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Foi enquanto olhava para esse horizonte que eu vi... A morte havia chegado.
Três Deuses vinham com uma velocidade absurda, trazendo consigo uma onda de devastação.
Eu tinha que fazer algo...
Peguei meu diário e coloquei entre a roupa íntima para não perder e tentei acordar meus pais, não obtendo resultado. Por último, tentei acordar minha irmã, mas nem ela dava sinal de vida. Era como se todos estivessem em um tipo de sono que nem mesmo um berro os acordaria.
Por não ter tido sucesso ao acordar minha família, saio correndo de casa e olho na direção dos Deuses, que já estavam entrando na cidade com um semblante capaz de paralisar qualquer ser vivo que olhasse para eles.
Respiro fundo e ando até eles, sentindo uma coragem que eu não deveria ter naquele momento.
Chegando perto, falo com força e convicção.
— Por qual razão nos invadem? Fizemos algo de errado?
Me senti invisível, nenhum deles notou minha presença no local. Aquilo doeu profundamente.
Ajeito minha postura, buscando passar um pouco mais de confiança e grito com toda a força que meus pulmões poderiam aguentar.
— POR QUE É QUE VOCÊS QUEREM DESTRUIR A GE...
Mal pude terminar a frase e uma rajada extremamente forte me empurra pra longe de onde eu originalmente estava.
A rajada foi tão forte, que a única coisa que me impediu de continuar voando infinitamente foi uma árvore. Ao bater com toda a força nela, caio rolando abaixo pelos galhos, me machucando muito, mas não ao ponto de me fazer desmaiar de dor.
Já no chão, me sento com dificuldades e olho para a vila.
Ela estava sendo destruída conforme o tempo passava e eu não tinha o que fazer... Eu falhei como um Yundriano. Eu falhei como um Senty.
Eu falhei.
— Companheiro, o que aflige seu coração? — Olho para o lado e vejo uma cobra branca de olhos vermelhos saindo dos arbustos e vindo para mim.
Ainda receoso do encontro aleatório com uma cobra falante, não tinha nada a perder falando com ela, alinhando a confusão da situação atual, por que não?
— Eu falhei com a minha vila, não consegui proteger eles. Os Deuses vieram pra destruir tudo o que eu amo e eu não sei o que fazer pra impedir isso...
Conforme falava, a cobra se enrolava na árvore e a escalava até poder aproximar seu focinho do meu rosto.
— Não te preocupes, caro Yundriano. Já te vi pela floresta, vejo um grande potencial em ti. Aceitas a minha proposta? Posso te ajudar salvar a sua vila e seus queridos familiares...
Não sabia qual seria o preço que a cobra cobraria mas eu estava desesperado por um milagre, qualquer coisa bastava. Então abro um sorriso, mas não muito grande pois ainda sentia a dor da queda, e concordo com a cabeça.
A cobra chega perto do meu ouvido e sussurra. A última coisa que eu ouvi antes de me sentir atordoado foi "Eis aqui eu, um demônio chamado Droham."
Sua voz misturada com a língua sibilante de cobra era como um encantamento, que me deixava embriagado sem álcool. Era um atordoamento sem uma pancada na cabeça, exatamente como os treinos de controle mental eram.Depois de alguns segundos que pareciam horas... — Eu te ajudo, mas em troca, você se tornará meu. — Sem ter outra saída, aceito o trato com a cobra e a mesma se enrola no meu pescoço, me dando uma mordida e carimbando nosso acordo.
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A Queda
FantasiYundriya, a nação criada pela guerra entre dois deuses. As pessoas que moram nessa nação a consideram um paraíso, mas as que a veem de longe considera o inferno em Yednist. Talvez o paraíso prevaleça, talvez o inferno tenha seu fim... Só os Deuses p...