mystery of love

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3 dias depois.

Três dias se passaram e nada de surpreendente e esperado aconteceu. Nada mesmo. Sem beijos, toques e nem palavras trocadas. Isso tudo por desejo de Elio, que encontrava Oliver pelos corredores da universidade e nem o olhava nos olhos mais. E o professor com razão achou tudo aquilo estranho. Não conseguia entender como Elio o ignorava depois de tudo que tinham vivido e daquele encontro noturno. Não seria possível que Elio não o quisesse mais. Depois de tudo que tinha lhe dito?

- Elio! -disse ele quando o encontrou no intervalo. O jovem para sua surpresa parou e parecia disposto a ouvir.

- Não me chame alto. Os alunos podem ouvir.

- Que palhaçada é essa a sua? -se encostaram na parede- Por que anda desse jeito comigo?

- Eu. Hm... -estava sem resposta- Só. Eu preciso pensar.

- Teve três dias inteiros para pensar, poxa vida. O que você ainda quer?

- Preciso pensar muito -Oliver suspirou.
-

E eu preciso muito de uma resposta.

A verdade era que aquilo estava tão entediante quanto dar aulas na universidade. Por mais que tentasse e fizesse o máximo de esforço, Oliver não conseguia entender o que se passava na cabeça de Elio para agir daquela forma.

E Elio por sua vez estava inseguro. Largaria a cidade em menos de três anos, que apesar de serem longos, sabia que passariam rápidos com Oliver ao seu lado. Tinha medo de nunca mais se reencontrarem. O sentimento de saber que ele era casado também doía em seu coração. Saber que mesmo o beijando todos os dias, o professor chegaria em casa e beijaria Marta (ou até transaria com ela, afinal de contas eram casados e ela o amava). Ele não sabia do que Oliver era capaz de fazer pelos dois. Não sabia do que se passava em sua cabeça e nem as decisões que estava disposto a tomar apenas para passarem o resto de suas vidas juntos. Ou talvez até soubesse, mas não queria acreditar.
- Você vai ter sua resposta -respondeu- Quando eu estiver pronto para te dar ela.
- E quando será isso?
- Não será tarde -desencostou da parede e se moveu para ir embora, porém Oliver o impediu.
- Do que ainda tem medo?
- Nada -se encararam.
- Saiba que. Independente da decisão que vá tomar. Eu gosto muito de você. E meus sentimentos nunca irão acabar. Sei que os seus também não. Então pense no que será bom para você porque apesar de tudo eu quero te ver feliz em primeiro lugar. Mas saiba que eu nunca mais ficarei feliz se me abandonar.

Elio assentiu com a cabeça e foi embora dessa vez. Foi embora, mas não deu "tchau" e nem "adeus". Tudo que ele queria era se virar, correr para Oliver e o beijar. Essas ações foram feitas apenas em seu subconsciente.

Mesmo morando há três minutos da universidade, demorou dez para chegar em casa naquele dia. Isso porque andava mais lento que uma tartaruga pelas calçadas, pensando. Chutava as folhas caídas, roubou duas flores rosas da floricultura.

- O que vou fazer? -pensou alto enquanto abria a porta de seu apartamento- O que vou fazer? O que vou fazer? -continuava pensando durante o banho

"O que vou fazer?", escreveu em seu diário. "Sei o que quero, sei o que devo. Sei também o que não devo. Mas o que irei fazer? Deveria eu me render ao desejo e a vontade ou apenas ignorar Oliver para sempre? Não consigo. Sua beleza, simplicidade, carisma e sensualidade sempre me deixam querendo mais. Passo as mãos pelos meus travesseiros almejando que ele estivesse ali do meu lado. E como lidar com a dor que é saber que ele dorme nos braços de outra pessoa? Porque agora tudo isso parece ser mil vezes mais complicado? Durante esses dois anos eu sempre estive certo do que queria com Oliver. Mas agora que o reencontrei, vários pensamentos ruins e bons passam em minha mente. Também não estou disposto a deixar Oliver de mãos abanando e sem respostas. Talvez tudo isso seja apenas medo de dar errado como da primeira vez. A diferença é que antes tínhamos apenas um verão, e agora a vida inteira".

call me by your name againOnde histórias criam vida. Descubra agora