contato deve ser adicionado ou removido, e o patrão pede para que sempre o deixe ligado. — Niall continua proferindo as palavras perfeitamente ensaiadas e Harry quase se sente mal por ele. Todos naquela casa agriam como robôs esquisitos.

— Tá. Tá bem. — o cacheado concorda com pressa, se diminuindo um pouco durante o intervalo que o loiro vestido de pinguim franzia o cenho o analisando. — Que é?

Niall parece despertar de seu transe não muito discreto, e desvia a atenção de Harry como se o ignorasse, arrumando os óculos de grau sobre o nariz e focando seu olhar em algum ponto remoto do quarto, segurando as mãos atrás de si. Harry arqueia a sobrancelha desconfiado.

— Eu tenho a ligeira impressão, senhor Styles... de que o senhor não é quem diz ser. — o loiro responde ainda sem encará-lo diretamente e Harry engole em seco sem que o outro perceba. Era tão óbvio assim?

— Eu? — o cacheado aponta para si mesmo, indignado. — Não entendi, do que tá falando?

E mesmo assim, Niall imediatamente se volta para ele como se confirmasse suas suspeitas.

— O senhor não é babá de verdade, não é? — o loiro parecia disposto a arrancar qualquer mínimo traço de nervosismo de Harry, e infelizmente, para o outro, conseguiu. — Aposto que muito menos estudou em um lugar como Harvard.

— Mas vem cá, qual é a do interrogatório? — o cacheado se exalta mesmo que não estivesse em prudência de fazer isso. Sua entrevista já havia sido concluída e aprovada pelo próprio senhor Tomlinson, então era no mínimo estranho que aquele mordomo estivesse tão desconfiado. Por outro lado, Harry entrava quase em pânico por saber que estava sendo descoberto. — Você acha que eu sou o quê, um incompetente? — ele instintivamente cruza os braços, e um vinco se forma entre as sobrancelhas franzidas.

— Um farsante. — Niall silaba sem ao menos hesitar. E estava aí, Harry piscou desconcertado, descruzando os braços lentamente. — Bem que eu imaginei.

— E por quê acha isso? — questiona, um pouco mais suave, embora a carranca ainda fosse presente no rosto. — Só porque eu não tenho uma educação das melhores? Porque eu não tenho classe? Ou porque não tenho diheiro?

Niall ignora rapidamente os olhos verdes insistentes sobre ele. O mordomo não era de manias assim, não mesmo. Mas seu senso de intuição era sempre maior do que qualquer vontade. E quando se tratava daquela família, cujo ele apreciava como a sua própria, não se culpava em transparecer todo e qualquer pressentimento. E talvez tivesse algum forte e não muito claro sobre aquele homem estranho.

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⏰ Última atualização: May 04, 2022 ⏰

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