Não iremos começar em algum lugar qualquer na Itália como na primeira vez, mas sim em uma cidade específica, nomeada de Bologna, ao norte do país.
Com cerca de quatrocentos mil habitantes, bandeira simples e cheiro de café no ar à todo momento, a animada cidade universitária é um ótimo lugar para viver em paz e ao mesmo tempo em movimento (ou para você que deseja um romance europeu clichê de coque frouxo).Coincidência ou destino, há cerca de dois anos atrás, agora sim em algum lugar qualquer no norte da Itália, um romance dramático e sexul acontecia entre Oliver e Elio. Um romance que não tinha acabado, apesar de ambos os lados lutarem e tentarem ao máximo esquecer de tudo. Elio, que tanto lia livros, sabia que o seu com Oliver não havia chegado à última página, e sim apenas finalizado um dos capítulos. Mas como esquecer o que é inesquecível? Como esquecer de cada toque e beijo? Como esquecer a única pessoa que você amou de verdade, por mais que tenha sido somente um verão? Era possível amar tanto em tão pouco tempo?
Alguns diriam que essas paixões não são verdadeiras. Paixões da noite para o dia, sem pé nem cabeça. E ainda por cima ambos jovens, teriam uma vida inteira para experimentar de tudo. O primeiro amor nunca é real. Entretanto, em meio a todos os comentários, críticas e anseios, ainda insistiam em permanecer com o pensamento um no outro.
Eles se lembravam de tudo. Oliver tinha deixado isso bem claro depois de ir embora. Mesmo tendo se casado, ele ainda se lembrava e desejava Elio ao seu lado todas as manhãs. Não tinha um lugar naquela cidade que não o fizesse lembrar do rapaz. A música, os livros, as comidas. A árvore de pêssegos plantada na esquina da calçada de sua casa. Mesmo sendo o caminho mais longo, Oliver fazia questão de passar por lá todos os dias e olha-la. Quando ia a pé, pegava um, tocava, sentia a textura macia. Era como a pele de Elio. Os travesseiros de sua cama também eram assim. Em meio à devaneios de insônia, Oliver passava as pontas ásperas dos dedos pelas curvas do tecido frio e, fechando os olhos, visualizava os meses que passara na casa de Elio e sentia o atrito macio dos cabelos do jovem.Aquela noite não estava sendo diferente.
- Amor. Amor? -alguém o balançava. Oliver abre os olhos e vê Elio ajoelhado à sua frente, sorrindo de orelha a orelha- Você cochilou. Vem! Eu ainda quero ver as flores mais um pouco antes de irmos embora!
Elio se levanta limpando a grama da roupa. Já Oliver, que ainda estava perdido, se levanta junto levemente tonto e rindo bobo. Em seguida, sente sua mão sendo puxada pela de Elio e ambos saem correndo em meio à um campo verde e iluminado pela luz de um sol ardente.
O mais jovem gargalhava à cada vez que pisava os pés no chão, aparentemente sentindo uma felicidade que nunca havia sentido antes.
Depois de rápidos segundos assim, eles chegam à uma espécie de penhasco, e a vista era como o paraíso na Terra. Montes desapareciam entre as nuvens e Oliver via flores de cores que nunca imaginou ver.
- Eu gosto de azul -comenta Elio num sussurro.
- E eu de branco -olhando para a esquerda, era possível encontrar uma sequência compridas de flores dessas mesmas cores, que se misturavam entre si e faziam parecer um oceano com espuma- E de você.
- De mim, hm? -ele o puxa pela cintura e o beija no rosto- Eu também gosto de você.
- Eu te amo.Os corpos se grudam como cola e abrem o espetáculo de um beijo infinito e profundo. Era estranha a forma como Oliver conseguia sentir o volume e os movimentos da língua de Elio dentro de sua boca. Era como se... tudo fosse real. Ele também sentia as curvas de seu quadril. Era tudo ótimo e maravilhoso, perfeito.
- Oliver -sussurra- Acorda.A imagem de Elio à sua frente e toda a paisagem em volta começa a ficar turva, como ver o mundo pelas águas turbulentas de um rio ou a fumaça da fogueira. E, de repente, ele se tocou (ou se lembrou) que estava em um sonho.
Não, não agora. Mal havia começado e eles já tinham que se despedir?
- Oliver -Elio insistia- Vamos! Acorde.
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call me by your name again
Fanficapós seguirem suas vidas por longos dois anos (ou ao menos tentarem), Elio e Oliver se reencontram inesperadamente em mais algum outro lugar na Itália e agora precisam decidir entre o amor e o abandono eterno.