É com isso em mente que traço a minha abordagem, que tem início no momento em que os caras deixam o campo e seguem para o vestiário (distraídos demais para reparar em qualquer outra coisa).
Uma vez lá dentro, apenas pego minha mochila e logo dou um jeito de dar o fora, coisa que acaba sendo facilitada, já que a maioria deles estão dispersos trocando socos ou ensaboando seus sacos e as bundas peludas.
Dou a volta pela lateral do vestiário. O suor do nervosismo se junta ao suor acumulado durante o jogo. Limpo a testa, sigo firme e decidido.
Quando nossos olhares se encontram, sinto uma espécie de paralisia tomar conta do meu corpo, do mesmo modo como ele parece não fazer ideia do que fazer ou do modo como agir.
Engulo o bolo na garganta,
Ele fita o meu pomo de adão.
Não me secava esse tempo todo? Eu tô aqui.
Assim que percebo nosso empasse, trato de deixar tudo de lado e garantir o andamento das coisas:
- Eu te vi lá no jogo... - confidencio, seus olhos ainda sem acreditar que estamos tendo um primeiro contato além do "e aí" que eu sempre o dirigia. - Olhando para mim.
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(Degustação) Nossa Primeira Última Vez - Série Nuances I.
RomanceThiago nunca se sentiu tão estranho. Aos 18 anos (e com os pés praticamente fora do ensino médio), o astro do time de futebol do Colégio Mandela se vê lançado em meio a uma teia de sentimentos e desejos nunca antes vistos. Mas, de onde vêm esses ta...