⚜️Regina et Consort | part II⚜️

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Tradução: Rainha e consorte | parte II

🔴 ~ alerta spoiler para quem não leu ACDD

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Pergaminho dos registros reais; "cofre dos conhecimentos"; biblioteca de Crescite.

Autor: Erudito chefe; Luuk Vaccim.

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Um ano após a guerra...

Um ano de paz havia sido vivido. Todos os monarcas do continente mantinham as boas relações entre reinos e a propriedade constante era a fonte de felicidades para todos. Tranquilos e aliviados, era assim que todos viviam.

Todos exceto a rainha de Crescite.

— Não! — já era a décima vez no mês que acordava sobressaltada, se sentindo sufocada por pesadelos.

Por um tempo ela pode desfrutar de sonos em paz, mas a cada dia que se aproximava a data do Coroatio — respectivamente o aniversário de um ano de que foi posto um fim a guerra — sua mente voltava a ser um mar revolto e consequentemente a expressão de abatimento e isolamento retornava a sua vida.

— Calma, está tudo bem. — seu marido, o príncipe Octávio, a acolhe em um abraço apertado afim de tranquilizar a respiração ofegante da amada.

A preocupação retornava aos seus tensos músculos, seu peito se apertava em medo por ver sua amada voltar aquela cápsula prestes a explodir, só havia visto isso alguns dias antes de seu casamento e com o tempo que se passou acreditava está fazendo progresso com a alma inquieta de Agatha. Não existiam segredos entre eles e a desconfiança latente que dominava a rainha em seus períodos sombrios abriu uma excessão para o amado.

No entanto a cada noite perturbada pelos incovenientes sonhos, a rainha se afastava mais. Passava mais tempo calada e a quem ousasse questionar o que a preocupava mudava de assunto ou simplesmente respondia com um apático "Não é nada, estou ótima".

— Se sente melhor? — questionou o príncipe, sendo respondido por um aceno positivo — Quer conversar sobre o assunto? — foi respondido dessa vez com um aceno negativo e respirou fundo para manter a serenidade.

De todos os modos, Octávio tentava manter sua postura tranquila, mas a cada dia estava se tornando uma missão impossível. Por inúmeras vezes viu seu grande amor se lançar aos mais terríveis perigos e se sacrificar por todos sem poder fazer nada, enquanto consorte seu dever era apoia-la e respeitar seu espaço, pois já havia aprendido a lição de nunca pressionar a teimosa rainha ou o preço seria caro.

Ela estava quebrada, cada caquinhos grudado de forma desleixada, dia após dia tentando retornar ao que era antes. E para o príncipe a única coisa que poderia fazer era estar ao seu lado e tentar com seu amor manter os caquinhos ainda de pé.

— Eu preciso de ar fresco. — foi tudo que a rainha disse saindo silenciosamente da cama para vestir seu roupão, deixando para trás Octávio.

— Me diga o que posso fazer para te ajudar, meu amor. — a súplica era notável.

— Só preciso ficar sozinha um pouco.

— Se isolar não é a resposta, gatinha, estou preocupado.

— Não tem com o que se preocupar. — respondeu apática.

— Não tenho com o que me preocupar? É óbvio que tenho com o que me preocupar, Agatha! — o tom de sua voz aumentou consideravelmente, já não conseguia mais manter a calma — Você não está comendo bem, está mais calada que o normal, se isola do mundo e ao menos permite me deixar a par da situação. Eu acho que esses são ótimos motivos para me preocupar!

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