Revolta pessoal

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Já parou para pensar no quão idiota e estúpido Han Jisung é? Chega a ser incrível a capacidade enorme que ele tem de sempre se intrometer de alguma forma besta em assuntos que não deveriam ser de sua conta. Isso era irritante, com certeza, de maneira bastante generalizada, não havia um ser vivo existente que o suportasse por mais de cinco minutos.

Ou, talvez, quem sabe, apenas Lee Minho tivesse tanto desapreço assim pelo rapaz, ao ponto de nunca, nunquinha, se submeter à proeza de deixar de revirar os olhos sempre que ele estivesse por perto.

Sério, alfas já eram irritantes, mas como caralhos aquele maldito jogador conseguia superar esse nível de maneira absurda?

Talvez soasse como uma fixação por Han Jisung, mas Minho insistia no discurso pronto de que jamais em sua existência isso ocorreria. Não tinha culpa se o alfa parecia mais presente em sua vida do que a própria sombra. O motivo? Nem o Lee sabia o porquê.

Mas uma coisa era certa: em circunstância alguma deixaria aquele idiota estragar seu maior objetivo dentro daquela escola!

Tanto que, no presente momento, era exatamente o que insistia em dizer.

— Vai tomar no seu cu, Han Jisung. Você não leu o cartaz lá fora? O clube é somente para betas! — Minho fez questão de xingar, nem mesmo olhando nos olhos do citado enquanto organizava algumas fichas em cima da mesa de papelão improvisada.

— Mas, Minho, esse é o único clube com vagas disponíveis, se eu não entrar, fico queimado com o diretor.

O Lee sorriu maldoso.

— E o seu clube de vôlei? — Porém, numa rápida mudança de expressão, voltou a fechar a cara. — Te dispensaram depois de finalmente perceberem o quão inconveniente você é? Mas que porra, não é problema meu que ninguém te suporta.

O alfa, de um metro e setenta e dois de altura, madeixas escuras, bochechas avantajadas e fanático por vôlei era, de longe, a pessoa mais convencida e irritante que Minho já havia encontrado em toda sua vida. Por algum motivo, tinha sido expulso do clube de vôlei, algo que gerou bastante fofoca pelos corredores do colégio Levanter IV, já que ninguém sabia ao certo o porquê. Restou ao Han, depois de uma longa tarde na sala do diretor, arranjar algum outro clube que o aceitasse, o que talvez pudesse ser um pouco complicado, em vista de já se passaram mais de um mês e meio do início das aulas.

E, de fato, um dos únicos que continuavam com uma série de vagas disponíveis era aquele em que encontravam-se no presente momento, criado por Lee Minho: Clube dos Betas Solitários Unidos.

O BSU Club, como fora carinhosamente abreviado, surgiu da revolta de seu criador, que se revirava toda noite na própria cama ao pensar que, apesar de existir o clube Alfas do Atletismo, Alfas e Tricô, Oficina Culinária Ômega, Ômegas Amam Basquete, e mais uma lista extensa de atividades extras que envolviam as demais classes, nenhuma sequer era voltada para eles, os betas! Minho revirava os olhos com essa falta de representatividade, pois ele sentia orgulho de ser quem era e esperava ganhar tal reconhecimento dos demais também.

Foi assim que, depois de quase duas semanas enchendo a cabeça do diretor e das moças nada simpáticas da coordenação, conseguiu um cantinho no depósito de materiais do pessoal de artes visuais para fundar seu primeiro clube, um que tinha como objetivo mostrar que betas também eram importantes.

Acontece que, mesmo que só contasse com quatro integrantes — Minho sendo incluído nesse número —, era um absurdo justo um alfa querer fazer parte.

O Lee não ia com a cara de alfas, eles sempre se achavam superiores e os donos do mundo, principalmente os daquele colégio em específico, nenhum parecia alguém legal de verdade. E, se Jisung ao menos estivesse interessado em defender o propósito do BSU, talvez o beta não estivesse tão revoltado, mas sabia perfeitamente que o motivo de ele estar ali era para se livrar de algum castigo imposto pelo senhor Choi, o diretor.

𝐁𝐒𝐔 𝐂𝐥𝐮𝐛: 𝐀 𝐑𝐞𝐯𝐨𝐥𝐭𝐚 𝐝𝐨𝐬 𝐎𝐩𝐫𝐢𝐦𝐢𝐝𝐨𝐬 | minsung Onde histórias criam vida. Descubra agora