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|narrativa de Eros/cupido|

Há muito tempo atrás, uma mulher me invocou e pediu para que eu atingisse com as minhas flechas o homem que ela queria, eu já conhecia os dois e particularmente, eles não tinham química NENHUMA mas a mulher acreditava que sim. Então eu fiz um acordo com ela, iria flechar seu homem se ela me prometesse seu primogênito, caso fosse mais de um ela me daria o primeiro, dito isso ela hesitou inicialmente mas aceitou logo depois.
Fizemos o acordo, eu o atingi e um tempo depois se casaram e tiveram sua família com uma linda filha, eu apareci para lembrá-la do nosso acordo ela entrou em pânico por pensar em perder a filha, mas o que eu queria era somente a alma da pequena.
Como eu sou possessivo com aquilo que me pertence, coloquei alguns servos para ficarem sempre de olho na criança e no casal por precauções, a mulher começou a ter pequenos surtos e crises de pânico o que chamavam de estresse pós parto, mas eu sabia que aquilo era pelo medo de perder sua filha. Ela se trancava no quarto com a criança, mal comia e mal saia de casa, o que preocupou o seu marido que começou a pensar em levar a criança para um orfanato já que o ponto em que sua esposa havia chegado podia considerar loucura, fora que ela vivia dizendo "Ele vai vir e pegar minha filha" esse "Ele" sou eu, mulher paranóica da porra, eu vou pegar sua filha mas não pequena assim, uma parte que eu esqueci de falar é que eu só cobraria o acordo depois de 19 anos.
Enfim, em uma noite o marido pegou a criança, colocou dentro do carro e a levou para um orfanato a deixando na porta com cobertores e um papel com seu nome e data de nascimento, logo depois retornou para casa e se deparou com sua mulher enfurecida e tentou amenizar sua raiva dizendo que a filha estava bem e longe de qualquer pessoa que poderia fazer algum mal para ela (acho que ele se referia a mim, sei lá), depois disso a mulher se tranquilizou ao pensar que eu esqueceria do nosso acordo e deixaria pra lá.
Quando eu soube disso, logo o meu alvo se tornou o orfanato e precisei cuidar disso pessoalmente, apareci no orfanato um dia depois da chegada de s/n e conversei com a mulher que era mais amada por lá, a Tia

- Olá, eu queria falar com a Tia
- Ah claro, sou eu mesma -- disse a mulher baixinha, de cabelo escuro e com alguns fios brancos aparecendo
- Então, eu queria falar sobre a menina que chegou aqui ontem à noite
- Ah sim, qual seria o assunto?
- Bom, eu preciso que a senhora cuide bem dela como se a sua vida dependesse disso, até porque ela depende -- falei com um leve sorriso no rosto
- Desculpe, o que? -- ela me respondeu meio nervosa
- A senhora acredita em cupido?
- Não -- uma resposta imediata
- Haha pois deveria, está na frente dele agora mesmo
- Isso é algum tipo de piada?
- Claro que não, é extremamente sério
- Ah tá, olha me dê licença que eu tenho muitas coisas para fazer além de perder o meu tempo aqui com um lunático igual você -- essa véia atrevida
- Eu não sou lunático e a criança que chegou aqui ontem foi prometida a mim, eu sei que ela tem duas semanas de vida e que seu nome é s/n
A senhora paralisou, deu meia volta e começou a me olhar de cima em baixo
- Tá, você pode só ser alguém que a conhecia
- Mas eu conheço, desde o seu nascimento
- Supondo que você seja mesmo o cupido, o que quer com ela?
- Bom, ela faz parte do acordo no qual eu fiz com seus pais e quero que a senhora cuide dela como sua filha, apesar dela não te amar
- Tá bom, mas como assim "não conseguir te amar"?
- Simples, eu quero a alma dela para que depois de sua morte ela se torne minha serva e para uma alma totalmente pura, ela não pode amar, se apaixonar ou essas coisas, por ninguém -- respondi em um tom sério
- Mas isso não é egoísmo da sua parte?
- Não, não acho
- E se eu contar para ela?
- A senhora não vai, se pensar em contar a senhora já pode se considerar uma mulher morta
Ela ficou em um estado de choque por alguns segundos e depois voltou ao normal
- A-ah claro -- respondeu nervosa - haha --  uma risada mais nervosa ainda
- Então acho que já conversamos o que tínhamos pra conversar, nos vemos por aí (ou não) -- com isso finalize a conversa e desapareci diante dos seus olhos

Um tempo depois (necessariamente 21 anos) eu resolvi cobrar o meu acordo e buscar a pequena que já não estava tão pequena assim, sempre quis saber como ela estaria depois de todo esse tempo, eu dei dois anos a mais para o trato, espero que esteja tudo bem. Meus servos começaram a dar sinais para ela em um sonho e falaram que eu já poderia aparecer para ela, por algum motivo eu estava ansioso em vê-la depois de tanto tempo, mesmo a vigiando de longe.
Eu não queria encontrá-la sozinho então chamei Bastet para me acompanhar, mesmo sendo insuportável por ter um comportamento parecido com o de um gato (talvez porque ela seja um) era fácil de lidar.
Encontrei com s/n no caminho de um parque, estávamos em posições opostas o que me deu vantagem de reconhecê la, e como ela havia mudado, sua altura, corpo, cabelo, rosto, tudo! Ela estava linda!
Não consegui me mover diante da presença dela e acho que ela percebeu quando olhou de relance, que vergonha! Bastet ficou me sacudindo para sair do estado de choque e quando eu saí, a vi sentada no banco conversando ao telefone e perguntas vieram a minha cabeça. Com quem ela está conversando? Qual o assunto? Será que é algum namorado? Não pode, ela não se apaixona e quando me dei conta eu parecia um pai controlador, recuperei meus sentidos e saí dali com Bastet e fomos para outro lugar, eu precisava tirar essa situação da minha cabeça, então fomos a um bar onde ela bebeu todas e eu tive que levar àquela gata sem modos para casa, que animalzinho difícil.

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ooi gente! eu quis fazer esse capítulo todo com a narrativa de Eros e como tudo começou, espero que tenha dado para entender, ficou um pouco longo mas é isso KKKKKK desculpem T-T
(Bastet da mitologia egípcia é amiga de Eros, queria fazer com que fossem amigos porque na minha cabeça ela é linda na forma humana e tem um puta comportamento de gato)
bjs e até o próximo capítulo <3

why don't I fall in love? | ErosOnde histórias criam vida. Descubra agora