Gatos Guerreiros: Outono Vermelho

Cápítulo 09

Estrela Valente liderava a patrulha pela fronteira com o Clã da Névoa, seguindo rio em direção a árvore torta, tendo Pelo de Outono e Manto de Névoa atrás de si, renovavam os marcadores de cheiro conforme patrulhavam. O farfalhar das folhas do outro lado anunciou a patrulha do clã rival passando ao lado, Orelha de Línce liderava a patrulha, tendo Bigode Afiado logo atrás, seguido de uma gata de pelo castanho com manchas pretas, era Pena de Coruja. Um aprendiz de pelo marrom escuro puro caminhava logo atrás, seus pequenos olhos se arregalaram de espanto ao fixar seus olhos no poderoso gato branco de ombros largos do outro lado da fronteira.

— O Clã do Fogo tem uma mensagem — anunciou o líder, chamando a patrulha rival para perto ao darem meia volta.

— O que seria? — perguntou o guerreiro marrom claro, estreitando os olhos como se estudasse o que o grande gato branco poderia dizer.

— As raposas foram eliminadas pelo Clã do Fogo e o Clã da Geada — miou Estrela Valente, firme e orgulhoso. — discutiremos sobre a trégua na próxima reunião —

— E que Couro de Pedra fique dentro de seu território — rosnou a guerreira cinza claro, abaixando a cabeça levemente diante do olhar rápido de advertência de seu líder.

Os guerreiros do Clã da Névoa estremeceram por um momento, pareciam desconfortáveis apenas com o mencionar do nome de seu representante. O grande gato branco resistia a tentação de perguntar sobre o guerreiro malhado, seria precipitado perguntar quando a assembleia estava apenas alguns dias de distância. Com um acenar de cauda, liderou sua pratrulha pela fronteira sem quaisquer problemas depois. O sol mergulhava no horizonte quando a patrulha havia retornado ao acampamento, Manto de Névoa e Pelo de Outono foram se unir a Garra Rápida, que terminava uma ratazana. Estrela Valente se dirigiu para a toca de Mancha Negra, encontrando a curandeira organizando suas ervas, separando as ruins das que ainda podiam ser usadas.

— Já caminhou em sonhos? — perguntou o líder, se sentando ao lado de Mancha Negra.

— Não? Há menos que eu estivesse morta — a curandeira o encarou como se tivesse ouvido que um ouriço podia voar.

— Luz da Lua o fez, e ele não está morto — respondeu o grande gato branco. — ele trouxe uma profecia para mim —

— O curandeiro do Clã do Orvalho?! — engasgou Mancha Negra em surpresa, se virando com interesse.

— Ele disse que eu e outro gato trilharíamos um caminho proibído, mas que nele haveria luz e força — explicou Estrela Valente, por algum motivo seu coração disparou como um pica-páu bicando uma árvore, como se soubesse o significado das palavras.

A curandeira refletiu por um momento sobre tais palavras, como poderia um caminho proibído haver luz e força? E por que o Clã das Estrelas não enviou qualquer sinal para si, mas ao invés disso, enviou através de Luz da Lua, seria por ser mais sábio? Pensava que sim. O líder tocou a ponta de sua cauda no ombro de Mancha Negra, atraindo seu olhar para si, passando conforto e segurança, pois sabia que a curandeira estava questionando as próprias habilidades.

— O Clã das Estrelas não pensa menos de você, Mancha Negra — miou o grande gato branco gentilmente. — você é a gata curandeira do Clã do Fogo, se algo ameaça nosso clã, será à você que enviarão um sinal —

— Você está certo — suspirou Mancha Negra, as palavras não pareciam lhe convencer totalmente.

Estrela Valente não quis atrapalhar mais os deveres de sua curandeira, então saiu de sua toca e fora se deitar ao lado de Cauda Branca sobre a sombra da toca dos guerreiros. O líder caminhava lentamente com a barriga arrastando na neve, com os olhos fixos em um pardal que buscava alimento em uma amoreira. Com cuidado, se aproximou com cuidado para não fazer barulho pela neve, então saltou sobre a ave, dando uma patada e a direcionando para o chão, finalizando com um ataque limpo no pescoço. O grande gato branco ouvira um guincho abafado atrás de si de dentro da vegetação rasteira, seguido de patas batendo no solo com animação.