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|narrativa da autora|

Desde pequena s/n sempre admirou e almejou o amor e vendo o mesmo como lindo e extravagante, mas nunca conseguiu amar ninguém. Mas e seus pais? Seus pais? Bom, eles não eram o maior exemplo de pessoas que ela deveria amar até porque não tinha a presença deles, s/n foi criada em um orfanato desde neném, então não tinha a presença materna nem paterna, mas tinha a Tia do orfanato que ela via como mãe, gostava mas não a amava, com o tempo foi crescendo e se desenvolvendo alí mesmo, naquele ambiente onde convivia com crianças iguais a ela, crianças que não tinham a presença de seus pais biológicos.
Desde pequena era vista como um exemplo de aluna e criança, a típica protagonista que se sai bem na escola e você olha para ela e pensa "tem um grande futuro" e de fato tinha, cresceu e se desenvolveu socialmente de uma forma incrível, era bonita, simpática, extrovertida, agradável e até um pouco estressada, embora quebrasse (sem a intenção) o coração daqueles que se declaravam para ela.
S/n chegou à faculdade para ser médica veterinária, sempre gostou de animais, desde o maior ao menor, não tinha medo e pelo contrário, se sentia em paz na presença deles, um dia, no segundo bimestre de aulas, Anna (sua amiga) fez um convite para irem ao bar porque teria uma reunião de alguns alunos da classe das mesmas, já que eram da mesma sala, s/n aceitou. Quando chegaram lá, encontraram na mesa alguns colegas de classe e outros de alguns outros cursos que não eram interessantes para s/n, sentaram se, cumprimentaram o grupo e pediram algumas bebidas e aperitivos, depois colocaram os papos em dia.
Conversa vem e vai, bebida aqui, aperitivo ali, um passando mal por ter uma baixa intolerância em um canto, outro mandando mensagem pra ex em outro, e nisso ficaram somente Anna, s/n, Lucas e Gabriela na mesa.

|narrativa de s/n|

Por mais caótica que a situação parecia, estava um tanto quanto agradável, Anna é uma boa amiga, Lucas é legal e bom de conversa e Gabriela é um pouco impaciente mas é suportável, estávamos falando sobre alguns professores que não gostamos, como o Marcos que sempre fala a mesma coisa em todas as aulas, a professora que tem a voz aguda e assim vai até que Gabriela, já um pouco bêbada fala sobre sua namorada não a amar, Anna a repreendeu por sentir que aquilo faria com que me magoasse e todo esse papo de sensibilidade mas na verdade, esse assunto de não conseguir amar ninguém, para mim não é um tópico muito sensível, eu aprendi a lidar com isso embora me afeta quando eu vejo casais felizes (morram), eu invejo aqueles que conseguem amar, mas não posso mudar isso.
Lucas me perguntou:

- S/n, é verdade sobre você não conseguir amar?
- Ei, cala a boca! -- repreendeu Anna
- Calma, sim é verdade Lucas, não tem muito o que fazer --respondi enquanto esperava a pergunta mais frequente
- Sério? Tipo, ninguém, ninguém? Nem seus pais ou coisa do tipo?
Era essa a pergunta que mais me estressava quando eu entrava nesse assunto "nem seus pais?" claro que não idiota, eles nem eram presentes!
- É, nem mesmo eles são -- respondi em tom leve e meio desanimado
Espero que ele perceba e fique quieto
- Ah, mas você já foi ao médico?
Porra, não fode
- Sim, disseram que não podem fazer nada e que isso é efeito de despersonalização -- respondi já com a intenção de encerrar o assunto
- Cara, deve ser ruim receber um diagnóstico desses, mas um dia, quem sabe você consiga. Basta ter fé! -- ele disse com um tom de entusiasmo
Fé em que? Eu não acredito muito nessas coisas de fé e tal, acho que são desculpas para as pessoas se prenderem a algo, ou sei lá.
- Pois é, quem sabe um dia -- respondi com um sorriso enquanto virava a lata de cerveja
O assunto acabou ali, ainda bem, não aguentava mais esse papo. Gabriela ligou para sua namorada que foi buscá-la, Lucas pediu um táxi e Anna me levou pra casa, cheguei em casa, entrei no banho, vesti uma roupa e deitei na cama para dormir, porque mesmo que fosse sexta e amanhã sábado, eu teria que ir trabalhar às 08h da manhã na cafeteria, então não poderia me dar ao luxo de acordar tarde. Logo depois de colocar o celular para carregar e configurar o despertador, caí no sono, todo aquele assunto me deixou cansada.

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ooi gente! eu quis explicar um pouco sobre uma sexta feira da s/n e sobre sua origem e tal, espero que dê para entender tudo direitinho!
beijos e até o próximo capítulo!
a princípio, eu pesquisei "doença que não deixa a pessoa amar" aí apareceu sobre despersonalização (se estiver errado sinto muito)

why don't I fall in love? | ErosOnde histórias criam vida. Descubra agora