Maxine telefonou na noite do meu aniversário, a fim de dar–me as devidas felicitações. Além disso, afirmou estar deixando o hospital, pois o médico, havia lhe dado permissão para voltar para casa. Foi a vovó que falou com ela e me manteve informada.
Maxine era para mim, como uma tia. A tia, que não tive por perto. Bom, o papai tem duas irmãs, mas, nunca criei nenhum vínculo com elas. Na verdade, nem mesmo com minha avó paterna.Sobre a penteadeira, ainda estavam uma fatia da lasanha de quatro queijos, que Anna e a vó Sarah, fizeram. E também um copo de limonada. Mesmo sendo um de meus pratos favoritos, consegui ingerir apenas três colherzinhas da lasanha.
No dia seguinte ao meu aniversário, tive uma imensa surpresa: A chegada de Maxine. Ela havia contado para meus avós, que nos faria uma visita. Eu, no entanto, soube somente quando a vi chegar. No rosto dela, ainda era visível, alguns arranhões e ferimentos. No braço esquerdo, uma tipóia.
—Minha linda, como se sente? Queria muito, vê–la. Mas, você sabe que fiquei internada. — Ela disse, assim que entrou no quarto.Levantei rapidamente da cama e sem dizer uma só palavra, eu a abracei e comecei a chorar.
—Chora! Põe toda essa tristeza, pra fora! —Beijou–me a testa e retribuiu o abraço.
A vó Sarah nos deixou sozinhas, no quarto. Maxine e eu, permanecemos durante algum tempo, abraçadas. O cabelo dela, tinha o suave cheiro de maçã. Ela ainda usava o mesmo shampoo. Minutos depois, desfizemos o abraço e sentamos na cama. Eu não queria falar. Só queria escutá–la.
—Jennie, sei que você não está bem e entendo perfeitamente. Você é como a sobrinha, ou até mesmo a filha... Que não tive.—Ela fez uma longa pausa, antes de prosseguir. —Estive pensando... Você não gostaria de vir comigo? Meu marido está trabalhando em outro estado. Não gosto de ficar sozinha. Assim, a senhora Willians, poderá descansar um pouco. Posso cuidar de você.Eu não esperava aquele convite. Não soube o que responder, na hora. Logo, ela adiantou: —Não tem que responder hoje, tá? Ah! Trouxe algo que vai gostar.
Ela abriu a bolsa de viagem e retirou CDS e fotos da Cindy Lauper. A Cindy, sempre foi minha artista preferida. E a Maxine sabia disso. O meu quarto, na casa dos meus pais, era repleto de coisas da cantora. Nas paredes, pôsteres para todos os lados. CDS? Eu tinha uma coleção. Meus olhos brilharam, quando vi os presentes que ela trouxera. Proferi um obrigada e fiquei conferindo tudo.
—Enquanto curte seu presente, vou dar um pulinho até à cozinha. Sua avó guardou lasanha para mim. —Ela disse, toda sorridente.O que eu faria na casa da Maxine? Com toda certeza, o mesmo que fazia no lar dos meus avós. Ou seja... Nada! Passaria dia e noite, dentro de um quarto. De preferência, deitada na cama, olhando para o teto e as paredes. Logo, ela iria ficar aborrecida comigo. Eu daria muito trabalho: Na hora das refeições, do banho e para ser sincera, a todo momento. Mas, por outro lado, a vó Sarah e o vô Paul, mereciam um descanso.
O restante da noite, foi bem agradável. Maxine fez pipoca e levou para o meu quarto. Eu não quis comer e não dei atenção aos filmes que ela assistiu. Contudo, fiquei quieta, de olhos fechados e a cabeça apoiada nas pernas dela. Cochilei, acordei, cochilei outra vez... Até que, por volta da meia–noite, ela desligou a TV, trancou bem a janela, fechou as cortinas e apagou a luz.
—Boa noite, minha querida! Sua mãe me deixou como missão, cuidar de você. —Ela sussurrou, antes de deixar o quarto.
Virei para o lado puxando a coberta para cima de mim e logo adormeci.♥️♥️♥️♥️
Meus avós não gostaram muito, mas aceitei o convite da Maxine. Vesti meu moletom cinza e cobri a cabeça com o capuz. Também usei um óculos escuros. Não queria enfrentar os olhares curiosos, direcionados a mim.
A casa dela, não era tão distante da residência dos meus pais. Porém, não me sentia preparada para ir até lá.Um quarto fora preparado para mim. Chegamos à tarde. Maxine fez dois sanduíches de atum e um suco de melancia. Tomei metade do suco e comi meio sanduíche. Depois, me acomodei no novo cômodo. Uma cama de casal inteira, só para mim. Lençóis floridos, parede rosa com papéis de parede brancos. Três ou quatro, bichos de pelúcia. E um cheiro delicioso de lavanda. Uma pequena estante, com poucos livros. Peguei um deles e folheei apenas. Era Razão e sensibilidade. Maxine tinha bom gosto. Logo depois, achei melhor deitar. Me sentia cansada da viagem.
Atenciosa como era, guardou minhas roupas e objetos pessoais na gaveta do armário. Lembro que quando criança, eu a chamava de tia Maxine, como mamãe havia ensinado. Talvez, em algum outro lugar, outro plano, ela estivesse feliz, vendo a amiga que era como uma irmã, cuidando de sua amada filha.
♥️♥️♥️♥️
Boa noite, amores!
O capítulo foi um pouco mais curto. Mesmo assim, espero que gostem. Até o próximo! E vamos interagir, hein? Comentem bastante!
VOCÊ ESTÁ LENDO
Recomeçando a viver
Fiction HistoriqueUma tragédia, leva aquilo que Jennie tinha de mais importante na vida. Uma adolescente, tendo que lidar com algo tão doloroso, precisa do apoio daqueles que a amam. Talvez assim, consiga superar o ocorrido. Mais tarde, ela vê em Andrew, um motivo a...