AQUELE ONDE
a picape vermelha chega.
sabito.
É, aqui não é de todo ruim, mas não é o melhor dos mundos também. Exatamente como o tio Urokodaki disse: "um lugar pacato, simples, quase rural". Falta muito para ser considerada uma cidade, está mais próxima de ser uma vila do que qualquer outra coisa.
Se olhar em volta, verá apenas duas coisas: casas entediantes e mato. Muito mato mesmo. Me surpreende que as ruas sejam asfaltadas, é a única coisa evoluída sobre essa cidade.
Olhando da onde estou, do portão da escola, eu enxergo três ruas extensas, vazias com casas em tons amarelados e azulados, extremamente arborizado. Um lugar bonitinho, se forçar, para passar uns dois dias relaxantes ou até mesmo uma semana.
Mas morar? Por um ano inteiro? Eu vou acabar morrendo de abstinência do estresse da cidade, de saudade do barulho dos carros e das buzinas correndo pela madrugada, do céu nublado sempre, do cheiro de indústria. Faz falta.
É uma pena que eu tive que vir morar aqui, achei que relação entre mães e filhos eram mais fortes que isso. Eu ainda não consigo entender porque ela ter me mandado para cá.
Não quero admitir, mas poxa, dá saudades às vezes.
Me sinto como um bicho exótico, tendo que se adaptar em um ambiente.
Nesse momento era para alguém me buscar, meu tio falou algo sobre crianças de coração bom do primeiro ano, porém o diretor Muzan disse que alunos da minha sala iriam me receber. Vou ser sincero, estou torcendo para que a segunda opção chegue mais rápido, não quero andar com gente mais nova.
Bati meus dedos no volante de couro preto da minha picape vermelha — e muito velha —, o som do rádio baixinho tocando alguma do Nirvana. Droga, se eu estivesse na cidade esse ano eu poderia ir em um show deles. Por que eu sempre faço merda?
— Ali está! — Escuto um grito vindo de uma distância boa, finalmente me viro em direção da escola que eu estava tentando ao máximo evitar olhar — Oi!
Um garoto de cabelos avermelhados vinha na minha direção, junto de outros três pivetes e uma garotinha. À medida que ele se aproximava cada vez mais eu podia ver que ele tinha uma cicatriz gigante na testa dele, uau, como ele tem coragem de andar com aquilo? Esbanjando por aí?
Que tipo de autoestima é essa? Onde que eu consigo comprar ela?
O quê? É óbvio que eu estou com o curativo tampando a minha! Ela é horrível, nojenta! Minha cicatriz corta praticamente toda a minha bochecha, cheia de traços esquisitos, como um batimento cardíaco descompensado. Eu simplesmente odeio ela, com todas minhas forças.
É terrível. E sempre que eu puder, vou tapar ela.
— Oi! — O mesmo garoto disse de novo, quando chegou perto da janela da minha picape, colocando suas mãos na porta.
Os brincos dele e os olhos gigantescos brilhavam na minha direção, quando tio Urokodaki disse que o garoto parecia o sol em si, eu não tinha acreditado, mas agora vendo ele posso confiar. Ele é radiante.
— E aí. — Respondi, estendendo a mão para a fora e apertando a dele.
— Kamado Tanjiro. — Ele falou, apontando com o polegar para si mesmo.
— Yukimura Sabito. — Imitei ele.
Ao lado dele havia um garoto de cabelos louros com sobrancelhas tristonhas e ombros fechados, parecia temer pelo instante. Ao se aproximar, puxou um pequeno papel amassado do bolso.
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BOYS WILL BE BUGS º kny
FanfictionTomioka Giyuu nunca foi uma borboleta social, por mais que sempre estivesse rodeado de abelhas e zangões ele continuava a sentir que não estava vivendo, não da forma correta. Era como uma lagarta voando, ou uma joaninha que nunca abriu as assas, par...