Her Dream

Part 2- Initium

Fiquei arrasado quando ela se foi. Me senti extremamente mal por diversos meses, mas infelizmente, ela se foi e eu não pude fazer nada antes. A nossa última vez juntos foi em uma praia. Já estava anoitecendo, o pôr-do-sol já estava se tornando em uma noite escura de Lua cheia. O pôr-do-sol era uma linda mistura de laranja com o dourado do sol sumindo no horizonte, indo para trás das montanhas e da baía. A paisagem era linda, mas não tão linda quanto ela. Estávamos andando de skate, bem, eu estava ensinando ela a andar. Ela não tinha a proteção e quase caiu diversas vezes, mas eu a segurava sempre que faltava apenas alguns centímetros para atingir o chão. O máximo que ela teve foi um joelho ralado, mas ela conseguiu aprender rápido a andar. Então a levei para um lugar que eu particularmente achava bonito, e lá ficamos até o anoitecer, bebendo energéticos, conversando sobre a vida, rindo de coisas idiotas como nós sempre fazíamos. Eu queria que aquele momento ficasse congelado no tempo e nunca acabasse, queria ficar ali com ela por toda a eternidade, infelizmente não é possível.

Saí do hospital chorando, com as enfermeiras tentando me confortar e me pedindo para ir para casa, pois acabou o meu horário de visita e também porque ela faleceu. Após eu ir para a porta, o pai dela estava lá fora, esperando por mim, mas eu não fazia ideia do por que ele estava me esperando, talvez seja para dar seus sentimentos pela falecida filha.

Ele me abraçou com tanta força que achei que ele iria quebrar minhas costelas e a minha coluna. Ele chorava e soluçava muito, eu nunca vi um homem chorar tanto quanto o pai dela.

-Jake, muito obrigado por ser o melhor amigo da Moona. - após ele mencionar o nome dela eu caí em prantos novamente. Podia ver que ele estava mais abalado do que eu. Eu o abracei de volta e choramos juntos na frente do hospital. Aos olhos das pessoas que estavam em nossa volta, era estranho dois homens se abraçando na frente de um hospital, mas se realmente soubessem o que aconteceu, chorariam por pena de nós e desejariam seus pêsames.

Ele me ofereceu uma carona para casa e lá fui eu. Quando abri a porta do carro ele me cutucou. -Jake, pegue isso.- eram as dog tags da Moon, com o nome dela, tipo sanguíneo, gênero e patente do exército. Ela pôs Comandante, mesmo não sendo do exército, mas isso não importava. -Pegue aqui. Para se lembrar dela.- ele me entregou o colar e eu o segurei com força, ele significava muito para mim, já que pertenceu à minha melhor amiga. -muito obrigado, Senhor Smith. Guardarei com muito cuidado.- Eu entrei em casa e fiquei olhando para o colar. Depois de ler o nome dela gravado no colar, eu não me segurei, eu chorei. Minhas lágrimas caíram no colar e escorreram ate a minha mão. Eu apertei o colar e respirei fundo. Fui até meu quarto para pegar uma roupa mais leve e deixei o colar encima da mesa do meu quarto. Fui até o banheiro e fiquei um bom tempo embaixo do chuveiro, tentando entender o por que dela nunca ter me falado, o por que de ter aquela doença, se tudo que eu estou vivendo é um sonho, o que é certo e errado, sei lá, eu só não sabia o que eu estava tentando raciocinar.

Não consegui dormir aquela noite. Fiquei rolando na cama a noite inteira e eu não conseguia fechar os olhos e dormir. Não sentia fome, sede, não sentia nada, a não ser um vazio imenso no meu peito. Eu só queria ela de volta, mais nada. Tenho diversos problemas, mas ela resolveria todos eles apenas estando aqui comigo novamente. Fiquei jogando e assistindo a noite inteira e apenas percebi quanto tempo passou quando vi o sol nascendo e a luz passando as persianas, invadindo o meu quarto. Vi que virei a noite, mas isso não me importava. 06:00 e eu saio do meu quarto escuro. Minha mãe estava dormindo quando passei perto da porta do quarto dela, logo logo minha mãe acorda para fazer o café da manhã e ir trabalhar. Porém, não irei tomar café com ela dessa vez. Eu estava muito mal e não conseguia comer, nem beber. Foi um esforço apenas para sair da minha cama e eu não queria fazer nada, nem andar, nem enxergar, nem mesmo respirar. Eu estava morto por dentro, só faltava eu ficar morto por fora. Após a minha mãe acordar, ela olhou para mim com um olhar de preocupação. -Jake, está tudo bem com você? Você parece um zumbi.- Ela percebeu que eu não dormi a noite passada, já que minhas olheiras estavam enormes, minhas pupilas dilatadas e meus olhos fundos. -Não se preocupe comigo, mãe. Eu estou ótimo, só um pouco cansado.- Deu para ver que ela ficou levemente aliviada, mas apenas aquelas palavras foram muito pouco para deixá-la totalmente aliviada.

após algumas horas a Diretora da escola me mandou um texto:

"Caro Jake Leonhart.

Eu sinto muito pela perda da sua amiga. Eu sempre vi vocês juntos e é muito triste saber que perdemos um de nossos alunos, mas agora ela é uma estrela no céu e está vendo todos nós lá de cima. Meus sentimentos à você e à família dela. Sentiremos muita falta da Moona. Ficaremos 3 dias sem aula, de luto pela morte dela. Passe bem, Jake.

- Letty, A Diretora."

Eu me senti levemente confortado lendo essa mensagem, mas após alguns momentos, me senti vazio novamente. Eu não queria acreditar que ela se foi. Eu queria ela de volta. Queria sentir o abraço dela novamente.

- Ah, Moon... Eu sinto tanto a sua falta...