Short fic de shirbert.
Anne e Gilbert começam o seu cortejo, ciúmes, festas, casamentos e encontros. Gilbert Blythe decide finalmente pedir a sua amada em casamento.
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Era domingo, Anne fora convidada para um casamento em Avonlea. A noiva adorava cerejas, e Anne, sem saber o que dar de presente, decidiu dar a ela uma torta de cerejas negras.
Enquanto não a olhassem fazendo estava tudo ótimo, Anne tinha um problema quando pessoas começavam a olhar para ela. A ruiva corava de vergonha quando era elogiada, raramente acontecia, e ela agradecia por apenas Gilbert o fazer.
Enquanto Anne amassava a massa da torta sovando-a, imaginou uma vida com Gilbert, onde eram casados e tinham filhos, Anne pensava muito nisso, se colocava em situações onde fingia a presença do garoto para facilitar alguma tarefa, e usava sua imaginação também na hora de dormir, para que não pensasse coisas ruins sobre um fim planejado de sua vida.
Nunca contara a Gilbert que as vezes ainda pensava em suicídio, ele ficaria preocupado. Ela se lembrava muito bem de certa vez onde comentou sobre um pensamento assim, alegando que ninguém sentiria sua falta, e Gilbert pestanejou: "Mas, pelo menos hoje, eu sentiria muita falta. Você pode me prometer que da próxima vez que algo parecido com isso acontecer, você vai dizer isso pra mim? Sem guardar pra você."
Anne tinha certeza de que um dia Gilbert a deixaria e tudo não passaria de uma póstuma memória. Nunca imaginaria que por outro lado, na fazenda Blythe, Gilbert estava com o anel de noivado de sua mãe nas mãos.
Ao terminar de sovar a massa, Anne a dispôs numa forma de borda ondulada, onde retirou o excesso e recheou com uma geleia caseira de cerejas negras. Cobriu a torta com outro pedaço de massa, cortando mais sobras e fazendo pequenos orifícios no topo do doce avermelhado para que o ar saisse e a torta não explodisse.
Enquanto ia buscar ovos no galinheiro, Anne pensava em qual roupa usaria para o primeiro casamento que iria testemunhar, sabia que não poderia usar branco, para não roubar o brilho da noiva. "Que tolice." – pensou Anne. "Nem se eu estivesse com um vestido coberto de paítes, e uma melancia rotatória presa na cabeça que eu chamaria mais atenção que a bela noiva."
Anne pincelou a gema do ovo na torta e a colocou para assar, o casamento seria daqui a duas horas, um casamento à noite, na igreja de Avonlea, durante uma missa, e depois comemorariam na nova fazenda do casal.
Anne escolheu um vestido violeta, a cintura era bem acentuada, feito de veludo brilhante, mangas com recorte em renda, cheio, mas não o suficiente para tirar a atenção da dama branca que entraria direto para o altar. Anne calçou sua bota de festa, que tinha um salto bonito, arrumou seu cabelo puxando algumas mechas para trás, prendendo-as suavemente.
Sua torta havia ficado linda, estava pronta para a cerimônia, só esperava Marilla e Matthew agora.
– Vamos! Não podemos nos atrasar! Quero logo ver a noiva. – Anne diz no começo da escada.
– Um segundo, já estamos indo, paciência, parece até que é você quem vai se casar.
Anne bateu um dos pés no assoalho impaciente, foi para fora para sentir a brisa gelada do ar. "Respira, não fique nervosa, é só um casamento." De fato, parecia que a noiva era Anne, e Ah, como Gilbert queria que fosse.
