Eu Te Amo, Tomioka.

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 Tomioka estava em frente à mansão das Borboletas, o lugar que todos os caçadores iam depois de receber ferimentos de onis, sejam eles severos ou não. Afinal, os caçadores não devem lutar em más condições, correto?

Já estava escuro, e mesmo assim, ele estava ali. Suas roupas estavam rasgadas e com sangue.

Era engraçado. Ele se machucar era engraçado.

Tomioka, o reconhecido hashira, o grande pilar da água se feriu em uma luta contra onis? Patético. Porém, mesmo sendo o grande Giyuu Tomioka, o grande pilar da água, ele nunca deixou de ser humano por isso.

Humanos se machucam.

Um suspiro percorreu por seus lábios e já havia se virado para ir embora, porém...

— Tomioka? É mesmo você? — ele ouviu a voz irritante, porém, levemente preocupada, da colega hashira.

Fingiu não escutar e continuou seu caminho.

— Ei! Tomioka! — a arroxada gritou em uma altura considerável, tornando impossível de não ser escutada.

O moreno parou no caminho e se virou para ela, encarando os lindos pares de olhos roxos e seu sorriso meigo, até mesmo fofo, da hashira.

— Olá, Kochou — cumprimentou-a.

— O que faz aqui? Se machucou por acaso? E, oi também.

— Não é nada de mais. Desculpe o incômodo. Eu já estou de saída — então, ele visou retomar ao caminho que tentara prosseguir anteriormente.

— É o quê?! Ei! Espera aí! — esbravejou. Tomioka logo ouviu dos delicados e suaves passos apressados atrás de si — Aonde — ela o ultrapassou, bloqueando sua passagem — você pensa que vai?! — gritou.

— Para casa. Onde mais eu iria? — curvou a sobrancelha e tombou a cabeça para o lado, completando sua imagem interrogativa.

— Ah, deixa-me ver — levou o dedo ao queixo, fazendo uma expressão pensativa, uma falsa, é claro — Ah, sei lá. De repente — a partir dessa frase, sua voz ergueu —, que tal para dentro?! — apontou para a própria casa, meio, ou melhor, muito irritada.

— Mas eu já disse que– — não conseguiu terminar a frase.

— E eu lá quero saber isso?! Você tá machucado se não percebeu! Para dentro! Agora! É uma ordem!

Estranho. Shinobu tinha geralmente um lindo sorriso no rosto, por isso, vê-la com o rosto mostrando uma expressão irritada, o deixava levemente surpreendido e estranhando-a, mesmo que qualquer emoção estivesse sempre detrás de seu rosto sério e frio, talvez até sem vida.

Ele sabia muito bem que ela não era alguém que desistiria fácil, então, apenas obedeceu-a indo para a escada, pisando no primeiro degrau, depois o outro, até que chegou na porta da casa da "borboletinha".

— Vamos entrando — ele ouviu novamente a voz da colega, dessa vez calma, como de costume. Sua habilidade de mudar de humor era incrível.

Por fim, ela pegou sua mão e abriu a porta. Um arrepio percorreu sua espinha ao sentir a mão quente tocar a sua.

A sala estava escura e nela tinha um futon sobre o tatame. Também tinha algumas coisas espalhadas pelo chão. Tomioka logo pensou que aquele quarto era de Shinobu, mas, por que ele estava ali?

— Foi mal a bagunça — Shinobu envergonhou-se — Eu vou ir pegar a água medicinal. E você fica ali — apontou para um lugar no tatame, perto do futon.

— Você que vai me tratar? — a expressão congelada do de cabelo preto continuou, mas sua entonação de voz era levemente surpresa.

— É por isso que todo mundo te odeia, Tomioka — foi tudo o que a garota de olhos roxos disse antes de sair.

Mas Você Não Me Odeia, Kochou.Onde histórias criam vida. Descubra agora