Dois

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É no bicicletário que me encontro com o Odilon

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É no bicicletário que me encontro com o Odilon. Enquanto deixo minha bicicleta presa na corrente, não deixo de desejar por um momento que aqui estivesse o seu irmão ao invés dele. Nós dois a sós e alguns poucos segundos seriam suficientes para que a proposta ousada (e irrecusável) fosse feita:

- E aí, cara - cumprimenta, dando um soquinho no meu ombro - beleza!?

- Tudo certo - digo, hipnotizado pela cena que acontece bem atrás dele.

É o seu irmão, cruzando a entrada do colégio na companhia das outras garotas; magro, pele branca, rostinho liso – e, desconfio eu - discretamente maquiado, tênis All-star, as mangas da farda dobradas e uma calça jeans skinny dando forma a duas pernas finas. Também tem o cabelo; penteado como quem dedicou bastante tempo nisso.

E finalmente a cereja do bolo, responsável por toda a minha série de punhetas recorrentes no banheiro de casa: o seu bumbum.

- Gostosa né cara? - Odilon quebra meu transe, se voltando na direção em que antes eu olhava - acho que consigo dar um jeito das coisas fluírem para vocês, sei que tá de olho nela!

Agradeço mentalmente por não ser capaz de ler mentes, ou agora saberia que na verdade, enquanto acha que estou babando pela Yasmin, estou mesmo é imaginando mil e uma formas de comer o seu irmão. Isso sem contar que, na sexta-feira passada, acabei pegando a Yasmin após a levá-la até em casa na minha bike.

Isso fecharia o ciclo de amigas do Leo com quem já fiquei (bom, caso o ele mesmo não fizesse parte dele):

- Eu prefiro fazer isso sozinho. - Desconverso, ao passo que entramos para a aula.

Ah se ele soubesse...

- Vai que é tua, garanhão! – sorri, me dando uns tapas no ombro.

(Degustação) Nossa Primeira Última Vez - Série Nuances I.Onde histórias criam vida. Descubra agora