4. que a luta começe

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Por mais apressado que parecesse tirar tal conclusão, qualquer um que não conhecesse a acanhada caçula da família Tomlinson, poderia dizer que ela apreciava a presença de seu novo amigo.

O próprio Harry se ousara chamar assim no momento em que Lucy aprovou sua entrevista de emprego improvisada em uma brincadeira, que se interrompeu quando um homem mais velho entrou na sala.

— Aracely tinha razão. O senhor parece alguém profissional. — Harry se levanta do sofá ao lado de Lucy quando a voz chama sua atenção. O senhor de mais ou menos cinquenta e poucos anos com postura simpática se aproxima para cumprimentá-lo. — Sou Nicholas Tomlinson, muito prazer.

— Harry Styles, o prazer é meu. — o cacheado aperta sua mão, recebendo um caloroso sorriso em troca. Ele logo percebe a garotinha sair de perto de si e ir de encontro ao senhor, que a segura no colo. — Então, o senhor é o dono daqui?

— Não exatamente. Eu era, na verdade. — o homem ri, observando a menina mexer em seu bigode. — Agora a casa pertence ao meu filho, Louis. Foi ele quem mandou lhe chamar. Infelizmente, ele está novamente em uma daquelas reuniões inadiáveis, sabe como é. — Nicholas larga a menina no chão, que parece se entreter com uma boneca deixada no tapete, onde ela se deita e começa a brincar, ainda em silêncio. O cacheado assente para o homem, apesar de não entender praticamente nada da situação. — São as suas referências? — ele questiona ao apontar para a pasta que Harry trazia consigo.

— Sim. Sim, é o meu currículo. — ele rapidamente entrega o documento para Nicholas, que parece impressionado ao passar os olhos pelo papel.

— Já estudou em Harvard?

— Pois é... — o mais novo responde sem graça, os lábios em uma linha pressionada. — Olha, não é por nada não, senhor Tomlinson... mas pra quem exatamente eu vou trabalhar? — ele tenta mudar de assunto, já ansioso o suficiente antes de Nicholas o encarar confuso. — Quer dizer, a moça que passou o seu endereço não me deu nenhuma informação, mas quando eu cheguei me disseram que são... oito. — pronuncia a palavra como se desse a entender no sentido neutro. Ele realmente estava cada vez mais em dúvida sobre aquele emprego.

— Isso. — o senhor Tomlinson ri, pensando que Harry possa estar assombrado com a quantidade. — Bom, oito contando com as minhas filhas. Os quatro mais novos são os meus netos. A Lucy é a mais nova, que acabou de conhecer.

Os olhos verdes quase saem das órbitas. Então era realmente algo para crianças?

— Então vocês querem tipo uma Xuxa? — ele franze o cenho.

— Perdão?

— Quer dizer... — Harry tenta se corrigir e se sente ainda mais nervoso. Ao passar a mão pelo rosto ele se recorda de ter ouvido algo pela ligação da moça da agência. Ela havia dito Tomlinson. Ela havia dito babá. Seu olhar encontra brevemente o da loirinha, de bruços sobre o tapete, enquanto parecia fazer uma trança nos cabelos de sua boneca. Ela sorri para ele. — Babá? — ao levantar o rosto, Nicholas parecia preocupado por sua reação. — Babá, isso. — repete, um pouco mais alto. — Você... digo, o seu filho me chamou como um babá?

— Sim. — o senhor respondeu, e apesar de humorado, ele se encontrava tão desordenado quanto o cacheado. — O que pensou que fosse?

Era difícil definir o que ele pensou, mas certamente o esclarecimento foi aliviante.

— Não! Nada, eu só... tenho uma cabeça bem avoada, como o senhor pode ver... — Harry encolhe os ombros, ao mesmo tempo querendo rir de si mesmo por não ter pensado no óbvio antes.

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