Cap53

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P.O.V Hoseok

De início, eu não sabia o que sentir em relação a tudo que aconteceu e que vem acontecendo em minha vida, me senti perdido, e isso mexeu com a minha cabeça de uma forma surreal.

Eu fui treinado para ser cruel, um bom líder, mas ainda assim, sou humano e tenho as minhas fraquezas. Sendo mais necessário, a minha família é a minha maior fraqueza.

Não dou a mínima para mim mesmo, morreria quantas vezes fosse preciso para que eles pudessem viver por mais alguns segundos.

Comecei a pensar dessa maneira quando conheci o meu bebê, Taehyung, o meu Tae.

Meu filho.

Ele mudou o meu jeito de pensar, me deu esperanças e o meu mundo parece melhor com a existência dele e daquele sorriso quadrado, tão único.

É engraçado como todo esse tempo passou voando, daqui duas semanas será o aniversário do Taehyung e tenho muito o que fazer para que o dia dele seja o melhor, ele merece. Isso também me faz lembrar que prometi a ele que o levaria para conhecer a avó de Yoongi.

Ele é um papai bobão e fica a todo momento mimando o nosso pequeno.

O jeito extrovertido e às vezes sério do Tae me lembra a mamãe.

Ah... Mamãe, eu vim até aqui para visitá-la, mas não consigo ao menos olhar para a sua lápide.

Eu devo ser forte, sou um Jung.

Com um olhar temeroso acabo encarando, finalmente, o túmulo da minha progenitora. Juntando as minhas forças quase inexistentes, inicio uma conversa onde a minha mãe será uma fiel ouvinte:

— Oi, mãezinha... As coisas devem estar mais tranquilas aí no céu do que aqui, o próprio inferno.— Ri desgostoso, limpando as lágrimas como se fosse adiantar alguma coisa, mas não ia.— Nós temos tanto para conversar que... Por Deus, ficaria aqui por meses.

Sentei na grama de frente para a lápide.

— Sabe aquele garotinho que estava comigo quando vocês invadiram a minha casa no meio da madrugada? Pois é, aquele é Taehyung. Ele é um pequeno ômega que sofria nas mãos do pai dele que aproveitou que a esposa se suicidou para machucar o menino, mas ele me encontrou, sim mãe, foi ele.

Funguei tristonho, voltando a chorar.

— Meu lobo o acolheu como um filhote e ele me escolheu como omma dele. Nós temos uma ligação forte e eu o amo tanto, tenho certeza de que você iria mima-lo muito e ele adoraria você...

Um soluço escapou de meus lábios, tão sofrego e dolorido que preferia ser atingido por facas do que sentir isso.

— O Ji-hoon sumiu, mãe. Eu sei onde o encontrar, mas temo que as coisas fujam do controle.— Ri sarcástico, dando-me conta do peso de minhas palavras. Tudo fugiu do controle há tempos — É realmente uma pena que tenhamos nos tornado nisso, me pergunto se ainda podemos nos considerar uma família... Talvez se... Não, não podemos. Nós éramos, mas essa palavra perdeu o significado quando o papai tornou-se uma pessoa gananciosa, sempre procurando por poder.

Meu olhar parou sobre a lápide novamente, estava escrito o nome de minha mãe, mas sem o "Jung", seria injusto carregar o sobre-nome do alfa que a matou. Logo abaixo um girassol desenhado, junto de sua data de nascimento e a data de seu fim.

— Você não merecia o fim que teve, eu sei que não...

Meu peito gritava o que minha boca não conseguia dizer, doía.

Dói.

Dói tanto.

Curvei meu corpo, chorando e soluçando.

Possessive Alfa • SopeOnde histórias criam vida. Descubra agora