Tradução: O mão da rainha.
🔴 ~ alerta spoiler para quem não leu ACDD
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Pergaminho dos registros reais; "cofre dos conhecimentos"; biblioteca de Crescite.
Autor: Erudito chefe; Luuk Vaccim.
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Dois meses após a guerra...
A música reverbera pelo grande salão de baile do reino de Salis. Assim como nas ruas, todos festejam a ascensão ao poder de seu novo rei, Leon Verond. Os grandes lustres iluminam as damas e cavalheiros da corte, reluzem os diamantes e ouro na cabeça das famílias reais ali presente.
Tudo se segue na mais perfeita ordem, porém não era como se sentia verdadeiramente o mão da rainha de Crescite, Vincent Verond, tudo em sua mente rondava em torno de lembranças boas e ruins sobre aquele palácio em que chamou lar por vinte e sete anos. Em meio a brisa nos jardins do palácio, a nostalgia lhe vinha ao peito. Se olhasse um pouco mais adianta via o local exato da festa em que acabou com o vômito de Mirela em seu colo, se virasse a cabeça para o outro lado veria a cerejeira que marcou o local onde deu seu primeiro beijo com Agatha ainda quando ela era a filha do general do reino, mas a direita o lugar que dava a passagem que interliga os muros do palácio com o casarão que era da família de sua melhor amiga — que foi lhe dada como propriedade por seu primo, agora rei de Salis — todas essas memórias que ele guardava com certo carinho.
Mas ali também foi o espaço onde sua irmã escondeu quem era de verdade por anos, foi o lugar onde foi atacado e teve de lutar com o próprio pai enlouquecido.
O sentimento de vazio era pertinente, mesmo conseguindo preservar ao menos uma amizade verdadeira, manter sua irmã a salvo e conseguir um vida digna, ele sentia que tudo que lhe dava um sentido na vida foram arrancado de seus braços sem mais nem menos.
— Sinto falta de quando dávamos perdidos na mamãe, para nos esconder no quarto da Jujuba. — a voz de Giselly preencheu o espaço, assustando um pouco o loiro — A cara que ela fazia quando nos via lá, era impagável. Irrita-la sempre foi a melhor das coisas. — ela diz com um sorriso pequeno.
— Isso por que não era você que sempre acabava como alvo dos seus cascudos. — ele resmunga — Ainda posso sentir os galos na cabeça que aquela brutamontes casou em mim.
Sua fala desencadeou uma série de gargalhadas na mais nova. Aquela risada era sua favorita. Vincent sentia falta dos tempos de antes da guerra, quando não havia traidor entre eles, onde ele ainda alimentava a esperança de fazer sua melhor amiga enxerga que poderiam ser um casal incrível. Porém, ele entendia que tudo que passou foi um processo para seu amadurecimento, para que pudesse arrancar a cegueira que cobria seus olhos em relação a tudo que não girasse em torno de sua rotina palaciana de herdeiro.
— Lembra quando você me contou do seu primeiro beijo com a Agatha? Estavamos sentados naqueles bancos mais distantes. — ela apontou para bancos feitos de madeira fina próximo as estátuas de alguns de seus antepassados.
— Lembro. Depois você passou meia hora planejando o meu casamento com ela, que seria um dia depois do seu por que você queria que eu te levasse até ao altar.
— Bem, eu adoraria que você me levasse ao altar no meu casamento com Annelise. — por um instante o choque percorreu o corpo de Vincent.
— Você...
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Contos de Deorum
Short Story| LIVRO 1.1 • saga Caelestis| Edição especial de contos 🥇Vencedora do concurso Mistérios da Grécia; categoria Contos e Poesia •°⚜️°•°⚜️°•°⚜️°•°⚜️°•°⚜️°•°⚜️°• Um livro de contos e lendas que rondam a vida dos personagens de "As coroas dos deuses"...