4 da manhã enevoada

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As botas pesadas faziam um barulho abafado quando ele entrou em casa. A mochila pesando em suas mãos logo parou em algum lugar esquecido da parede; tudo ainda parecia igual, o cheiro típico de bolinhos de coco assando invadiu o seu olfato no momento em quê deu dois passos a mais para dentro. Louis sorriu com o pensamento de saberem que ele estaria em breve em casa, os bolinhos significavam isso.

O sorriso alargando em seu rosto ao que passinhos desajeitados foram ouvidos pelo corredor; ainda incertos pela pouca prática, mas eles haviam se certificado de deixar protetores em todas as paredes e móveis. E então uma pequena bolinha agasalhada surgiu em suas vistas; usando roupas pesadas e de frio, o natal próximo trazia um clima gélido que fazia sua esposa se certificar de que todos estivessem quentes, até mesmo em casa.

Gen ainda balbuciava quando o seu pequeno corpo foi recolhido pelos braços tatuados. De repente haviam gargalhadas infantis; baba e covinhas por todo lado. — Minha pequena Gen! – Exclamou apenas para ela. As bochechas rosadas sendo agarradas por seus beijos cheios de saudade. — Me deixe ver todos esses dentinhos. – E então houve uma longa sequência de ‘’ahh’’ enquanto Gen exibia os seus novos dentinhos ao papai. Fora uma longa semana para Harry que era acordado por leves sacudidas á noite apenas para Gen se divertir escovando os dentes. — Uou, são muitos deles! Me lembre de me manter longe dessas pequenas presas famintas.

— Faminta. – Ela murmurou sobre o seu pescoço; os dentes repuxando e babando a gola de sua camiseta preta. Os pés calçados com meias estampadas sacudiam batendo em sua coxa para afirmar ao papai aquilo que havia dito: Gen estava faminta. Ou talvez não, já que pelo o que Louis sabia, Harry provavelmente já havia lhe dado sua mamadeira da tarde; Gen apenas gostava de se manter cheinha.

— Certo, vamos alimentar esse monstrinho em sua barriga. – Brincou. Os dedos indo em direção ao quadril magro numa cócega suave ali, a gargalhada alta enchendo os seus ouvidos.

Alguns passos depois e ele pôde ouvir as vozes na cozinha. Longe o suficiente para ser visto, mas sem precisar olhar de fato para visualizar bem o cenário que ele já conhecia.

— [...] A mamãe não sabe sobre isso, rapazinho. Tente perguntar ao seu papai assim que ele chegar. – Ele podia ouvir a voz doce e paciente da esposa ao conversar com um dos gêmeos, muito provavelmente. Eles estavam em uma fase onde tudo era questionável, perguntas sobre como o papel foi feito ou inventado eram comuns ali. Os pais agora não abandonavam o Google, sempre em mãos para lhes salvar.

— Qual enciclopédia terei que comprar dessa vez? – Ele se fez presente ali. De repente mais três corpos estavam atracados ao seu. Haviam muitos braços lhe apertando com saudade; Louis amava aquilo. De longe ele podia ver Harry sorrindo em sua direção, se certificando que ele ainda lhe olhava, Louis mexeu os seus lábios em forma de um ‘’eu te amo’’ silencioso, sendo respondido da mesma maneira. — Certo, isso foi um ataque de amor muito forte, não sei se irei aguentar. – Dramatizou em tom de brincadeira, espalhando o corpo no chão e levando os outros quatro consigo. Mais gargalhadas e então mais beijos.

— Tudo para os filhotes e nada para a mamãe? – Harry brincou. Os braços cruzados por cima do suéter bonito que vestia o seu corpo igualmente bonito; Louis se apaixonava todos os dias, e o melhor: pela mesma pessoa. — Tão injusto.

— Sua mãe está certa. – Disse aos filhos, se abaixando para sussurrar: — Se eu não der o beijinho a ele como vou ganhar bolinhos de coco?

— Eu ouvi isso,Tomlinson. Sem bolinhos pra você. – Apontou em sua direção. As unhas bonitas e pintadas chamando a atenção de Louis para elas, que desejou passar horas beijando toda a sua mão.

Ele se aproximou. Perto o suficiente para que seus dedos pudessem pressionar os quadris perfeitos; sentindo o cheiro de casa em seu amor, os cabelos exalando seu cheiro de laranjas frescas mesmo no inverno. Não demorou muito para unir seus lábios, sentindo o gosto do hidratante labial de melancia ao qual Harry era obcecado, com um toque do que provavelmente seria canela; Louis sabia que Harry adorava petiscar enquanto cozinhava.
As mãos com unhas pintadas e bonitas se enroscaram em seu cabelo longo, se certificando de tirar o seu boné para que apenas ele pudesse tocar no fios lisos. Era um hábito possessivo.

citrus sunlight galore • mpregOnde histórias criam vida. Descubra agora