Meu Ex.

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Me chamo Marlon, era sexta feira à noite, estava chovendo forte e eu já me preparava para dormir quando ouço alguém bater forte na porta quase a derrubando.

Abro a porta e ele já vem entrando me abraçando forte.

_ Jorge Luiz? O que você está fazendo aqui assim, a essa hora, todo molhado e.... Você bebeu?

Pergunto a Jorge Luiz, meu ex.

_ Desculpa aparecer aqui assim Marlon, mas eu precisava de você, eu precisava te ver.

Diz Jorge com uma voz embriagada.

_ Me solta Jorge Luiz.

_ Não, não me deixa, eu preciso de você.

_ Tudo bem Jorge vamos conversar, mas primeiro me solta. Você está me molhando todo e eu acabei de sair do banho.

Digo tentando afastar Jorge Luiz de mim. Meu ex então cheira meu pescoço e com um sorrisinho safado no rosto me diz:

_ Percebi, você está muito cheiroso. Eu estava morrendo de saudade de sentir esse teu cheiro, dessa sua tatoo...

_ É uma pena que eu não posso dizer o mesmo de você que está fedendo!

Jorges Luiz se afasta de mim e com a cabeça baixa diz:

_ Me desculpe, eu realmente não devia ter vindo aqui. O que tenho na cabeça?

Diz Jorge Luiz passando a mão no rosto.

_ Mas já que veio, diga o que aconteceu?

Perguntei já me sentindo culpado e pena de Jorge Luiz. Vê lo naquele estado apertava meu coração.

_ Ela veio com aqueles papos de casar, filhos... Eu fui sincero, disse que não estava preparado para isso agora. Ela aloprou se levantou do sofá e gritou falou um monte, me esculachando geral. Minha mãe ouviu e veio lá de dentro apoiando ela falando um monte na minha cabeça também, que já era hora de eu virar homem, assumir uma família e blá, blá, blá.

Explica Jorge.

_ Totalmente sincero você não foi né? Se tivesse sido não estava nessa situação.

Digo.

_ Como assim Marlon? Não estou entendendo.

_ Está entendendo direitinho, você está se fazendo de bobo como sempre. Se você disser que a razão para você não querer casar nem ter filhos é você ser gay, resolveria todos os seus problemas tanto com a Barbara quanto com sua mãe.

Digo a Jorge Luiz.

_ Você quer dizer que eu criaria ainda mais problemas não é? Sabe muito bem que a minha mãe não aceitaria se eu fosse gay e a Barbara, só de falar em separação já ameaçou de pular do prédio de onde eu trabalho a se enforcar no poste em frente a minha casa.

_ Se você fosse gay Jorge Luiz? Nós namoramos por dois anos, fora os carinhos e os pegas da adolescência. Que hétero namora outro homem Jorge, se toca, cara!

Digo já ficando irritado. Nesse momento o vizinho do apartamento vem subindo as escadas e passa por nós, não diz nada, mas faz uma cara feia. Jorge Luiz o encara e eu para evitar confusão o mando entrar e fecho a porta.

_ O que está fazendo? Quer arrumar confusão com os vizinhos aqui também? E pensando bem, como você subiu sem me interfonar? Ainda está com a cópia das minhas chaves e o controle do portão?

Pergunto a Jorge Luiz.

_ Não, juro que não estou. Encontrei com o... Não importa.

Me responde Jorge ocultando nomes.

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